Negócios

11 erros de gestão financeira para não cometer na sua empresa!

Um relatório publicado pelo Serasa Experian mostrou que, em 2021, o Brasil registrou uma queda de 9,8% no número de empresas que decretaram falência em relação ao ano anterior. Os dados mostraram 622 negócios que fecharam as portas contra 690 em 2020.

As recuperações judiciais, no entanto, aumentaram. Ao todo, 617 empresas tiveram seus requerimentos concedidos em 2021. Em 2020, as concessões ficaram em 467.

Os economistas dizem que os dados são sintomas de uma economia debilitada. Vale lembrar que 2020 e 2021 foram anos muito afetados pela pandemia de Covid-19.

Porém, outro fator determinante são as falhas na gestão financeira interna. Um conjunto de pequenos erros no dia a dia pode se tornar uma verdadeira bola de neve, resultando em momentos difíceis para a empresa.

1 – Finanças empresariais e pessoais

Há quem confunda as finanças empresariais com as pessoais, principalmente os donos de pequenos negócios.

Nesses casos, as pessoas costumam gastar o dinheiro da empresa para pagar a conta de água da própria casa, por exemplo. Se isso se tornar um hábito, fica difícil determinar quais foram os lucros e gastos reais.

2 – Projeção de fluxo de caixa

Os números não mentem e não funcionam a base de achismos. Por isso, é preciso ter noção de tudo o que acontece no fluxo de caixa. Valor das mercadorias e serviços, contas a pagar, projeção de lucros, etc.

Tudo isso precisa estar muito bem alinhado para evitar surpresas desagradáveis. Por isso, um bom sistema de gestão financeira é indispensável. 

3 – Resistência em aderir às ferramentas atuais

A tecnologia permite a criação de uma série de ferramentas que facilitam a vida em diversos aspectos, inclusive na gestão financeira.

Hoje em dia, existem softwares que concentram todas as atividades econômicas de uma empresa em um só lugar, executando tarefas e elaborando relatórios em poucos minutos.

O problema é que ainda existe muita gente que não confia nessas soluções e prefere fazer tudo manualmente. Além de levar mais tempo, esse método é mais suscetível a erros (que podem custar caro no fim das contas).

4 – Não saber o valor da própria empresa

Por incrível que pareça, muitos empresários não sabem definir o valor dos próprios negócios.

Afora o faturamento anual, é preciso saber se o valor patrimonial é correspondente à soma de todos os bens e serviços oferecidos.

Sem isso, os planos de crescimento ficam mais complicados.

5 – Descontrole do estoque

O controle do estoque nunca pode estar desatualizado. Registros de saída e chegada de produtos devem ser religiosamente catalogados.

Isso permite a otimização das compras e diminuição nos custos de armazenagem, o que abre portas para outras possíveis ações lucrativas para a empresa.

Não saber o que acontece no estoque é correr o risco de ficar sem mercadoria ou ter itens encalhados nas prateleiras.

6 – Negligência às despesas fixas

As despesas fixas, como aluguel, luz, água, internet e  impostos, são contas que precisam ser pagas todo mês, independentemente de qualquer coisa.

Por isso, o planejamento financeiro jamais pode deixá-las de lado, sendo necessário prever de onde virá o dinheiro para arcar com esses custos.

Sem capital de giro, os elementos mais básicos serão comprometidos, dificultando o crescimento da empresa.

7 – Desconhecer o preço de venda ideal

Para um produto ser fabricado, despesas de matéria-prima, mão-de-obra e custos fixos devem ser levados em consideração. Em cima disso, é preciso saber qual a margem de lucro para a empresa e como criar condições especiais de venda sem prejudicar o faturamento.

Apenas observar os preços da concorrência não é o suficiente, já que cada empresa tem suas particularidades. É preciso saber calcular o preço de venda ideal para aproveitar ao máximo a comercialização.

8 – Folha de pagamento que não se paga

Manter um quadro de funcionários é fundamental para as empresas, mas muita gente se esquece que isso custa dinheiro.

O planejamento financeiro deve levar em conta todas as despesas com os colaboradores, incluindo salário, benefícios, demissão, rescisão e 13º salário. 

Sem contar que o não cumprimento desses pagamentos não é uma opção. Se isso acontecer, a empresa está indo contra as leis trabalhistas e pode ter ainda mais prejuízo com processos legais.

9 – Não padronizar os processos financeiros

Processos padronizados servem para facilitar a vida de qualquer empresa. Se o empreendedor realiza suas atividades de diversas maneiras diferentes, fica fácil se perder na própria bagunça.

Nesse sentido, a tecnologia apresenta soluções de ferramentas de gestão financeira que usam modelos comprovadamente eficazes para realizar todas as tarefas necessárias e manter a saúde econômica de um negócio.

Uma organização mais eficiente pede que todos os membros da equipe responsável tenham acesso e conhecimento ao sistema, e não somente o dono da empresa.

10 – Falta de investimento

É como dizem por aí: para ganhar dinheiro, é preciso gastar dinheiro.

A estrutura de uma empresa só funciona em sua potência máxima quando investimentos são feitos para que isso aconteça. 

Pense em um restaurante. Do que adianta a comida ser a mais saborosa da região, se o local para as refeições têm mesas quebradas e paredes mal acabadas? Investir na melhoria de um negócio – seja ele qual for – é trabalhar para a sua evolução.

Existem empreendedores que ficam com tanta pena de gastar uma parte do lucro obtido, que simplesmente não fazem nada com esse dinheiro. O que não percebem é que investir em melhorias é aumentar as chances de lucros ainda mais significativos.

Como o dono do restaurante pode abrir outras unidades se não agrega valor ao próprio negócio?

11 – Medo de tomar atitudes

O mundo dos negócios pode ser incerto e assustador, mas nenhuma grande marca ficou conhecida sem a audácia de seus gestores.

Para conquistar grandes realizações, é preciso tomar grandes atitudes. Deixar o medo do fracasso dominar é permitir que ótimas oportunidades sejam perdidas.

É claro que tudo tem que ser feito com cuidado e planejamento, mas só ficar parado e assistir os concorrentes voarem alto não é a decisão de um bom empresário.

Leonardo Grandchamp

Supervisor de Redação do Jornal Contábil e responsável pelo Portal Dia Rural.

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