De e-mail marketing a localizador de produtos, plataformas oferecem alternativas para atrair clientes e ajudar empresas a sobreviver em tempos de crise
O estudo Novos hábitos digitais em tempos de Covid-19, divulgado pela Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), apontou que a crise do coronavírus fez com que a transformação digital do varejo se tornasse prioridade para manter os negócios em operação.
Nesse período, os brasileiros aumentaram suas compras online, passaram a usar meios digitais de pagamentos e devem continuar com esses hábitos de compra e consumo no pós-pandemia.
Segundo a pesquisa, depois de experimentarem o comércio eletrônico em novas categorias, o consumidor brasileiro indica que está mudando o comportamento de consumo, com 52% dos entrevistados comprando mais em sites e aplicativos durante a quarentena e 70% que pretendem continuar comprando mais online do que faziam antes da Covid-19.
Muitas empresas de tecnologia estão empenhadas em fazer essa conexão entre quem oferece um produto ou serviço com quem precisa deles, e quem conseguir se relacionar bem com os clientes neste momento terá uma grande vantagem no pós-crise.
Um levantamento feito pela leadlovers, plataforma de automação de marketing digital e vendas, com mais de 11 mil empresas brasileiras da sua base, constatou que o e-mail marketing continua sendo uma forte ferramenta de comunicação entre marcas e clientes durante a pandemia global.
Por conta do isolamento social, os envios dos meses de março e abril tiveram um aumento de aproximadamente 30% sobre os meses de janeiro e fevereiro.
Os consumidores também estão interagindo mais com as empresas.
Em abril, as aberturas de e-mail cresceram 45%, em comparação a fevereiro.
Segundo Roberto Rocha, CMO da leadlovers, isso se deve em grande parte à necessidade de migrar as operações para o ambiente virtual, e os dados reforçam a importância de não parar de falar com a sua base, seguir alimentando os seus consumidores, sendo relevante, com a reputação reforçada.
A questão da sobrevivência econômica também foi o trampolim de crescimento do Bagy, plataforma que permite que pequenos e médios varejistas criem seus e-commerces em apenas 15 minutos.
Apenas em março, a empresa apresentou um crescimento de 766%, na maioria dos casos de lojistas que atuavam apenas no varejo físico.
Desde o início da pandemia até agora, o Bagy já proporcionou mais de R$ 2 milhões em vendas para seus clientes.
Os lojistas, por sua vez, conquistaram consumidores que jamais teriam se não atuassem no online.
E os consumidores passaram a contar com uma gama de produtos muito maior para adquirir no conforto de casa.
“É um caminho sem volta.
Quem já atua no online deve sempre buscar formas de cativar e fidelizar clientes, trazendo-os sempre para comprar novamente.
E quem não atua corre o sério risco de ver seu negócio morrer aos poucos, justamente porque o consumo online será cada vez mais tendência e vem conquistando milhares de novos adeptos a cada dia que, ao perceberem os benefícios como conforto e segurança, não abrem mais mão”, afirma Pedro Rabelo, CEO e fundador do Bagy.
O varejo de vizinhança também ganhou força na pandemia.
Com o isolamento social e a impossibilidade de percorrer percursos muito longos, até por questão de saúde, as pessoas tiveram que recorrer ao comércio local.
A Gofind lançou o www.Ondetem.app, um WebApp que tem como objetivo ajudar o consumidor a encontrar produtos de diversas marcas nas proximidades, fazendo com que as pessoas se desloquem o menos possível.
Hoje, a empresa conta com mais de 700 mil lojas em sua base de dados, alcançando mais de 1 milhão de usuários ativos.
“Geralmente as pessoas costumam estar nos grandes centros, frequentar as grandes redes, até por conta da rotina de trabalho.
Mas a crise do coronavírus mudou essa forma de consumo e essas pessoas passaram não só a consumir, mas a conhecer mais onde moram e que podem encontrar opções vantajosas muito próximas de suas casas”, avalia Felipe Samy, CEO e fundador da Gofind.
Por Oliver Press