Em meio à crise causada com o novo coronavírus, em 2020, o dólar já acumula alta de cerca de 39,72% no ano considerando dados até a última sexta (21).
Para aqueles que desejam fazer compras do exterior a alta é prejudicial, mas para as empresas que desejam vender produtos para outros países, ou seja, praticar cross border, esses números são muito vantajosos.
Cross border é a prática de vender para fora do país de origem.
No contexto de dólar alto, as empresas brasileiras que exportam conseguem vender produtos no exterior a preços menores e alcançar maior competitividade no mercado externo.
Segundo Felipe Dellacqua, Presidente da Associação Brasileira de E-commerce Cross Border e sócio da VTEX, nesse período de pandemia, com pessoas viajando menos e comprando menos fisicamente, o consumidor continua desejando produtos que costuma comprar em viagens internacionais.
Então, o cross border se torna uma necessidade tangente ao proporcionar que o consumidor compre aquele produto de outro país de forma online.
“Cross border é uma operação de e-commerce de um país para o outro. No ano passado, o brasileiro gastou mais de US$ 2 bilhões de dólares em compras nos sites internacionais que entregam para o Brasil. Grande parte desse volume vem de lojas virtuais que atuam globalmente com origem na China, Europa e Estados Unidos. Então, para o brasileiro já é comum fazer compras em sites internacionais“, explica Felipe.
De acordo com o especialista, o produto brasileiro tem muita atratividade em grande parte do mundo porque também há muitos consumidores brasileiros vivendo fora do país que continuam querendo consumir produtos brasileiros.
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“A disparada grande do dólar tornou o real desvalorizado perto de outras moedas fortes. Se eu tenho um produto que vendo aqui a R$ 300 reais, o produto pode ser vendido a 50 dólares nos EUA. Nosso produto ficou mais barato e competitivo lá fora”, diz Felipe.
Um estudo da Accenture apontou que em 2020, 21% das compras online serão por transações cross border.
Segundo Felipe, esses números são muito assertivos, pois o dólar dificilmente deve baixar, o que faz com que o Brasil tenha muito potencial para exportar e ser um expoente nesse segmento.
“Outro ponto positivo é que Brasil é país feito para exportadores. Neste ano, vamos bater récorde na agropecuária, com crescimento de 8% mesmo na crise. Quando você trabalha com cross border enviando produto para outro país, há vários incentivos fiscais que quase ninguém tem conhecimento, como a isenção de ICMS e IPI e, consequentemente, cerca de 17% a 20% a mais de margem porque está isento desses impostos“, explica.
Em 2019, Aliexpress se tornou o terceiro e-commerce mais acessado do Brasil atrás apenas do Mercado Livre e Americanas.com.
A empresa com sede em Hangzhou, na China, emergiu como uma das principais intermediárias entre fábricas chinesas e a demanda mundial por equipamentos necessários para combater a pandemia, desde máscaras até respiradores artificiais.
Por: Felipe Dellacqua, sócio e VP de vendas da Vtex.
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