Você sabe qual é a relação entre a Reforma Trabalhista e o MEI? A mudança, que entrou em vigor em novembro de 2017, trouxe diversas inovações para as relações de emprego.
Porém, ela também implicou algumas regras referentes à contratação de profissionais autônomos, sem vínculo empregatício.
Nesse caso, é importante entender o que muda para os MEIs e os cuidados que devem ser observados.
Pensando nisso, preparamos este conteúdo para esclarecer as dúvidas dos microempreendedores e das empresas que contam com a prestação de serviços desse profissional.
Confira!
Direitos trabalhistas para MEIs – o que mudou?
Um dos pontos essenciais que devem ser levados em conta é que a contratação de MEI para prestação de serviços não garante direitos trabalhistas.
Sobre o tema, a Reforma Trabalhista inovou para trazer mais segurança para as partes.
De acordo com a norma, é possível contratar um profissional autônomo com ou sem exclusividade, para prestação de serviços contínuos ou eventuais.
Desde que todas as formalidades legais tenham sido seguidas, isso afasta a qualidade de empregado.
Aqui, o principal ponto de atenção é a subordinação: o profissional MEI tem autonomia e liberdade para a prestação de serviços, comprometendo-se apenas a entregar as obrigações contratadas.
Caso a empresa o trate como empregado, fazendo ordens, exigindo carga horária e outras atividades típicas de uma relação de emprego, o trabalhador pode entrar com uma ação judicial.
Nesse caso, comprovado o vínculo empregatício, o contratante precisará arcar com todas as verbas trabalhistas.
Direitos do trabalhador que também tem MEI
Outra dúvida que surge sobre o assunto é quando o profissional já tem um emprego, mas também abre um MEI, ou o contrário.
Nesse caso, o trabalhador mantém todos os direitos trabalhistas em relação ao vínculo com carteira assinada.
A única diferença é que, em caso de demissão, ele não receberá o seguro-desemprego.
Contudo, caso não tenha a carteira assinada, não há direitos trabalhistas, então do ponto de vista de FGTS, PIS, INSS e outras verbas, é como se o profissional estivesse desempregado.
É possível substituir empregados CLT por MEI?
Com a possibilidade de contratar profissionais para prestar serviços de forma contínua e com exclusividade, é normal surgir a dúvida sobre a possibilidade de substituir empregados CLT por MEI.
Aqui, a prática mais comum é solicitar que o empregado abra a empresa e, em seguida, é feita a demissão.
A ideia é economizar com encargos trabalhistas, porém essa prática é ilegal e conhecida como pejotização.
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Isso acontece porque se aplica a mesma regra prevista na Lei da Terceirização, que impede a contratação de empresas cujos sócios tenham prestado serviços como empregados nos últimos 18 meses.
Além disso, como vimos, caso a relação de trabalho cumpra os requisitos exigidos para o vínculo empregatício, é possível reconhecê-lo judicialmente.
Por isso, tenha atenção antes de optar por essa modalidade de contratação.
Quais são os benefícios do MEI?
Depois de entender a relação entre Reforma Trabalhista e o MEI, vale a pena saber quais são os benefícios que a formalização proporciona.
São eles:
- profissionalização: ter um CNPJ demonstra mais profissionalismo e se torna um atrativo. Além disso, muitas empresas buscam prestadores de serviços formalizados;
- acesso aos benefícios previdenciários: a contribuição feita pelo MEI é de 5% do salário-mínimo e garante acesso aos benefícios, como auxílio-doença, salário-maternidade, aposentadoria etc.;
- tributação pelo Simples Nacional: as obrigações tributárias são simplificadas, recolhidas em um valor fixo mensalmente;
- possibilidade de contratar um empregado: é possível ter um funcionário com remuneração de até um salário-mínimo;
- acesso a contas jurídicas, planos de saúde empresariais e outros benefícios voltados para quem tem um CNPJ.
Obrigações contábeis do MEI
Além de entender as questões relacionadas à Reforma Trabalhista e ao MEI, é preciso ter atenção às obrigações contábeis.
Nesse caso, existem 4 pontos a serem considerados:
- emissão de notas fiscais: obrigatória para negociações com pessoas jurídicas e opcional para pessoas físicas. Elas devem ser armazenadas por 5 anos;
- pagamento da DAS MEI: a guia traz a contribuição do INSS e os impostos (ISS e ICMS), então deve ser recolhida mensalmente;
- relatório mensal: é importante manter um relatório mensal com entradas e saídas, acompanhada dos devidos comprovantes;
- preencher e enviar a Declaração Anual de Faturamento do Simples Nacional (DASN – SIMEI), com base nos dados do relatório mensal.
Pronto! Agora que você já sabe mais sobre a Reforma Trabalhista e o MEI, assim como os principais benefícios e obrigações relacionados à formalização, esperamos que consiga adequar o seu negócio.
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Fonte: Azulis
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