O governo aguarda a aprovação do novo marco dos seguros e um dos projetos de lei colocará associações e cooperativas sob a fiscalização da Susep (Superintendência de Seguros Privados).
Estimativas do governo indicam a existência de três mil empresas dessa natureza. A Susep estima que, por ano, elas deixem de arrecadar R$ 3 bilhões em tributos. O problema é que, segundo investigações do Ministério Público Federal e da Polícia Federal, uma parte dessas entidades é controlada por organizações criminosas, como o PCC e milícias do Rio de Janeiro.
O modelo de negócio dessas entidades prevê o rateio do valor de um seguro entre um grupo de pessoas, que pagam uma taxa de adesão e mensalidades para ter cobertura. Na maior parte das vezes, segundo as investigações policiais, o ‘segurado’ nunca recebe quando ocorre um sinistro.
O PCC e milícias do Rio de Janeiro dominam uma parcela significativa dessas associações em comunidades. A maior parte envolve a proteção veicular.
Por isso, uma ideia ainda a ser discutida pela equipe econômica é a vinculação da Susep à Diretoria de Fiscalização do Banco Central como forma de compartilhar estruturas de fiscalização e garantir que a faxina no mercado, pretendida pelo governo Lula.
A proposta já foi discutida no passado, sem sucesso diante de resistências no BC e na Susep.
Consultada, a Susep informa que, hoje, as associações de proteção veicular não possuem autorização legal para venderem seguros ou qualquer produto parecido.
‘Sempre que a autarquia recebe denúncias de atuações irregulares dessas associações, são realizadas ações de supervisão com o objetivo de tentar coibir tais práticas e evitar que os consumidores sejam lesados’, disse a Susep em nota.
A autarquia diz que, quando constata que uma associação atua irregularmente na comercialização de contratos de seguros, encaminha o caso para a Procuradoria Federal para ajuizamento de ação civil pública e comunica o Ministério Público Federal para a apuração de eventuais crimes contra o Sistema Financeiro Nacional.
A Susep informa que, em 2023, foram 83 ações de análises de denúncias que resultaram em 413 ações civis públicas contra as associações envolvidas.
Sobre o projeto de lei, a autarquia diz que tem acompanhado as discussões, ‘respeitando sempre as prerrogativas dos parlamentares’.
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