A Reforma Tributária, prevista para ser implementada nos próximos anos, afeta significativamente a estrutura fiscal das holdings e de seus franqueados. Com a proposta de unificação de impostos sobre consumo, substituindo tributos como PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS por dois novos impostos — o IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e a CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) —, as holdings e suas redes de franquias precisarão ajustar suas operações e a contabilidade para garantir que a carga tributária seja distribuída de forma eficiente.
Atualmente, muitas franquias, especialmente aquelas enquadradas no Simples Nacional, têm uma carga tributária reduzida, pagando alíquotas entre 4% a 19%, dependendo da faixa de faturamento. Com a reforma, espera-se que a alíquota padrão do IBS e CBS seja de 25%, o que representa um aumento significativo, especialmente para os franqueados com menor capacidade de absorver esses custos.
Por exemplo, uma franquia que hoje fatura R$ 1.200.000,00 ao ano, pagando uma alíquota média de 8%, tem um custo tributário anual de R$ 96.000,00. Com a reforma, se essa franquia passar a ser tributada em 25%, o custo saltaria para R$ 300.000,00, mais que triplicando a carga tributária. Para evitar esse impacto direto no caixa das franquias, será necessário um planejamento detalhado de contabilidade, possivelmente incluindo a revisão de preços e reestruturação dos modelos operacionais.
As holdings, que frequentemente centralizam atividades de suporte, como marketing e compras em larga escala para seus franqueados, terão que reavaliar a maneira como repassam custos e tributos ao longo da cadeia. A reforma também traz novas diretrizes para o pagamento de dividendos, que hoje são isentos de tributação, mas que, com as novas regras, poderão ser taxados em até 15%, aumentando ainda mais os custos operacionais e exigindo ajustes nas projeções financeiras e na contabilidade da holding.
Por outro lado, há uma expectativa de que, a médio e longo prazo, a simplificação tributária traga uma redução de custos com conformidade fiscal e contabilidade, diminuindo a complexidade de gestão dos tributos. Contudo, essa transição exigirá um acompanhamento contínuo das mudanças na legislação, além da revisão de contratos e acordos entre holding e franqueados, para garantir que o impacto seja mitigado.
Portanto, é essencial que as holdings e seus franqueados, além de rever suas práticas tributárias e contábeis, criem estratégias de adaptação às novas alíquotas e se preparem para possíveis reajustes em seus preços e margens de lucro. A análise detalhada de cada etapa da reforma, somada a uma estrutura fiscal e contábil mais eficiente, será a chave para manter a competitividade e a solidez financeira tanto da holding quanto de suas franquias.
ESCRITO POR: Equipe de Redação da Pigatti
Pigatti Contabilidade. ajudando os donos de negócios no Brasil
Nos siga no
Participe do nosso grupo no
Nos siga no
Google News
Participe do nosso grupo no
WhatsApp