A decisão do presidente interino da Câmara Waldir Maranhão (PP-MA) de anular o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff está gerando grande repercussão nas redes sociais. Economistas e políticos comentaram a atitude do deputado e prováveis cenários a partir de agora.
Economistas
- Mohamed El-Erian, conselheiro econômico-chefe da Allianz, em seu perfil no LinkedIn, disse que a anulação do afastamento de Dilma está tornando o processo de impeachment “potencialmente confuso”. Segundo ele, os movimentos “notáveis” dos ativos brasileiros hoje reforçam essa ideia, com o Ibovespa caindo mais de 3% e o dólar subindo cerca de 2%, a R$ 3,6730.
- A economista e pesquisadora do Peterson Institute, em Washington, Mônica de Bolle, em entrevista a O Financista, avalia que sem impeachment, o país vai para o brejo. A decisão pode levar o Brasil para “uma crise muito feia em poucas semanas” e a um caos total, disse De Bolle.
“Se, de fato, o entendimento for de que volta tudo à estaca zero, o país vai para o brejo. A ideia de golpe pouco importa. Se o processo for interrompido, teremos uma crise muito feia em poucas semanas. O público estrangeiro verá isso pelo que é: exemplo de uma digníssima República de Bananas”, explica.
- Jason Freitas Vieira, economista-chefe da Infinity Asset, criticou a decisão afirmando que no Brasil “tudo é possível”.
“Maranhão criou fumaça, MUITA fumaça. Mas ela se dissipa. Meu temor é que estamos no Brasil e aqui, tudo é possível, infelizmente”, afirmou o economista em seu twitter.
- Para Neil Shearing, economista-chefe para mercados da consultoria Capital Economics, o Brasil está à beira de uma crise constitucional.
“Não está claro sobre o que acontece a seguir mas, pelo menos, isso a apoia a nossa visão de que a transição para um governo mais próximo do mercado é improvável que seja tranquila”, disse Shearing, em relatório.
Políticos
- O deputado Roberto Freire, presidente do PPS, discorda da decisão de Maranhão. “A mesa da Câmara e o próprio Plenário devem tornar sem efeito a inepta decisão do Valdir Maranhão. Um golpe do lulopetismo que deve ser detido”, disse em seu perfil no twitter.
Segundo ele, “não é necessário ir para o STF. A própria Câmara tem competência para anular a inepta decisão do Valdir Maranhão”. O deputado pede ainda movimentação da população. “No momento que recrudesce tentativas de impedir o impeachment torna-se cada vez mais necessário a mobilização da sociedade. Vamos às ruas.”
- Joaquim Barbosa, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, ironizou a decisão em seu perfil no twitter. “Sabem o que mundo inteiro deve estar pensando sobre nós, brasileiros? ‘A laughing stock’, muitos devem estar achando…”.
“Dificilmente a inesperada decisão de Waldir Maranhão escapará ao crivo do STF, qualquer que venha a ser o seu desfecho. Por que?”, questionou Barbosa. “Porque ela aponta “vícios jurídicos” no rito do processo de impeachment. Ou seja, matéria da alçada do tribunal”, concluiu.
- Na concepção da senadora Marta Suplicy, o “deputado Maranhão, presidente interino da Câmara, extrapolou. Uma irresponsabilidade e desprezo pelo Brasil”.
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