Empresas do grupo:

Início » A importância da arquitetura para as instituições de saúde

A importância da arquitetura para as instituições de saúde

por Esther Vasconcelos
5 minutos ler
Designed by @Oles kanebckuu / Pexels

É importante avaliar e repensar a estrutura dos hospitais para que possam ajudar a minimizar contágios entre os pacientes

A pandemia do novo coronavírus veio de forma avassaladora para todos nós. Sem precedentes deste tipo de contágio no país, fomos pegos de “surpresa” sem termos uma noção de como lidar e controlar tal cenário.

As instituições de saúde estão no epicentro deste caos em que vivemos e, apesar de já seguirem normas sanitárias específicas e restritas, também sofreram com a imensa crise. Os hospitais necessitam de uma reavaliação estrutural para amenizarem os impactos gerados hoje e, se precaverem para o futuro.

E a arquitetura é fundamental para que isso ocorra. Segundo o escritório Painel Arquitetura, o remanejo da estrutura arquitetônica nesse momento é primordial.

“Mesmo que essa reorganização tenha que ocorrer de maneira ágil devido às circunstâncias, existem maneiras eficientes que podem ajudar o distanciamento, como reorganizar a disposição dos leitos, que deve ser disposta de maneira que haja circulação constante de ar; colocar biombos entre os mesmos, para que o contato entre os hospitalizados seja o mínimo possível; nas salas de espera para o pronto atendimento deve ter um maior distanciamento entre as cadeiras e devem ser colocados também biombos entre elas; essas são algumas formas súbitas de remanejar tais ambientes, que estão altamente expostos a contaminação”, detalha o arquiteto Henrique Hoffman.

Os hospitais já trabalham com revestimentos e materiais específicos que atendem ao ambiente sanitário, com produtos de alta durabilidade e resistência, de fácil higienização e conservação. Porém, é preciso estar atento a demais detalhes que podem ajudar, e muito, o espaço e seus pacientes.

“A arquitetura hospitalar já segue padrões rigorosos de projeto que evitam a proliferação de possíveis bactérias em suas superfícies e sistemas.

Entretanto, é sempre importante lembrar que recursos naturais, como o sol e o vento, podem tornar os ambientes muito mais saudáveis de uma forma natural e passiva.

Assim como uma periódica manutenção dos sistemas de ar condicionado onde o filtro deve ser limpo frequentemente”, aponta Henrique.

Ainda sobre ambientes ventilados artificialmente, é importante destacar que o ar condicionado não troca efetivamente o ar e sim faz o mesmo ar que pode estar contaminado circular no ambiente, favorecendo assim o contágio em um espaço fechado.

“E, nesses casos, é preciso uma adequação para que se crie novos usos da arquitetura. Como, por exemplo, os sistemas de extração mecânica que provocam pressões negativas no interior do edifício atuando em conjunto à insuflação mecânica para garantir a ventilação dos edifícios altos”, explica o arquiteto.

Pensando no futuro, os hospitais precisam de um remodelamento do espaço, uma maneira eficiente de se evitar o contágio de doenças entre os pacientes, como na sala de espera, onde ficam horas aguardando um atendimento, juntos a demais pessoas, que possam estar infectadas, por exemplo.

Uma maneira eficiente é intervir na planta baixa no que diz respeito à lógica da setorização e fluxograma, pensar em formas de separar os pacientes que estão com sintomas de tal doença infecciosa com os que estão com algum outro tipo de problema.

Construindo, assim, alas separadas para o atendimento e a locação de tais infectados para que não haja um contato com os demais, a fim de evitar uma possível proliferação dentro desse ambiente, ou seja, evitar de forma física o cruzamento de circulação e estar”, indica Henrique Hoffman.

De acordo com o profissional, após este surto pelo qual estamos passando, a arquitetura hospitalar, com certeza, terá que ser repensada e remodelada de modo a atender eficientemente qualquer tipo de doença contagiosa que venha surgir.

E, por isto, é necessário avaliar a estrutura do que se é apresentado, hoje, a médicos e pacientes.

“De uma maneira geral, o que deve ser feito é priorizar a ventilação natural cruzada e renovável, evitar fluxo cruzado de pessoas com doenças contagiosas e aumentar o distanciamento dos pacientes, tanto nas salas de espera quanto nos leitos, com alas separadas”, encerra Henrique Hoffman.

Por Painel Arquitetura

Você também pode gostar

This website uses cookies to improve your experience. We'll assume you're ok with this, but you can opt-out if you wish. Accept Read More