Com uma inflação projetada de 1,99% para 2020, segundo dados do Relatório Focus de 21/09/2020, seu valor está cada vez mais próximo da taxa Selic, que está em sua nova mínima histórica, de 2%.
Para o fundador do buscador de investimentos Yubb, Bernardo Pascowitch, este cenário traz mais desafios e gera uma pressão ao investidor, que precisa selecionar investimentos certos para não perder seu poder de compra.
“Ter um rendimento abaixo da inflação é, literalmente, perder dinheiro. É fazer com que o seu dinheiro não renda o mínimo para compensar o aumento dos preços na economia. Em outras palavras, se o valor investido render menos do que a inflação, a mesma quantia não comprará no futuro o que pode comprar hoje”, explica Pascowitch.
Pensando neste cenário, o Yubb selecionou quatro tipos de investimentos para o investidor se proteger da inflação:
O primeiro é a renda fixa, especificamente em investimentos indexados ao IPCA ou ao IGP-M, como CDBs e títulos do Tesouro Direto.
“O investimento em renda fixa atrelado a esses índices traz uma grande segurança porque estará sempre acima da inflação, desde que o componente prefixado do investimento seja positivo. De todas as opções, é a alternativa mais segura para se proteger da inflação e a melhor para superar o IPCA”, aponta Pascowitch.⠀
Bernardo detalha que é importante se atentar aos investimentos de renda fixa, principalmente para a administração da reserva de emergência.
“A reserva de emergência, que deve estar em investimentos de renda fixa e com liquidez diária, precisa ser repensada. Ela deve render, no mínimo, 105% do CDI. Se tiver menos que isso, pode haver perda de dinheiro para a inflação”, pontua.
“É importante se atentar aos fundos de investimento também. Neste momento de rentabilidade baixa, qualquer opção com uma quantidade significativa de taxas administrativas compromete ainda mais o rendimento”.
Investir em ações de empresas de setores específicos também pode ser uma boa alternativa.
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Em segundo lugar, Bernardo aponta as organizações do setor elétrico, beneficiadas por terem contratos reajustados pelo IGP-M ao invés do IPCA.
“É importante explicar a diferença entre IPCA e IGP-M. O IPCA é a inflação oficial do governo brasileiro, medida pelo IBGE, já o IGP-M é a inflação apurada pela FGV e utilizada principalmente em contratos de aluguéis, contratos bancários, tarifas de energia e de telefonia. Como o IGP-M é um índice fortemente afetado pela variação do dólar, seu valor disparou em 2020”, pontua.
“No caso das empresas do setor elétrico, suas receitas serão reajustadas pelo IGP-M e, consequentemente, as suas ações poderão valorizar e acompanhar esse aumento”.⠀
Em terceiro lugar, ficam as empresas exportadoras.
“Por exportarem commodities, na maioria das vezes, e como as commodities são negociadas em dólar, então os produtos exportados acompanham a valorização da moeda. Muitas exportadoras tiveram uma grande performance em 2020 em razão da alta do dólar contra o real, fazendo com que seus produtos se valorizem no mercado internacional”, completa Bernardo.
Por fim, em quarto lugar estão BDRs, ações estrangeiras e outros investimentos dolarizados.
“Como o próprio nome diz, são investimentos que vão acompanhar a valorização do dólar, desde que não haja proteção cambial. Consequentemente, o investidor poderá se proteger da alta do IGP-M e/ou dos efeitos do dólar sobre o IGP-M”, conclui.⠀
O Yubb é um buscador online e gratuito, conhecido como o “buscapé dos investimentos”, pois mapeia todos os investimentos do país e recebe mais de 8 milhões de buscas por mês.