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Uma pesquisa recentemente concluída pelo meu escritório de consultoria procurou mapear os modelos de gestão adotados por empresas de pequeno e médio porte e os resultados encontrados permitiram traçar um perfil gerencial e abrir discussões para compreender os reflexos que tais modelos trazem para a competitividade dessas organizações .
Sem a pretensão de sustentação científica, a relevância desta pesquisa prende-se na realidade enfrentada por organizações desse porte que convivem, nos dias atuais, com sérios problemas de competitividade em função de ameaças internacionais e aumento do poder de barganha de grandes clientes e fornecedores, baixa qualidade de recursos humanos e imensa dificuldade de contratação e retenção de talentos e uma necessidade urgente de crescimento sustentável.
Os resultados desta pesquisa serão apresentados em partes e, apesar de estarem expressos de forma quantitativa não podem ser considerados como tendências para todo o universo de pequenas e média empresas do Brasil em função do tipo de pesquisa realizada (pesquisa exploratória) e da pouca representatividade da amostra pesquisada (apenas 52 empresas nas regiões metropolitanas de Belo Horizonte e São Paulo selecionadas sem a utilização de critérios científicos de amostragem).
Apesar disto, os resultados encontrados abrem uma boa discussão sobre o modelo de gestão adotado por empresas destes segmentos e, podem sim, ser considerados como base de análise das razões pelas quais essas organizações vêm perdendo competitividade ao longo das últimas décadas.
A) Objetivo principal da pesquisa
B) Tipo de pesquisa realizado e período da pesquisa
C) Público entrevistado dentro das organizações
D) Características da amostra pesquisada
D.1) Quantidade de empresas pesquisadas
D.2) Setor e faturamento
E) Resultado operacional da amostra pesquisada
E.1) EBITDA das indústrias acumulado até novembro de 2014
E.2) EBITDA das prestadoras de serviço acumulado até novembro de 2014
E.3) EBITDA dos comércios acumulado até novembro de 2014
F) Resultado líquido da amostra pesquisada
G) Práticas de Gestão adotadas pela amostra pesquisada
Parte 1 – Gestão financeira, capital e custos
Nesta dimensão de gestão, procurou-se discutir os seguintes temas:
G.1) Financiamento do capital de giro e investimentos: A empresa utiliza capital próprio, de terceiros ou ambos?
G.2) No caso de utilização de capital próprio, a empresa remunera os acionistas pela utilização deste capital?
G.3) A empresa faz gestão de seu ciclo financeiro e conhece a sua necessidade da capital de giro?
G.4) A empresa faz gestão do seu fluxo de caixa?
G.5) A empresa analisa periodicamente algum relatório contábil?
G.6) A empresa conhece a sua estrutura de custos e despesas e o impacto dessa estrutura na receita?
G.7) a empresa conhece e acompanha os indicadores de Margem de Contribuição, EBITDA e Lucro Líquido?
H) Algumas análises dos resultados encontrados na gestão financeira, capital e custos.
Pelos números apresentados, podemos observar que a grande maioria das empresas participantes da pesquisa desconhece totalmente os instrumentos de gestão financeira e de custos. Muitas, sequer analisam os relatórios que estão (ou deveriam estar) disponíveis na contabilidade.
Este desconhecimento e desinteresse pelas informações financeiras e contábeis, levam, inevitavelmente, a tomada de decisões erradas com relação a gastos, compras, precificação de produtos e serviços, gestão de contas a pagar e receber, gestão de estoque e produção e relacionamento com fornecedores e clientes.
Num momento em que estamos sofrendo uma competição internacional sem precedentes e, no mercado interno, clientes e fornecedores estão ficando cada vez maiores e poderosos, estes erros gerenciais podem ser fatais para a sobrevivência destas organizações no médio e longo prazos.
Do ponto de vista da gestão do capital, percebe-se que a maioria das empresas pesquisadas sofre das consequencias de uma gestão financeira amadora e equivocada. Por não compreenderem seus ciclos financeiros e a necessidade de capital de giro, vivem reféns de financiamentos caros de curto prazo que, em muitos casos, comprometem totalmente o resultado operacional alcançado.
Os acionistas, por sua vez, não compreendem que, ao colocar recurso próprio em suas organizações, seja por injeção de capital ou por abrirem mão do lucro, devem ser remunerados, como qualquer outra fonte de recurso que a empresa tem disponível para financiar suas operações.
Parte 2 – Gestão Estratégica
Nesta dimensão de gestão, procurou-se discutir os seguintes temas:
G.1) Quem são os responsáveis pelas decisões estratégicas da empresa?
G.2) Por quantos ciclos de planejamento estratégico a empresa já passou?
G.3) A empresa possui uma ideologia declarada (missão, visão, valores)?
G.4) Os gestores conhecem e divulgam e incentivam os colaboradores a cumprir a ideologia da empresa?
G.5) A empresa tem como principal objetivo estratégico o alcance da visão declarada na ideologia?
G.6) A empresa conhece claramente sua posição dentro do sistema de valor do seu setor e acredita que, com esta posição e suas ações gerenciais, conseguem capturar maior valor no seu setor?
G.7) A empresa utiliza a gestão por resultados (indicadores e metas)
G.8) A empresa acredita que a lucratividade alcançada nos últimos dois anos está dentro da média, abaixo ou acima da média do setor?
G.9) A empresa acredita que consegue ter preços relativos de seus produtos e serviços acima da média da concorrência?
G.10) A empresa acredita que consegue ter custos relativos de seus processos produtivos abaixo da média da concorrência?
G.11) Quantos fornecedores da matéria prima (ou produto) chave a empresa possui?
G.12) Qual a relação entre número de clientes e faturamento?
H) Algumas análises dos resultados encontrados na gestão estratégica.
Pelas análise das entrevistas e observações feitas nesta parte da pesquisa, percebe-se claramente que os empresários e executivos deste segmento empresarial, estão longe da compreensão básica da importância de uma gestão estratégica para as sua organizações.
Observa-se que a ideologia declarada não sustenta os objetivos estratégicos das organizações e a visão de futuro não está mito clara. As decisões estratégicas são normalmente pautadas em ações de curto prazo e os gestores dessas organizações não compreendem claramente o seu negócio e, consequentemente o seu papel dentro do sistema de valor do setor em que operam.
Convivem, de forma acomodada, com a dinâmica dos setores que operam e aproveitam, como podem e sabem, das vantagens (e desvantagens) que estes setores oferecem.
Seus produtos, serviços e toda oferta a eles agregada são comodites, suas práticas produtivas repetem às de todos os concorrentes do setor, e tais empresários e executivos, por desconhecimento, falta de recursos financeiros, falta de visão inovadora e falta de pessoas capacitadas, não são capazes de mudar tal realidade.
De forma bastante frequente e perigosa dependem de poucos e poderosos fornecedores e tendem a se acomodar (principalmente no setor industrial) a poucos e igualmente poderosos clientes.
Performance Gestão – pascoal@performancegestao.com.br
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