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Antes de feriado, dólar sobe após Fed manter taxa de juros

O dólar fechou em alta contra o real nesta quarta-feira, descolado das operações nos mercados externos, conforme investidores assumiram posição mais defensiva antes de feriado no Brasil e após o banco central dos Estados Unidos  manter sua política monetária.

O dólar à vista encerrou com valorização de 1,05%, a R$ 4,9398 na venda. O dólar futuro negociado na B3 tinha ganho de 1,38%, a R$ 4,9725, às 17h28.

O dólar spot chegou a cair 1,00%, a R$ 4,8395, na mínima do dia, logo após a abertura, mas na sequência passou a ganhar tração até subir.

Após o anúncio da decisão de política monetária pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), a cotação voltou a cair, mas rapidamente recobrou forças até bater a máxima da sessão, de R$ 4,9623 (+1,51%), às 15h55. Houve alguma realização de lucros posteriormente, mas nada que impedisse o fechamento em alta.

“O mercado está tirando o pé do acelerador. A recuperação (dos ativos) no Brasil foi muito forte, muito rápida”, disse Adriano Cantreva, sócio da Portofino. “Os preços estão esticados em relação ao fundamental, e no Brasil ainda mais”, completou.

Já na terça o dólar havia subido 0,69%, após cair 2,66% na segunda-feira, quando atingiu o menor valor em 12 semanas. A cotação vinha de 11 quedas dentre 14 pregões e até a segunda acumulou baixa de 17,73% desde a máxima recorde de fechamento –de R$ 5,9012, alcançada em 13 de maio.

O feriado na quinta-feira também respaldou a posição mais conservadora do mercado. Investidores costumam reduzir exposição antes de dias sem negociação visando minimizar riscos de perdas a depender do noticiário.

E, apesar de aparente descompressão nas últimas semanas, o front político segue no radar de operadores. “O cenário político afeta mais dólar do que, por exemplo, a bolsa, por causa do componente de investimento estrangeiro”, disse Helena Veronese, economista-chefe na Azimut Brasil Wealth Management. “Talvez tenhamos esse descolamento (do câmbio em relação ao exterior) mais vezes”, acrescentou.

Enquanto o dólar subiu 1,05% no Brasil, a moeda norte-americana cedia no fim da tarde 0,9% contra rand sul-africano, 0,2% ante peso mexicano, 0,3% frente à lira turca e 0,6% em relação à moeda da Austrália.

O índice do dólar contra uma cesta de seis rivais de países desenvolvidos perdia 0,4% e renovou mínimas em cerca de três meses.

Analistas avaliam que o câmbio também pode encontrar mais resistência para apreciação adicional diante de renovada expectativa de afrouxamento monetário no Brasil.

Embora tenha vindo acima das previsões, o IPCA de maio, divulgado nesta quarta pelo IBGE, registrou a maior deflação desde agosto de 1998, e o acumulado em 12 meses se distanciou ainda mais do piso da meta perseguida pelo Banco Central.

“De certa maneira, não vemos espaço para pressão de demanda para a inflação no curto prazo devido ao hiato aberto e à inércia favorável”, afirmou Julia Araujo, economista sênior do Itaú Unibanco.

O banco privado prevê Selic ao fim do ano de 2,25%, mas no mercado alguns analistas têm se posicionado para um juro abaixo de 2%. A queda da Selic é citada como fator que pressionou o câmbio nos últimos tempos, já que reduziu a taxa paga por títulos de renda fixa e colocou o Brasil em desvantagem em relação a outros emergentes com juros básicos mais elevados.

Fonte: Agência Brasil – José de Castro 

Jorge Roberto Wrigt

Jornalista há 38 anos, atuando na redação de jornais impressos locais, colunista de TV em emissora de rádio, apresentador de programa de variedades em emissora de TV local e também redator de textos publicitários, na cidade de Teresópolis (RJ). Atualmente se dedica ao jornalismo digital, sendo parte da equipe do Jornal Contábil.

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