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Após acordo, Enel suspende corte de energia por inadimplência

Um acordo entre a Fundação Procon-SP e a Enel Distribuição São Paulo vai permitir aos consumidores o parcelamento de débitos em aberto e tirar dúvidas com relação ao aumento nas contas de luz. A Enel é a distribuidora de energia elétrica em 24 municípios da região metropolitana São Paulo, incluindo a capital. O acordo também pretende acabar com as filas nos postos de atendimento da distribuidora de energia. Até o momento, o Procon-SP registra quase 55 mil reclamações de consumidores da Enel.

Até o dia 31 de agosto, a Enel não vai cortar o fornecimento de energia por inadimplência de nenhum de seus consumidores. A medida foi tomada para que eles tenham mais tempo para negociar o parcelamento das contas em aberto com a empresa, após a retomada da leitura presencial dos medidores.

A partir de setembro, a Enel vai retomar o envio dos avisos de inadimplência para aqueles que tiverem débitos pendentes, que virá impresso na conta de energia, e o consumidor terá até 15 dias para negociá-los, antes que o corte seja feito, informou o diretor de mercado da Enel, André Oswaldo Santos.

O documento garante ainda que todos os consumidores que reclamarem no Procon-SP até o dia 31 deste mês terão direito ao parcelamento automático, em até 12 vezes, de todos os débitos junto à Enel, não apenas dos relacionados às contas de junho e julho de 2020, e sem exigência de documento de confissão de dívida.

Em julho, o Procon-SP multou a Enel em R$ 10,2 milhões por má prestação de serviço e prática abusiva – a empresa impôs a assinatura de uma confissão de dívida para os consumidores que optaram por fazer o parcelamento dos valores questionados. Segundo o órgão, a empresa também deixou de informar diretamente na fatura dos seus clientes a opção de parcelamento dos valores e, assim, não forneceu informações essenciais sobre o serviço prestado, o que também desrespeita o Código de Defesa do Consumidor. A Enel informou que está recorrendo da aplicação da multa.

“Estamos recorrendo, ainda é um processo administrativo que está relacionado ao período em que a Enel ficou sem fazer leituras. A gente retomou as leituras agora entre junho e julho, mas boa parte dos clientes receberam contas mais altas e aí reclamaram no Procon. E o Procon, no meio desse processo administrativo, emitiu essa multa. A gente já tem demonstrado que todo esse processo [faturamento pela média de consumo] foi feito de forma correta seguindo toda a regulação [da agência reguladora] que esta por trás”, disse Santos.

Parcelamento

A Enel está oferecendo a possibilidade de parcelamento das contas em atraso em até 12 vezes na própria fatura, sem juros do financiamento, não apenas aos reclamantes do Procon-SP, mas a todos os consumidores. Esse parcelamento pode ser realizado por meio do aplicativo Enel SP, pelo Portal de Negociação no site da empresa ou pelo telefone 0800 72 72 120.

Segundo o Procon-SP, no acordo, a empresa também se compromete a realizar atendimentos sobre dúvidas nas contas mediante prévio agendamento para todos os consumidores. No dia 7 de agosto, a Enel foi autuada por má prestação de serviço após equipes de fiscais do Procon-SP constatarem longas filas para atendimento presencial em várias lojas da distribuidora.

Para isso, a empresa vai oferecer, nos próximos dias, o atendimento com hora marcada. O consumidor poderá agendar o horário de sua preferência pelo site ou pelo telefone, o que é uma tentativa de evitar filas e aglomerações. Os postos presenciais estão funcionando, de segunda a sábado, das 8h30 às 16h30.

Reclamações

Apenas no mês de julho, foram registradas 40.616 reclamações contra a Enel por consumidores com problemas relacionados à cobrança indevida ou dúvidas sobre cobrança. Um aumento de 5.872% em relação a janeiro, quando houve 680 reclamações. O total de demandas de janeiro até julho foi de 54.657.

De acordo com a Enel, as contas de março até junho não refletiram o consumo real das famílias. Segundo o diretor de mercado da empresa, os clientes vinham consumindo mais durante o período de isolamento social por estarem mais tempo em casa, mas continuaram pagando pela média anterior à pandemia.

“Imagina que eu venho faturando no mês de abril, maio e possivelmente junho pela média. E esse cliente já vinha com um aumento de consumo porque o cliente residencial, na sua grande maioria, está ficando mais em casa. Esse aumento de consumo foi capturado quando a gente retomou a leitura agora entre os meses de junho e julho”, disse Santos.

Fonte Agência Brasil –  Camila Boehm

Jorge Roberto Wrigt

Jornalista há 38 anos, atuando na redação de jornais impressos locais, colunista de TV em emissora de rádio, apresentador de programa de variedades em emissora de TV local e também redator de textos publicitários, na cidade de Teresópolis (RJ). Atualmente se dedica ao jornalismo digital, sendo parte da equipe do Jornal Contábil.

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