Empresas do grupo:

Início » As 5 grandes altas do Dólar

As 5 grandes altas do Dólar

por Mariana Freitas
6 minutos ler

O dólar tem uma influência considerável sobre as economias globais. Ele é considerado uma moeda de referência e serve como um indicador de estabilidade financeira. Sua valorização ou desvalorização reflete as condições econômicas internas e externas de um país. Ao longo da história, diversas crises econômicas e eventos globais causaram grandes altas na moeda americana. Neste artigo, vamos analisar os momentos mais significativos em que o dólar disparou e como esses movimentos impactaram a economia, especialmente no Brasil.

1. A Crise do Petróleo (1973)

Em 1973, a Guerra do Yom Kippur entre Israel e alguns países árabes impactou gravemente a economia mundial. Em resposta ao apoio ocidental a Israel, os países árabes da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEC) impuseram um embargo ao petróleo que gerou uma escassez de combustível. Como resultado, o preço do petróleo aumentou e o fortalecimento do dólar ocorreu indiretamente, á medida que os países produtores de petróleo, passaram a exigir pagamentos em dólares, reforçando a demanda pela moeda americana.

Esse evento gerou um choque de inflação em várias economias, especialmente nas que dependiam de importações de petróleo, como o Brasil. O dólar se valorizou a nível global, atingindo R$ 5,70 no Brasil, o que, na época, significava uma aceleração da inflação e um aumento no preço dos produtos importados.

2. A Crise da Dívida Externa no Brasil (1982)

A década de 1980 foi marcada por uma grave crise da dívida externa no Brasil. O país contraiu pesadas dívidas com credores internacionais. Em 1982, o Brasil, que já enfrentava dificuldades fiscais internas, não conseguiu pagar suas dívidas externas, o que gerou uma fuga de investidores. A confiança na economia brasileira foi abalada, e o dólar se valorizou drasticamente, atingindo a marca de R$ 3,50 no mercado paralelo.

Esse aumento no valor do dólar teve um grande efeito na economia brasileira. O preço dos produtos importados subiu significativamente, o que alimentou a inflação já em alta. As reservas cambiais estavam baixas, e a economia brasileira foi forçada a adotar um programa de ajustes que envolvia medidas como o controle de preços e a renegociação da dívida externa.

3. O Plano Collor (1990)

Em 1990, o governo de Fernando Collor de Mello implementou o “Plano Collor”, com o objetivo de controlar a hiperinflação que assombrava o Brasil desde os anos 1980. Entre as medidas adotadas estava o confisco de poupanças e a introdução de um novo plano econômico que envolvia o congelamento de preços e salários. A falta de confiança no governo e a confusão gerada pelas mudanças abruptas afetaram a economia. O dólar, que antes estava em torno de R$ 1,80, disparou para R$ 24,00 no mercado paralelo.

O impacto dessa alta foi imediato: o preço dos produtos importados aumentou, gerando uma forte inflação. A economia brasileira entrou em recessão, e muitos brasileiros perderam suas economias no confisco das poupanças. As altas taxas de juros e a queda na confiança do mercado resultaram em um ambiente econômico instável, com grandes dificuldades para empresas e consumidores.

4. A Crise Asiática (1997)

A crise financeira asiática teve início em 1997 com a desvalorização das moedas de vários países asiáticos, como a Tailândia, Filipinas e Indonésia. A fuga de capitais da região afetou os mercados emergentes, incluindo o Brasil, que já estava vulnerável devido a uma política econômica instável. O dólar, em meio a essa crise global, subiu para R$ 1,80, devido à busca por ativos mais seguros.

Apesar de a crise ter se originado na Ásia, o impacto no Brasil foi considerável. O aumento do dólar afetou o preço de produtos importados, e o país enfrentou um aumento nos juros internos, o que gerou um ambiente de instabilidade econômica. A alta do dólar também resultou em uma elevação nos preços dos produtos industriais e uma desaceleração na produção interna.

5. A Pandemia de COVID-19 (2020)

A pandemia de COVID-19, que começou no final de 2019 e se estendeu ao longo de 2020, gerou uma crise sanitária e econômica global. O pânico nos mercados financeiros fez com que muitos investidores buscassem o dólar como um ativo seguro, resultando em uma grande valorização da moeda. O dólar chegou a R$ 5,90 no Brasil, uma alta considerável em relação ao ano anterior.


O aumento do dólar teve reflexos imediatos na economia brasileira. Produtos importados, desde eletrônicos até alimentos, ficaram mais caros. Isso gerou uma pressão inflacionária, aumentando o custo de vida para os brasileiros. Além disso, o aumento do dólar também afetou a balança comercial e as projeções de crescimento econômico para o Brasil, que enfrentava uma crise econômica sem precedentes devido à pandemia.

Impactos na Inflação e Perspectivas para a Economia Brasileira

Não podemos deixar de citar a recente disparada do dólar na última semana, que hoje alcançou R$ 6,04, o que reforça a influência da moeda americana sobre a economia brasileira. Assim como nos eventos históricos analisados, essa valorização reflete um cenário de incertezas tanto internas quanto externas. O aumento do dólar impacta diretamente o custo dos produtos importados e a inflação, pressionando ainda mais o orçamento dos brasileiros. É essencial ficar atento ao comportamento da inflação nos próximos meses, já que ela pode afetar o poder de compra e a estabilidade econômica. Agora, resta observar como o mercado reagirá e quais medidas serão adotadas para conter os possíveis desdobramentos dessa alta.

Leia mais em: https://www.jornalcontabil.com.br/economia/

Você também pode gostar

This website uses cookies to improve your experience. We'll assume you're ok with this, but you can opt-out if you wish. Accept Read More