O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou no último dia 31 de janeiro a decisão sobre a taxa básica de juros, a Selic, com um novo corte para 11,25% ao ano. Este movimento representa o quinto corte desde agosto, quando o ciclo de aperto monetário foi interrompido, e ocorre em meio a desafios econômicos, como os juros mundial altos e guerras pelo mundo.
Apesar das incertezas globais, o Copom deve seguir sua trajetória de redução nas próximas reuniões. Os diretores do Banco Central, em unanimidade com o presidente Roberto Campos Neto, já sinalizavam a continuidade desses cortes.
A última edição do boletim Focus, uma pesquisa semanal com analistas de mercado, indica que a expectativa do setor financeiro é que a Selic encerre o ano em 9%. Esse cenário reflete o compromisso em controlar a inflação e tornar os empréstimos mais acessíveis, buscando estimular a atividade econômica.
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Em uma análise sobre o impacto dessa possível redução, o gestor financeiro Robinson Trovó destaca a importância para o mercado de renda variável, sendo que a queda na Selic pode levar muitos investidores a considerarem a migração para esses tipos de aplicações, especialmente em um mercado próximo à máxima histórica de preços.
No entanto, Trovó alerta para os riscos desse movimento, enfatizando a necessidade de cautela. “O mercado de ações está próximo de sua alta histórica de preços, e é nesse momento de euforia que os investidores, acostumados com juros altos na renda fixa, tendem a sair do mercado baseado na Selic e partem para a renda variável, comprando ações com preços muito altos”, explica Robinson Trovó.
“Contudo, esse caminho de crescimento não significa que o mercado não possa apresentar quedas significativas, resultando em grandes perdas para os investidores. Lembrando que, mesmo com a Selic em 9%, ela continua garantindo um ótimo rendimento. Minha sugestão é aguardar uma queda significativa na IBOVESPA antes de considerar essa troca de investimentos”, sugere o gestor financeiro.
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Ele destaca ainda que o mercado aguarda para ver como as mudanças na taxa Selic influenciarão o comportamento dos investidores nos próximos meses. O Copom permanecerá atento aos indicadores econômicos, buscando decisões que promovam o equilíbrio entre o controle da inflação e o estímulo ao crescimento econômico.
“É fundamental compreender que não é imperativo permanecer constantemente no mercado de ações; é crucial identificar os momentos propícios para entrar e sair, evitando assim riscos de perdas em cenários de declínio. Posso afirmar que o atual contexto representa um dos momentos mais desafiadores para os investidores que consideram migrar para a renda variável”, finaliza Robinson Trovó.