Economia

Atividade econômica teve queda no terceiro trimestre

No terceiro trimestre deste ano, a atividade econômica no Brasil apresentou uma diminuição, conforme apontam dados divulgados pelo Banco Central (BC) nesta sexta-feira (17). O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) registrou uma queda de 0,64% de julho a setembro em relação ao trimestre anterior (abril a junho), considerando dados dessazonalizados.

No trimestre anterior, o indicador já havia demonstrado desaceleração, apresentando uma redução de 0,85%, após um crescimento de 4,8% no primeiro trimestre deste ano. Em comparação com o terceiro trimestre do ano passado (julho a setembro de 2022), houve um aumento de 0,78% no mesmo período de 2023, sem ajuste para o período, pois a comparação é entre meses iguais.

Leia também: Atividade Econômica Tem Queda De 0,77% Em Agosto

No resultado de setembro de 2023, o IBC-Br registrou uma diminuição de 0,06%, alcançando 146,42 pontos. Em relação ao mesmo mês de 2022, houve um crescimento de 0,32%, também sem ajuste para o período. No acumulado em 12 meses, o indicador ficou positivo em 2,5%.

O IBC-Br desempenha um papel importante na avaliação da evolução da atividade econômica do país e auxilia o BC nas decisões relacionadas à taxa básica de juros, a Selic, atualmente estabelecida em 12,25% ao ano. O índice incorpora informações sobre o nível de atividade nos setores da economia, como indústria, comércio, serviços e agropecuária, além do volume de impostos.

Leia também: Atividade econômica desacelera no 2º trimestre de 2023 com alta de 0,43%

A Selic é o principal instrumento utilizado pelo BC para atingir a meta de inflação. Quando o Comitê de Política Monetária (Copom) aumenta a taxa básica de juros, busca-se conter a demanda aquecida, o que impacta nos preços, uma vez que os juros mais elevados encarecem o crédito e incentivam a poupança. Portanto, embora taxas mais altas auxiliem na redução da inflação, podem também representar um desafio para a atividade econômica e a expansão do país.

Queda da inflação

O comportamento dos preços já levou o Banco Central a reduzir os juros pela terceira vez no semestre, em um ciclo que sinaliza novos cortes de 0,5 ponto percentual nas próximas reuniões. Após quedas consecutivas no final do primeiro semestre, a inflação voltou a apresentar elevação na segunda metade do ano, embora essa alta fosse prevista por economistas.

Apesar disso, em comunicado divulgado na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) indicou a possibilidade de ajustar o ritmo do período de cortes, caso as condições tornem mais desafiadora a redução das taxas de juros.

Quando o Copom reduz a taxa Selic, espera-se que o crédito fique mais acessível, estimulando a produção e o consumo, o que, por sua vez, reduz o controle sobre a inflação e impulsiona a atividade econômica. No entanto, os resultados do IBC-Br ainda refletem o impacto da política monetária contracionista implementada pelo Banco Central.

De março de 2021 a agosto de 2022, o Copom aumentou a Selic em 12 ocasiões consecutivas, em um ciclo de aperto monetário que teve início durante a alta dos preços de alimentos, energia e combustíveis. Por um ano, de agosto do ano passado a agosto deste ano, a taxa foi mantida em 13,75% ao ano por sete vezes consecutivas.

Antes do início do ciclo de alta, a Selic havia sido reduzida para 2% ao ano, atingindo o nível mais baixo da série histórica iniciada em 1986. Devido à contração econômica resultante da pandemia de COVID-19, o Banco Central reduziu a taxa para estimular a produção e o consumo, mantendo-a no menor patamar da história de agosto de 2020 a março de 2021.

PIB

Publicado mensalmente, o IBC-Br adota uma metodologia distinta da utilizada para calcular o Produto Interno Bruto (PIB), que é o indicador oficial da economia brasileira. Segundo o próprio Banco Central, o índice “contribui para a formulação da estratégia da política monetária” do país, mas “não é precisamente uma antecipação do PIB”.

O PIB representa a soma de todos os bens e serviços finais produzidos por um país. Com resultados trimestrais que superaram as projeções, a economia brasileira cresceu 0,9% no segundo trimestre deste ano em comparação com os primeiros três meses de 2023, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em relação ao segundo trimestre do ano anterior, o crescimento foi de 3,4%.

O PIB acumula uma alta de 3,2% nos últimos 12 meses. No primeiro semestre de 2023, o crescimento registrado foi de 3,7%.

Em 2022, o PIB do Brasil apresentou um aumento de 2,9%, atingindo um total de R$ 9,9 trilhões.

Leonardo Grandchamp

Supervisor de Redação do Jornal Contábil e responsável pelo Portal Dia Rural.

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