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Auxílio só volta com congelamentos em educação e segurança, diz Guedes

O auxílio Emergencial está sendo um dos assuntos mais comentados atualmente no Brasil. Muitos querem o retorno do benefício. Porém, o ministro da Economia, Paulo Guedes disse que o auxílio só retornará se houver um congelamento em educação e segurança, o que ele chamou de “aumento automático” para educação, segurança e salários de funcionários públicos.

Nesta terça-feira (26), ao lado do presidente Jair Bolsonaro, o ministro afirmou que, “caso o pior aconteça”, o governo sabe o que fazer.

“Não pode ficar gritando guerra toda hora. Nós temos que ter muito cuidado. Quer criar o auxílio emergencial de novo, tem que ter muito cuidado, pensar bastante. Porque se fizer isso não pode ter aumento automático de verbas para educação, para segurança pública, porque a prioridade passou a ser absoluta (para o auxílio)”, disse Guedes, durante evento virtual com investidores internacionais.

No mesmo evento, Bolsonaro defendeu a manutenção do teto de gastos e voltou a deixar bem claro que não irá prorrogar o auxílio emergencial. O presidente já tinha dito que o benefício não era “duradouro”, nem “vitalício” e que não deveria ser visto como aposentadoria.

No ano passado, a chegada da pandemia do novo coronavírus, afetou a saúde dos brasileiros e também a economia. Para fazer frente aos gastos com a pandemia, o Congresso Nacional aprovou o estado de calamidade pública e o Orçamento de Guerra, quando foi permitido conceder o auxílio emergencial no valor de R$ 600 e em seguida prorrogá-lo no valor de R$ 300 até dezembro de 2020.

“Pega os episódios de guerra aí e vê se teve aumento de salário durante a guerra, vê se teve dinheiro para saúde, educação. Não tem. Aqui é a mesma coisa. Se apertar o botão ali, vai ter que travar o resto todo”, afirmou Guedes.

O ministro falou que o governo saberá agir “se a pandemia se agravar”. O Brasil registrou 631 mortes pela covid-19 nesta segunda-feira (25), Chegando a um total de 217.712 óbitos desde o começo da pandemia.

“Se a pandemia se agrava, continuam 1.500 mortes por dia, a vacina não chega, nós falhamos miseravelmente na entrega das vacinas… Vamos observar. Caso o pior aconteça, nós temos o protocolo da crise”, disse Guedes.

O ministro disse que é preciso ter muita responsabilidade antes de decretar o Orçamento de Guerra em 2021 e deixou claro que, em 2020, o salário dos servidores públicos foi congelado por dois anos como compensação pelos gastos com a pandemia.

“É preciso ter muita responsabilidade quando você, entre aspas, declara a guerra. Se você disser que a pandemia está realmente assolando o Brasil de novo, você vai declarar o estado de guerra. Estado de guerra significa o seguinte: não tem aumento de salário durante dois anos de funcionalismo, os pisos estão todos bloqueados, acabou esse negócio do piso subir automaticamente”, afirmou.

Paulo Guedes disse que para repetir os gastos de 2020, será necessário “sacrifícios”. No ano passado, os gastos com a pandemia foi em torno de R$ 600 bilhões. O ministro também exigiu dos políticos a responsabilidade orçamentária.

“A classe política tem que se unir à responsabilidade pelos orçamentos. Se ela apertar o botão vermelho, de emergência, não é só pegar o dinheiro e sair correndo. Tem que fazer todo o protocolo de sacrifícios por anos. Se você está em guerra, não tem distribuição de medalhas. Ou seja, não pode ter aumento de salário enquanto não passar um, dois anos depois da guerra”.

Ele também disse que não podemos deixar o custo do combate à pandemia ser transferido para as próximas gerações.

“Tem que pagar pelo custo da guerra, não pode empurrar isso para as futuras gerações. É muito fácil gastar 8%, 10% do PIB num ano, pedir para gastar de novo no ano seguinte e empurrar o custo para os nossos filhos e netos. Tem que ser responsável”.

Edição por Jorge Roberto Wrigt Cunha – jornalista do Jornal Contábil

Jorge Roberto Wrigt

Jornalista há 38 anos, atuando na redação de jornais impressos locais, colunista de TV em emissora de rádio, apresentador de programa de variedades em emissora de TV local e também redator de textos publicitários, na cidade de Teresópolis (RJ). Atualmente se dedica ao jornalismo digital, sendo parte da equipe do Jornal Contábil.

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