A Black Friday é um costume originalmente norte-americano que, aos poucos, foi importado para o Brasil. Atualmente, já se tornou uma das datas mais aguardadas pelos consumidores que desejam realizar grandes e pequenas compras. Porém, os descontos exorbitantes oferecidos em algumas lojas pelo período de tempo determinado podem gerar ansiedade e acabar por ser a causa de decisões impulsivas.
Débora Garcia, especialista em fisiologia e bem estar, explica que as escolhas têm uma base emocional no cérebro. “Pessoas que tiveram, por acidente, lesões em regiões do cérebro que tem a ver com gestão emocional, mesmo que não tenham sido prejudicadas em questões cognitivas, tendem a ter dificuldades em fazer escolhas simples. Comprar ou não comprar é uma escolha”, detalha.
De acordo com ela, as escolhas estão diretamente conectadas com a habilidade de administrar emoções. “Muitas ferramentas de venda são exatamente voltadas para o emocional do consumidor. Quanto melhor a gente administrar o emocional, melhor será também a administração da vida financeira”, afirma. Ou seja, apesar de não ser o único fator determinante de uma vida economicamente saudável, a gestão emocional é um auxílio essencial para que isso aconteça. “Uma pessoa ter muito dinheiro não necessariamente é sinônimo de uma relação saudável com ele”.
Na Black Friday, existe um forte trabalho de convencimento e geração de expectativa. “A ideia de escassez e a persuasão mexem com o emocional e com o desejo de ‘ter’ das pessoas”. Além disso, Débora Garcia chama atenção para o funcionamento do sistema de recompensa. “Por que uma pessoa que decide guardar um dinheiro todo mês abre mão disso para comprar algo que, muitas vezes, não é essencial?”, questiona.
A resposta para isso está no sistema de recompensa do cérebro que é ativado quando algo é comprado. “Aprender a lidar melhor com o dinheiro, tem a ver com a capacidade das pessoas de conseguir gerenciar melhor o sistema de recompensa e conseguir adiar essa satisfação imediata gerada pela compra por um objetivo maior. Isso é uma habilidade e pode ser desenvolvida”, afirma a especialista.
Debora Garcia é palestrante, escritora e mentora de meditação.