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Bolsonaro disse que não vai privatizar o SUS

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para defender o decreto que autorizava a realização de estudos para parcerias entre os setores privado e público para a construção e administração de UBS (Unidades Básicas de Saúde), citou a ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Isso porque na quinta-feira, após repercussão negativa, Bolsonaro revogou o decreto à noite. Mas, disse que irá publicar uma nova versão na próxima semana.

“Ontem, tivemos um probleminha em relação a um decreto sobre o SUS, que não tinha nada a ver com privatização, mas lamentavelmente, grande parte da mídia fez um Carnaval em cima disso. [A mídia disse] ‘vai privatizar o SUS’, ‘o pobre não vai poder ser atendido pelo SUS’. Revoguei o decreto, mas fiz uma nota dizendo que nos próximos dias poderemos reeditá-lo, o que deve acontecer na semana que vem”, disse durante a transmissão de sua live costumeira das noites de quinta.

Depois, Bolsonaro mostrou uma notícia que falava de um suposto projeto criado pela ex-presidente Dilma Rousseff. O texto dizia que ela defendeu parcerias público-privadas para melhorar o “atendimento especializado” quando era candidata a presidente.

“Em 23 de setembro de 2010, Dilma era a presidente, né? [naquela data, o presidente era Luiz Inácio Lula da Silva]. ‘Dilma Rousseff defende parceria com iniciativa privada para melhorar o SUS’. Exatamente o que foi proposto agora, ela propôs atrás, não teve sucesso, para variar nada dava certo no governo dela. Mas exatamente o mesmo decreto. Mudança de uma palavra ou outra perdida apresentamos”, ressaltou.

A Repercussão

Na quinta-feira (29), o presidente Bolsonaro anunciou nas redes sociais que estava revogando o decreto. Ele afirmou que era “falsa” a suposta privatização do SUS e falou que a simples leitura do texto “em momento algum sinalizava” a privatização do sistema.

Na terça-feira (27) o Governo Federal publicou um decreto no Diário Oficial da União que permitiria a preparação de um modelo para a privatização das unidades básicas do Sistema Único de Saúde.

O decreto foi assinado pelo presidente Bolsonaro e pelo Ministro Paulo Guedes, e incluía as unidades básicas de saúde no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) da presidência. O PPI é um programa de concessões e privatizações do governo.

Porém, a reação contra o decreto foi geral, o que levou o presidente a revogar a medida.

O presidente do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Fernando Pigatto, entendeu o decreto como um caminho para a retirada de direitos da população.

“Precisamos fortalecer o SUS contra qualquer tipo de privatização e retirada de direitos”, afirmou ele ao G1

Também ao G1, a pesquisadora Ana Maria Malik, da Fundação Getúlio Vargas, disse que a rede básica tem um papel fundamental de organização da assistência à saúde.

“Precisa tomar um cuidado muito grande para tentar evitar que isso [a parceria com o setor privado] atenda interesses diferentes, que não sejam exatamente os de organizar o sistema de saúde”, diz Malik.

Edição Jorge Roberto Wrigt Cunha – jornalista do Jornal Contábil

Jorge Roberto Wrigt

Jornalista há 38 anos, atuando na redação de jornais impressos locais, colunista de TV em emissora de rádio, apresentador de programa de variedades em emissora de TV local e também redator de textos publicitários, na cidade de Teresópolis (RJ). Atualmente se dedica ao jornalismo digital, sendo parte da equipe do Jornal Contábil.

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