O Brasil ainda é um país majoritariamente jovem, mas o tempo passa para todos – inclusive para sua população. Em 2050, por exemplo, o Credit Suisse estima que quase 37% dos brasileiros dependerão de algum benefício da Previdência mais que o triplo dos atuais 11%. Com isso, as pressões sobre as contas públicas só aumentarão. Se quiser garantir algum futuro para seus habitantes, o país precisa urgentemente de reformas estruturais, segundo o banco suíço.
Em um estudo comparando sete países latino-americanos
e assinado pelos analistas Amlan Roy, Anais Boussie e Mengyuan Yuan, o banco afirma que eles deveriam se espelhar nos exemplos de nações europeias que já enfrentam um nível elevado de envelhecimento, como a Alemanha. “As reformas das políticas de saúde e previdência deveriam ter isto em mente”, afirma o texto.
“Um plano de crescimento sustentável vai exigir reformas estruturais para encorajar múltiplas fontes de expansão, e políticas redistributivas para combater a desigualdade de renda”, acrescenta o Credit.
Mas não são apenas as contas públicas que preocupam os suíços. O relatório também aponta a necessidade de melhorar os padrões de educação e tecnologia, a fim de gerar “uma base de consumidores vibrantes e uma talentosa e flexível força de trabalho.” Isso é ainda mais necessário, quando se lembra que, nos 80 e 90, a América Latina perdeu a corrida para os Tigres Asiáticos no quesito desenvolvimento econômico e social.
Exemplo prático
Tanto asiáticos, quanto latino-americanos, naquela época, possuíam perfis demográficos semelhantes – uma população crescente e predominantemente jovem. Mas, enquanto os Tigres investiram pesadamente no sistema de ensino, tecnologia e inovação, e se industrializaram, os latinos, incluindo o Brasil, mantiveram-se no marasmo.
Isso também ajudaria o Brasil e seus vizinhos a diversificar sua base econômica. Segundo o Credit, outro ponto preocupante é a elevada dependência da região da exportação de commodities agrícolas e minerais. Soja, minério de ferro, cobre, petróleo são os principais produtos vendidos por esses países e sustentam grande parte dos gastos sociais.
Mas a recente queda das cotações internacionais desses produtos faz o caixa dos governos desses países ficar cada vez mais apertado. Com o aumento permanente de gastos, as contas públicas começam a se deteriorar.
Nunca é demais lembrar que o Brasil fechou o ano passado com um déficit primário de mais de R$ 100 bilhões – e o governo já pediu autorização para o Congresso para registrar um rombo semelhante neste ano.
O banco encerra sua análise com um alerta de que, se as reformas não forem implementadas, a América Latina corre o risco de avançar rumo ao passado. “O fracasso [de promover reformas] os levaria à repetição das promessas não cumpridas dos anos 1980 e 1990.”
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