Por volta das 19h desta segunda-feira, a Câmara entregará ao Senado um pedido de impeachment contra o ex-presidente, Donald Trump.
Um movimento que levará a um julgamento histórico.
A medida oficial acontece pouco mais de um ano depois que a Câmara enviou pela última vez uma medida de impeachment contra Trump ao Senado.
A última crítica alega que o ex-presidente incita à rebelião do dia 6 de janeiro no Congresso norte-americano.
Julgamento
Na terça-feira, os senadores dos Estados Unidos, os quais atuam como jurados em um julgamento de impeachment, tomarão posse.
O início do julgamento será no dia 9 de fevereiro, dando aos nove gerentes de impeachment da Câmara e à equipe de defesa de Trump duas semanas para arquivar resumos e finalizar seus preparativos legais.
Um assessor do Senado, o líder da minoria Mitch McConnell, do estado de Kentucky, disse que o atraso vai garantir que Trump tenha o devido processo.
O período de duas semanas permitirá também que outros assuntos do Senado continuem, por exemplo, a confirmação dos nomeados ao gabinete do presidente Biden.
“Há três itens essenciais à nossa frente: o julgamento do ex-presidente Trump, agora que a Câmara tem seu impeachment; o forte alívio do COVID; e a aprovação do gabinete do presidente”, disse o líder da maioria no Senado, Chuck Schumer, a repórteres no domingo.
“O Senado deve progredir com todos os três nas próximas semanas, e nós iremos. Os riscos são altos demais para atrasar qualquer um deles.”
O democrata de Nova York acrescentou: “O julgamento será justo, mas terá um ritmo relativamente rápido.”
No dia 13 de janeiro, pela segunda vez sem precedentes, a Câmara acusou Trump de incitar uma rebelião no Congresso norte-americano em 6 de janeiro.
Alguns senadores republicanos acreditam ser inconstitucional haver um julgamento de impeachment para um presidente que já deixou o cargo. Outros criticaram, o que vêem é um exercício partidário.
“Acho que o julgamento é exagerado. Acho que é contraproducente”, disse o senador da Flórida, Marco Rubio, à Fox News no domingo.
“Já temos um incêndio acontecendo neste país e é como tentar apagá-lo com gasolina.”
O senador Mike Rounds, do estado da Dakota do Sul, acrescentou ao Meet the Press da NBC no domingo: “É um ponto discutível. Existem outras coisas nas quais preferiríamos trabalhar.”
Votação do Impeachment
A deputada Madeleine Dean, do estado da Pensilvânia, que é uma dos gerentes do impeachment, disse que ficou animada com os 10 republicanos da Câmara que votaram a favor do impeachment de Trump.
Em seu discurso no Estado da União da CNN, no domingo, ela disse: “Dez foi um número historicamente alto. Isso foi um impeachment bipartidário.”
Perceba as palavras de Liz Cheney, do Partido Republicano, que disse: “Trump montou a multidão, ele a incitou e acendeu a chama… Eu me animei com isso. Espero que ao longo dos dias restantes, enquanto nós, os nove gerentes, preparamos esse julgamento, mais e mais funcionários eleitos prestem atenção ao seu juramento e vejam os crimes e contravenções flagrantes que o ex-presidente por estar tão desesperado foi capaz de fazer nas últimas semanas de seu mandato.”
Cheney, que é a terceira republicana na Câmara, agora está se defendendo de ataques do seu próprio partido porque decidiu apoiar o impeachment de Trump.
Outro gerente de impeachment, o deputado Joaquin Castro, do Texas, diz que acredita que o caso para condenar Trump no julgamento do Senado ficará mais forte nos próximos dias.
“Com o passar dos dias, aparecem mais e mais evidências sobre o envolvimento do ex-presidente no incitamento dessa rebelião, desse motim e também sobre seu abandono do dever uma vez que estava acontecendo”, disse ele a Lulu Garcia-Navarro do NPR.
Castro disse estar “confiante” que o caso será forte o suficiente para convencer os senadores republicanos, os quais ainda não demonstraram como irão votar durante a condenação.
“Em primeiro lugar eu espero que eles se mantenham calmos e preparados, que escutem a todas as evidências e esperem que o caso seja apresentado.” disse ele.
“Mas acima de tudo, no final das contas o que nós precisamos é que as pessoas coloquem o país acima de qualquer pessoa, melhor dizendo, acima do Donald Trump e acima de qualquer partido, Republicano ou Democrata.”
Traduzido da fonte NPR por Wesley Carrijo para o Jornal Contábil