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Carreira: como cheguei ao cargo de CFO de uma multinacional

Iniciei minha trajetória profissional em um projeto temporário de dois meses para atendimento telefônico a clientes. Depois desse período me deram outros projetos, que tinham seis meses de duração. No entanto, fiquei 13 anos nessa empresa, que foi minha grande escola e de onde saí como Head de Finanças.

Fui desenhando minha carreira com o passar do tempo. No começo não tinha muita noção de onde podia chegar, era muito tímida, e isso atrapalhava um pouco. Mas sempre pensei nos próximos cinco anos e dei o meu melhor sem ligar para quando me pediam para fazer trabalhos operacionais. Até hoje não me importo com isso.

Aprendi a fazer um planejamento, sempre considerando pequenos degraus, para que pudesse ter a base necessária para o próximo desafio, pois não adianta sonhar com degraus muito altos se você não tem a experiência e inteligência emocional suficiente para lidar com isso.

Roberta Rosenburg –

Em diversos momentos de minha carreira fui desafiada. Acredito que o principal desafio para mulheres da minha idade era ser reconhecida em um ambiente majoritariamente masculino. As oportunidades de promoção eram facilmente passadas para os homens, enquanto nós, mulheres, tínhamos de provar muito mais para sermos valorizadas.

Desde o início da minha carreira atuei em empresas predominantemente masculinas e hoje isso é natural para mim. Era muito comum as mulheres deixarem seus empregos para terem filhos, mas temos que ter em mente que todos são iguais e capazes.

Outro desafio é sem dúvida o momento da maternidade, pois somos cobradas para ser excelentes mães e estarmos presentes em todas as ocasiões. Tive de relaxar quanto a isso e aprender a me cobrar menos, pois a vida de executiva não nos permite estar disponíveis o tempo todo. Participo da vida de meus filhos com qualidade, e não quantidade, e conto com o apoio do meu marido, que foi o eleito para participar do grupo de “mães” da escola.

Até hoje somos cobradas para ser a mãe perfeita, ou, como está na moda, a “Mulher Maravilha”, mas sinceramente com a vida de executiva isso não existe, e o que você pode dar é qualidade de tempo com sua família. Nunca gostei desse rótulo, isso sobrecarrega ainda mais nossa cobrança interna.

Atualmente estou em meu melhor momento profissional, pois planejei minha carreira nos últimos anos para me tornar diretora para a América Latina, e consegui. Essa sensação é indescritível.

Trabalhar em uma multinacional que se reinventa a cada ano e aposta em tecnologia para impulsionar os negócios é uma conquista que tenho orgulho de enfatizar. Eu me sinto confortável, pois gosto do dinamismo e de trabalhar com uma visão de futuro. Automatizações, praticidade, colaboração entre a equipe e comunicação são fundamentais para o sucesso.

Acredito que líder é a pessoa que inspira e respeita o funcionário pelo que ele é. Aprendi que um líder motiva a equipe e engaja as pessoas ao ser um exemplo, mesmo em momentos difíceis. É inspirador para mim desafiar as pessoas e vê-las evoluir, além de compartilhar minha experiência, por meio de atitudes e exemplos. Se a equipe fica trabalhando até tarde ou precisa de ajuda, o líder permanece ao seu lado e participar.

Minha mensagem para as mulheres que estão iniciando a carreira é que todas são responsáveis por sua própria trajetória. Planeje cada passo, estude muito, aprenda línguas (pois ainda temos uma defasagem imensa no Brasil) e não deixe que as pessoas te rotulem. Só você sabe do que é capaz.

Roberta Rosenburg, CFO da Husqvarna para América Latina

Sobre o Grupo Husqvarna

O Grupo Husqvarna é o maior fabricante global de equipamentos para manejo de áreas verdes, incluindo motosserras, roçadeiras, cortadores de grama robóticos e tratores de jardim. O grupo também é líder no mercado europeu de produtos para irrigação doméstica, e é um dos líderes mundiais em equipamentos e ferramentas de corte e diamantadas para as indústrias de construção e pedra. Em 2017, as vendas líquidas do grupo totalizaram 39 bilhões de coroas suecas (SEK), cerca de R﹩ 16 bilhões. A Husqvarna conta com uma média de 13 mil funcionários em 40 países.

Ricardo de Freitas

Ricardo de Freitas possui uma trajetória multifacetada, ele acumula experiências como jornalista, CEO e CMO, tendo atuado em grandes empresas de software no Brasil. Atualmente, lidera o grupo que engloba as empresas Banconta, Creditook e MEI360, focadas em soluções financeiras e contábeis para micro e pequenas empresas. Sua expertise em marketing se reflete em sua obra literária: "A Revolução do Marketing para Empresas Contábeis": Neste livro, Ricardo de Freitas compartilha suas visões e estratégias sobre como as empresas contábeis podem se destacar em um mercado cada vez mais competitivo, utilizando o marketing digital como ferramenta de crescimento.

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