Por Renato Grinberg, especialista em gestão e liderança
Na natureza, de acordo com o que postulou Charles Darwin, tudo está em evolução, e há algumas condições fundamentais dos seres vivos para ela existir. Para sobreviver, os seres tiveram de competir entre si inúmeras vezes e assim o mais adaptado iria sobrevivendo com a consequente eliminação da outra espécie que fazia parte dessa competição.
O mundo mudou radicalmente, mas ainda carregamos esse instinto competitivo que pode ser muito útil para nos desenvolvermos profissionalmente. Porém, é preciso prestar atenção pois, sem um direcionamento apropriado, a competitividade pode se transformar em algo negativo.
Muitas vezes, profissionais ou empresários entram em disputas corporativas, querendo prejudicar o que os atrapalha, valendo-se até de recursos antiéticos ou mesmo ilegais para conseguir sair a frente. Normalmente, isso só traz prejuízo para os dois lados. Já presenciei executivos da área comercial engajados em disputas pessoais com seus colegas em que um tentava sabotar o outro em vez de focar naquilo que é o mais importante: entender e resolver as necessidades dos clientes.
Por exemplo, há pessoas que fazem questão de ressaltar os defeitos e as possíveis falhas ou os erros dos outros, para se sobressair frente aos colegas e encarando-os como concorrentes. Este tipo de relação pode criar nos colaboradores o impulso de realizar o mesmo jogo.
Em todos esses casos, o resultado dessas disputas pode ser desastroso. Equipes e departamentos são contaminados por profissionais que instigam os outros com questões alheias ao negócio, e empresas e até mesmo indústrias inteiras são prejudicadas por decisões baseadas nessas disputas destrutivas. Para direcionar esse instinto a favor do negócio e, sobretudo, a favor do relacionamento interpessoal, é necessário desenvolver o que eu chamo de “competitividade positiva”. Isso basicamente significa competir com você mesmo.
Em outras palavras, é preciso sempre buscar dar o melhor de si em tudo que fizer. Para atingir esse objetivo é necessário repensar a atuação e a preparação para se atingir excelência e alta performance no mundo corporativo ou dos negócios.
No livro Metamanagement (Campus, 2004), Fredy Kofman observa que 99% do tempo que é dedicado aos esportes ou à música são usados para a prática, enquanto 1% é passado na execução, como um concerto ou em uma competição esportiva. Porém, o que vemos nas empresas é o contrário: “executa-se” o tempo todo, mas se pratica muito pouco, o que torna o rendimento muito inferior ao potencial. Tenha em mente durante a rotina diária que é essencial separar algum tempo para essa “preparação”, pois assim como um músico ou esportista dedicam tantas horas diárias para aperfeiçoar suas habilidades, um executivo ou empresário também necessita dedicar algum tempo se aprimorar, além de todas as horas que inevitavelmente irá dedicar à execução de alguma tarefa ou projeto. Esse é o princípio do conceito que eu chamo de “competitividade positiva” em que se direciona o instinto competitivo inerente a todos nós para lhe tornar melhor a cada dia.
Renato Grinberg é especialista em liderança e gestão de empresas, tendo passagem por grandes multinacionais nos EUA como a Sony Pictures e Warner Bros. Atualmente é diretor na Tiger Consulting. Grinberg é também autor de diversos livros, incluindo os best-sellers de carreira e negócios “A estratégia do olho de tigre” e “A excelência do Olho de Tigre” (editora Gente).
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