A China é um mundo à parte. Sabemos que por muito tempo essa foi a imagem do país que mais cresceu no planeta. Mas hoje, o mercado de contabilidadechinês tem se aberto ao restante do mundo e traz lições valiosas, principalmente para quem almeja se tornar o contador do futuro.
Durante décadas a China apresentou um crescimento galopante. Despertou os olhares de investidores em todo mundo. Mas experimentou, em 2018, o menor crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) em 28 anos. O que não significa que se tornou uma nação menos atrativa. Pelo contrário, esse momento pode oferecer novas possibilidades.
O Partido Comunista já declarou que fará tudo o que for possível para a retomada do crescimento. A recessão mundial de 2008 conteve a dinâmica de crescimento econômico chinês, mas a economia se manteve resiliente e a recuperação ocorreu de forma contundente e vigorosa. Um exemplo de como esse país é capaz de colocar rédeas e reconduzir a economia.
Seu cliente pode puxar o assunto. Você como contador do futuro deve buscar informações que permitam chegar aos insights que farão a diferença nas suas consultorias. É isso que permitirá que a sua prática esteja mais alinhada às propostas disruptivas de um mercado em constante crescimento e mudança.
Mercado da contabilidade e convergência às normas internacionais
Primeiramente, saiba que os governos brasileiros e chineses assinaram a Declaração de Xiamen, em 2017. Esse acordo visa padronizar as relações fiscais entre as nações componentes do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Isso significa que esses países possuem um acordo de cooperação contábil.
O Brasil, por exemplo, é um país que adota as Normas Internacionais de Relato Financeiro (International Financial Reporting Standards, IFRS) para entidades de todos os portes. Esse alinhamento permite mais transparência nas negociações de importação e exportação.
A China, no entanto, não teve a mesma aderência, apesar de ter substancialmente convergido a regulamentação fiscal interna na direção das normas internacionais. Mas, conforme destaca o CFC (Conselho Federal de Contabilidade), 30% das companhias chinesas são listadas nas bolsas internacionais e preparam relatórios fiscais no modelo IFRS. Mas o compromisso é de que um dia se possa adotar integralmente o referencial contábil internacional.
O básico das relações entre China e Brasil, você já conhece. Agora faltam apenas alguns detalhes sobre o mercado da contabilidade. Confira a seguir.
Existem três principais órgãos regulamentadores e fiscalizadores na estrutura do mercado de contabilidade chinês:
São eles que ditam as regras, alíquotas e demais pontos norteadores das atividades de compliance nas empresas. Aliás, os negócios chineses, que eram predominantemente estatais, foram se abrindo ao capital ao longo da história. O que torna a China um país bastante peculiar: combina o comunismo no âmbito social ao capitalismo na esfera econômica.
Para compreender essa relação, é preciso um certo domínio do sistema fiscal, econômico e tributário. Imagine que, em 2018 a China subiu a régua do Imposto de Renda para Pessoas Físicas (IRPF). O que aqueceu o mercado por meio do aumento do consumo. Some-se a isso o fato de ser o país mais populoso do mundo e você entenderá como é possível mudar a economia de uma hora para outra com algumas manobras fiscais.
Por falar nisso, as alíquotas para Pessoas Jurídicas são variáveis:
E isso é o que você precisa saber para um começo de conversa sobre o mercado de contabilidade da China, que também apresenta um ponto fraco contundente.
O governo comunista tem bastante influência. E isso é ótimo para que a China retome as rédeas do crescimento rapidamente. Mas não é tão interessante para quem deseja compreender o que se passa no âmbito fiscal, financeiro e econômico do país.
Portanto, o ponto fraco da China é o contexto administrativo em constante mudança. O que aumenta a complexidade e a dificuldade para estrangeiros que desejam conduzir seus negócios no país. Isso desencoraja muitos investidores.
Além disso, os índice de turnover é alto. O que significa alta rotatividade nos postos de trabalho que estão na base das operações. Outro fator que não animaria seu cliente, por exemplo.
Mas, se você já atendeu algum interessado em um “negócio da China”, entenda no próximo tópico o que há de tão atrativo nesta nação – apesar dos pontos fracos.
São quatro as principais razões dos olhares interessados e curiosos que os seus clientes podem direcionar à China. Confira:
Agora só falta saber o que a China mais produz. E nisso ela se assemelha muito ao Brasil.
O Brasil é um país de commodities e a China também. Ambos produzem e exportam produtos do tipo matéria-prima, que se estendem desde minério aos mais variados tipos de alimentos. São ambos países com base forte na agricultura.
Na China, 40% da mão de obra ativa está empregada em alguma empresa na área do agronegócio. Esses trabalhadores representam 10% do PIB. Mas somente 15% do solo chinês é fértil. O que não a impede de ser líder na produção de cereais, arroz, algodão, batatas e chás. O país também domina a produção de ovelha, de porcos e de produtos derivados de peixes.
A manufatura chinesa é um caso à parte. Notavelmente, a mão de obra barata levou ao crescimento dos investimentos industriais, principalmente de empresas estrangeiras que passaram a produzir mercadorias no país. O sobrenome “made in China” ficou mundialmente famoso.
Mais da metade das exportações chinesas são feitas por companhias estrangeiras. A maioria delas, 60%, produz eletrônicos. Já o setor mais fraco da economia é o de serviços, que não acompanhou o crescimento chinês nas últimas décadas.
Essas informações são valiosas para manter uma conversa sobre a China com qualquer um dos seus clientes que se interesse em abrir um negócio por lá ou negociar com o mercado chinês. Esteja preparado para falar de relações internacionais quando elas mencionam diretamente o mercado da contabilidade.
Assim, você pode, por exemplo, aconselhar seu cliente a não perder tempo no setor de serviços ou a investigar as possibilidades de investimento em algum ramo de negócios relacionado à tecnologia. Neste caso, a importação de produtos tecnológicos deve continuar aquecida, já que a produção chinesa é cada vez menos a cópia de outras marcas.
Que o digam os smartphones!
E para deixar o cenário mais animador: recentemente a China convidou estrangeiros para participar de fundos de investimento em tecnologia. O que é um ótimo sinal.
Com Domínio Sistemas
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