Gerenciar gastos, organizar processos, supervisionar os demais colaboradores: essas são atividades rotineiras de quem trabalha com Gestão em Saúde Pública.
Esses profissionais são os responsáveis por administrar empreendimentos da área de saúde no setor público.
Por ter ligação com o governo, esse segmento possui regulamentações e regras próprias aplicadas para essa gestão. Essa gestão é particularmente importante para o desenvolvimento de uma instituição e para o alcance dos objetivos e metas que foram traçados a partir de planejamentos orçamentários.
Por ser uma área complexa, é importante que o profissional esteja habilitado e pronto para enfrentar desafios, como a administração do fluxo de caixa e o bom funcionamento do lugar.
Se você trabalha na área e deseja aprender mais, o artigo de hoje é para você. Nele, iremos abordar os principais desafios enfrentados pelo gestor público e 5 práticas indispensáveis para aplicar na Gestão em Saúde Pública.
Boa leitura!
A saúde figura com grande importância a pauta de políticas públicas de todo governo.
O setor é responsável por oferecer serviços que mantém a população saudável. Alguns exemplos deles são vacina, serviços essenciais à saúde, assistência farmacêutica etc.
Implementado entre o final do século XX e início do século XXI, o Sistema Único de Saúde (SUS) é reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como o maior sistema gratuito e universal do mundo. Hoje, 7 em cada 10 brasileiros dependem exclusivamente do SUS, já que a maior parte da população não conta com planos de saúde particular.
Por isso, ter acesso a esses bens é um dos passos em direção a um país igualitário e que respeita seus cidadãos, oferecendo dignidade e qualidade de vida para esses indivíduos.
Devido a essa importância, ter infraestrutura adequada, profissionais qualificados e recursos financeiros é essencial nesse setor.
Devido a isso, a figura do gestor se faz tão importante. É ele quem vai destinar corretamente e de forma efetiva esses recursos.
A OMS entende que para atender as demandas da população e proporcionar mais qualidade de vida, é crucial garantir a cobertura universal da saúde. Consequentemente, se torna necessário investir na proteção e promoção dela.
Apesar dessa importância no desenvolvimento social e econômico do país, a saúde pública precisa enfrentar diversos desafios, já que a expectativa e insatisfação da população em relação a esses serviços cresce cada vez mais.
Segundo pesquisa realizada em 8 estados brasileiros pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (IBOPE) e a Confederação Nacional das Indústrias (CNI), em 2011, para 52% das pessoas a saúde é o problema número 1 do país.
O subfinanciamento da saúde pública começou quase que de forma análoga à criação do SUS, no entanto, é considerado por gestores e especialistas um dos maiores gargalos quando falamos do tema.
O Governo Federal, Estadual e Municipal investem cerca de R$ 240 bilhões anualmente na área. No entanto, esse número precisa suprir as necessidades de 150 milhões de brasileiros.
Desse modo, ainda que o Estado invista, não é o suficiente para atender a alta demanda.
Nesse ponto, há uma sobrecarga dos municípios. Antes eles eram responsáveis somente pela atenção básica, mas agora precisam destinar parte da verba também para atendimentos complexos, já que os repasses dos Governos Federal e Estadual não são suficientes para as duas áreas.
Com o objetivo de conter os gastos públicos e equilibrar a balança entre gastos e arrecadação, foi aprovada, em 2018, a PEC dos Gastos Públicos. Nela, é estabelecido um teto para os gastos em políticas públicas. Inicialmente com duração de 10 anos, sendo prorrogável por mais 10.
Esses cortes influenciam diretamente dois setores-chave no desenvolvimento de um país: a saúde e educação.
Em 2019, a área de saúde pública recebeu cerca de R$ 9,5 bilhões a menos em comparação aos anos anteriores, ainda que o país enfrente uma grave crise no setor, com aumento nos indicadores da mortalidade infantil.
O artigo científico Gestão em Saúde no Brasil: Diálogo com Gestores Públicos e Privados, fez um estudo com o objetivo de identificar os principais problemas em Gestão em Saúde Pública no país. Para isso, foram feitas diversas entrevistas com gestores, na qual foi possível entender quais são os principais gargalos do cargo.
As queixas sobre estagnação e resistência à transformação são frequentes.
Segundo entrevista feita com gestores, essa resistência teria três principais motivações, são elas:
Eles também consideram que a gestão hospitalar é muito particular e a logística de reprodução de gerência de outras institucionais seria um fator que trava o desenvolvimento do setor.
A solução, então, seria construir novas formas de Gestão em Saúde Pública, fundamentadas na participação e práticas interdisciplinares, estimulando a participação de trabalhadores e usuários.
É um consenso entre os gestores que o SUS foi um movimento importante para as políticas públicas de saúde do Estado. O modelo, inclusive, é internacionalmente elogiado e referência na área de transplantes, sendo um grande suporte nos tratamentos de HIV e câncer.
Entretanto, o seu reconhecimento internacional é referente ao atendimento primário à saúde. O sistema público ainda depende quase que totalmente do setor privado quando se fala em demandas de média e alta complexidade.
Apesar dos problemas, não quer dizer que a área de Gestão em Saúde Pública esteja totalmente perdida. É possível driblar os problemas e realizar uma gestão eficiente através de algumas ações e pensamento inteligente.
Para ajudar, separamos 5 práticas indispensáveis a todo gestor em saúde pública!
A área de gestão em saúde pública exige grande desempenho daqueles que desejam ocupá-lo. Otimizar os recursos e trazer mais eficiência para os serviços que são oferecidos aos usuários são imprescindíveis.
Para chegar a isso, é crucial investir em estratégias práticas que irão aprimorar esses resultados.
Como visto anteriormente, apesar de ter qualidade em atenção primária à saúde, o setor público ainda enfrenta desafios no que corresponde às demandas complexas.
Um modo de diminuir esse gargalo é a parceria público-privado (PPP). Nela, são feitos acordos entre instituições governamentais e empresas de iniciativa privada para o fornecimento de serviços.
Essa alternativa é interessante à medida que o setor privado possui menos burocracias em seus serviços, agilizando processos.
As PPP colaboram em: redução das despesas orçamentárias, diminuição de custos de serviços, transparência e padronização de processos e poder fiscalizatório.
Uma das principais queixas das pessoas em relação à saúde pública são as longas filas de espera. Para tentar sanar esse problema, alguns gestores tentam implementar o agendamento de consultas baseado na singularidade de cada paciente.
Funciona dessa forma: o agendamento de consultas deve ser baseado em uma linha de cuidado. O paciente deve ser encaminhado a especialistas somente quando for estritamente necessário. Dessa forma, irá desafogar esse setor.
Hoje, grande parte da demanda poderia ser sanada apenas com consultas de atenção básica.
Cada unidade de saúde tem as suas próprias particularidades, por isso, ao adotar mecanismos para medição de indicadores de desempenho é possível identificar qual o problema específico daquele local.
Processos desorganizados, necessidade de mais pessoas, onde destinar melhor os recursos, são pontos que podem ser descobertos a partir da análise de dados.
Softwares e aplicativos de gestão e otimização são de grande ajuda para gestores. O auxílio desses aparatos também são uma forma de padronizar processos e seguir parâmetros bem definidos.
Apesar dos ganhos, a ajuda da tecnologia ainda é pouco explorada na área de Gestão de Saúde Pública.
Alguns exemplos são:
Sabemos que a questão financeira e burocrática podem ser impeditivos para a aplicação dessa prática. Contudo, é possível driblar isso com a primeira dica dada aqui.
É difícil coordenar um empreendimento quando a equipe e, até mesmo os próprios gestores, não são capacitados para o trabalho.
Nesse sentido, para que processos e operações funcionem do jeito esperado, é interessante investir em capacitação, workshops e palestras.
Cogite o treinamento com equipes de atendimento, triagem até a administração.
Ter uma boa capacitação faz com que o atendimento seja certeiro. Além disso, também contribui para que os profissionais sejam atenciosos e empáticos no suporte ao paciente. Dessa forma, recursos humanos, técnicos e financeiros são usados em todo o seu potencial.
Isso faz toda a diferença para que os gestores tenham entendimento específicos da área de saúde e conhecimento de administração de pessoas.
Se você quer aprimorar o seu plano de carreira e está buscando por uma especialização na área, veja quais são as suas possibilidades.
Todos esses entraves são situações que gestores de saúde pública precisam lidar em sua administração. Por isso, estar devidamente preparado para tais problemáticas e entender onde é necessário dar atenção se tornam diferenciais.
Para conseguir ter essa visão, além da experiência prática, é preciso investir em fundamentos teóricos que irão te guiar rumo as melhores tomadas de decisão.
A especialização também irá incrementar os seguintes pontos:
Para se tornar um profissional qualificado nesse nível, é necessário realizar uma especialização na área, como cursos de pós-graduação ou MBA, tudo irá depender da área de atuação que pretende seguir e quais cargos deseja alcançar.
Em geral, os cursos de especialização na área duram cerca de 2 anos. Eles têm como base disciplinas voltadas para modelos de gestão na área médica.
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