Pense no síndico de um prédio. A imagem que veio é a de um morador mais velho, geralmente aposentado, que usa seu tempo livre para cuidar do patrimônio dos moradores? Talvez esse seja o estereótipo mais comum, mas, nos últimos anos, ganhou espaço a figura do síndico profissional, que recebe para administrar o condomínio e não mora nele.
Esse é um mercado que, além de estar em crescimento, tem pouca concorrência, segundo Renato Daniel Tichauer, síndico profissional e presidente da Assosíndicos (Associação dos Síndicos de Condomínios Comerciais e Residenciais do Estado de São Paulo).
Tem muita gente (síndicos), mas muita gente ruim
Uma das vantagens é que, por não ser uma profissão regulamentada, não exige diploma. Além disso, pode trazer um bom retorno financeiro, diz ele.
Em geral, os síndicos profissionais são autônomos ou abrem pequenas empresas que prestam serviços aos condomínios, diz Tichauer. Um síndico funcionário exclusivo do prédio, contratado com carteira assinada, é mais incomum, de acordo com ele.
Como costuma administrar mais de um prédio, os ganhos mensais variam bastante. O que também afeta o valor do serviço é o tamanho e tipo dos prédios –se são comerciais ou residenciais, por exemplo. No geral, a atividade pode garantir um bom retorno.
Síndicos costumam cobrar, em média, de R$ 2.000 a R$ 3.000 de um prédio de tamanho médio em São Paulo, com 60 unidades, segundo Sérgio Meira de Castro Neto, síndico profissional e diretor de Condomínios do Secovi-SP (Sindicato da Habitação).
Ele afirma que, em um condomínio maior, esse valor pode subir para R$ 5.000 a R$ 7.000.
Buscar um profissional significa, portanto, um custo a mais para o prédio, já que síndicos moradores costumam ter apenas o abatimento na taxa do condomínio para exercer a função. Por isso, o profissional é uma opção mais viável para condomínios maiores, enquanto os menores continuam optando por moradores.
Renato Tichauer percebeu a oportunidade há 15 anos. Economista de formação, estava desempregado depois que a empresa onde trabalhava faliu.
Buscando as vantagens de ter um negócio próprio, como a maior liberdade, decidiu ganhar dinheiro como síndico profissional. Estudou o assunto e entrou nesse mercado.
“Comecei no meu prédio. Em seguida me apareceu mais um. Fazendo um bom trabalho, te recomendam e passa a ter boas oportunidades”, afirma.
Hoje, ele presta o serviço para oito condomínios, mas diz que chegou a administrar 12 ao mesmo tempo.
Os especialistas afirmam que a contratação de um síndico não significa que ele fique à disposição do prédio 24 horas por dia. Pode-se estipular a quantidade de horas dedicadas em contrato.
Eles dizem que, em geral, são duas visitas de rotina por semana, que duram de duas a três horas. Claro que também atendem eventualidades, como urgências de manutenção, por exemplo.
A profissão de síndico não é regulamentada. Isso quer dizer que ainda não há exigências para desempenhar a função, como um diploma de curso superior.
Os especialistas alertam, porém, que o conhecimento para ser um síndico é muito específico. “Por mais preparado que seja, não é tão simples. A legislação (sobre condomínios) é muito complexa e específica. Na parte de manutenção, são dezenas de sistemas que tem que manter em funcionamento”, afirma Castro Neto.
Atualmente, algumas entidades, como o próprio Secovi-SP e a Assosíndicos, organizam cursos livres voltados para síndicos, com informações sobre administração.
Exercer a atividade, porém, exige algumas qualidades, e elas vão além daquelas que se imagina, como a capacidade para ser um bom gestor e facilidade para lidar com finanças. Afinidade com novas tecnologias é uma delas. Saber se comunicar também é essencial, para manter o bom relacionamento com os moradores.
Quem se propõe a fazer isso tem que ser uma pessoa organizada, ter o dom de saber ouvir e se comunicar. Não basta só fazer, mas dar ciência do que está sendo feito, até para valorizar seu trabalho
Sérgio Castro Neto, síndico profissional
Por lei, os condomínios são obrigados a ter um síndico. É ele quem responde cível e criminalmente pelo condomínio. Segundo o código civil, cabe ao síndico:
Mesmo com toda sua experiência, Renato Tichauer e Sérgio Castro Neto não são síndicos dos condomínios onde moram. O objetivo: fugir da dor de cabeça no local de descanso.
Eles (moradores) usam e abusam, porque sabem que sou do ramo. Deixo bem claro: aqui é lugar de descanso.
Sérgio Castro Neto
“Não quero ter envolvimento. Já fui (síndico) e não tive problemas. Mas evito”, afirma Tichauer.
Seguindo a política da boa vizinhança, porém, os dois dizem que não negam ajuda aos síndicos de seus prédios quando são procurados. Via UOL
Falta pouco tempo para o Imposto de Renda (IR) 2025 iniciar, porém, milhões de contribuintes…
Milhões de pessoas ainda vão receber seus benefícios do INSS referentes ao mês de janeiro…
Introdução ao Relatório Jornal Contábil de Empresas no Brasil O Brasil encerrou 2024 com 21,6 milhões…
A reforma tributária, solução para simplificar a tributação sobre o consumo, apresenta desafios significativos para…
Se você participou de alguma edição do Enem, quer parcelar seus estudos e está tentando…
A inteligência artificial (IA) está transformando diversos setores da economia, e com os escritórios contábeis…