Passados três anos do vazamento de contas secretas de milhares de brasileiros na Suíça no caso que ficou conhecido como Swissleaks, a Polícia Federal do Brasil concluiu a primeira etapa do inquérito criminal aberto sobre o caso e decidiu aprofundar a investigação contra 660 brasileiros suspeitos de manter contas ou investimentos secretos no HSBC da Suíça. Nesse grupo, estão grandes empresários de diversos setores da economia – principalmente construção civil, indústria e área financeira.
Os crimes sob apuração são evasão de divisas e lavagem de dinheiro, além de outros delitos financeiros que possam surgir. A lista inclui ainda 13 ex-funcionários do HSBC no Brasil que são investigados sob suspeita de terem atuado e auxiliado na abertura das contas secretas e prática de crimes financeiros, totalizando 673 investigados no caso.
Detalhes inéditos do inquérito, que tramita sob sigilo, foram divulgados pelo jornal “O Globo”. Após uma minuciosa investigação em um imenso banco de dados, a PF identificou 9.325 clientes da instituição financeira com nacionalidade brasileira e contabilizou que eles mantiveram US$ 15,2 bilhões no HSBC Private Bank Genebra à época dos fatos investigados – o período entre 2006 e 2007. O valor equivale a R$ 53,4 bilhões, pela atual cotação do dólar. Para efeitos de comparação, a Petrobras calculou em R$ 6 bilhões o prejuízo que a corrupção provocou aos seus cofres.
Os dados secretos do HSBC da Suíça foram vazados em 2015 por um ex-funcionário do banco, Hervé Falciani, para o Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ, na sigla em inglês), que compartilhou as informações com diversos veículos de comunicação pelo mundo.
A PF conseguiu acesso oficialmente ao banco de dados do HSBC da Suíça em julho de 2015 por meio de cooperação internacional com autoridades francesas. A partir daquele momento, os investigadores brasileiros começaram a montar um banco de dados para tratar a imensa quantidade de informações recebida – 183 tabelas com 40 gigabytes de memória abrangendo dados de clientes de todas as nacionalidades.
Os peritos da PF criaram um sistema informatizado para acessar o material e passaram um ano tratando esses dados. Após identificarem os brasileiros, passaram a obter informações da Receita Federal e do Banco Central para complementar a investigação. A apuração é comandada pelo delegado Tomás de Almeida Vianna, da Divisão de Repressão aos Crimes Financeiros e à Lavagem de Dinheiro da PF em Brasília.
Foram usados dois critérios para definir os alvos prioritários. Primeiro, os que possuíam maior quantidade de dinheiro nos ativos do HSBC suíço. Segundo, os que apareciam como vinculados a mais de dez contas, que poderiam ser fundos de investimentos, títulos financeiros, contratos de derivativos, depósitos ou diversos outros tipos de ativos financeiros.
Nesta última fase, a PF vai analisar se os ativos no exterior haviam sido declarados pelos investigados às autoridades brasileiras – Receita Federal e Banco Central. Nessa última fase do inquérito do Swissleaks, passam a figurar formalmente como investigados no caso grandes nomes do PIB nacional. “O Globo” identificou que a lista contém 101 empresários (ou familiares) vinculados à construção civil e ao setor imobiliário, cem do setor industrial, 81 da área financeira e 35 de transporte.
Repatriação
Sigilo. Os investigadores já têm em mãos as quebras de sigilo bancário e fiscal para conferir se houve irregularidades. Vários alvos do caso aderiram ao programa de repatriação de recursos no exterior.
Apurações
Ampliação. Promotores de São Paulo querem ampliar as negociações com empreiteiras acusadas de cartel em obras estaduais. A ideia é replicar modelo adotado com a Odebrecht, que se comprometeu a apontar agentes públicos que criaram facilidades para o cartel nos governos do PSDB, além de pagar multa e ressarcir danos causados aos cofres públicos. Em troca, as empresas ficariam livres para participar de novos processos de licitações.
Tubos. colaboração do ex-diretor da Petrobras Renato Duque com a Lava Jato pode estender as investigações para contratos bilionários da estatal com fornecedores de tubos de aço. O grupo italiano Techint, que controla a Confab no Brasil, é alvo de inquéritos na Itália e na Suíça. As informações são da coluna “Painel”, da “Folha”. Os dois maiores fornecedores de tubos da Petrobras foram objeto de suspeitas em 2016.
Via Jornal o Tempo
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