O ano de 2020 está sendo um desafio constante para quem é empresário, mais do que os anteriores.
A pandemia do novo coronavírus trouxe mudanças nas dinâmicas organizacionais: primeiro veio o susto, o lockdown, a crise econômica, a instabilidade política, conflitos sociais, aliados ao aumento do desemprego, entre outros percalços.
Para muitos, o esforço realizado para se manter de pé não foi suficiente, mas, para tantos outros, foi um momento de reinvenção e superação.
Como fundadores, somos exigidos, continuamente, a estarmos bem e “segurarmos as pontas”, mas no fim das contas, há quem esqueça que nós também precisamos de motivação e uma força extra de fora.
Apesar de parecermos “super homens” e “super mulheres”, também precisamos de apoio emocional. E é aí que percebemos o quanto a função de ser empreendedor é tão solitária!
Em negócios onde há mais de um sócio administrando e/ou gerindo, o fardo pode (e deve!) ser dividido, tendo um como esteio do outro. ,
E, a despeito da montanha russa de sentimentos, o apoio mútuo pode e faz a diferença na hora de enfrentar cada barreira individual e coletiva com a qual nos deparamos no dia a dia.
Olhar para a sua empresa e buscar maneiras de sobreviver fora do projetado tradicionalmente, não é fácil. E lidar com a mente das pessoas que fazem isso valer, é ainda mais desafiador.
Mas, como bem citou o educador e filósofo Mário Sérgio Cortella em seu livro “Por que fazemos o que fazemos”, para encontrar a motivação em tempos difíceis é preciso aprender a viver a restrição, do mesmo modo em que se aprendeu a viver a fartura.
Enquanto empresária, entendo que precisamos engajar o cliente interno, independente de qualquer coisa, para alcançar o propósito do seu negócio, seja ele qual for.
Afinal, é a sua equipe que fará isso acontecer, vendendo a sua ideia, o seu produto ou serviço, fazendo a diferença na vida do consumidor.
Para que isso aconteça, é essencial sempre expor a verdade ao time, sem esconder ou maquiar uma situação ruim, compartilhando os caminhos que irá seguir, os porquês das escolhas e decisões e o que precisa de cada um naquele momento.
Com a clareza e transparência, priorizando a união e a importância de cada um para o todo, é mais fácil enfrentar o momento adverso e passar por ele fortalecido.
Neste contexto, a inteligência emocional dos fundadores deve ser o cerne que irá manter o foco no resultado e equilíbrio. Do contrário, quando se entra na energia do pessimismo ou da reclamação sem mudar a situação, entra-se numa bolha difícil de sair.
Precisamos encontrar maneiras de nos motivarmos para ajudarmos o nosso time a manter o negócio funcionando.
É importante, mais do que nunca, cuidar de si – incluindo atividades para a mente e para o corpo – entendendo que o equilíbrio emocional e o autoconhecimento acabam refletindo, inegavelmente, em toda a equipe e, claro, no sucesso do negócio.
Não existe nenhuma fórmula pronta de como manter a motivação em tempos incertos, porém tenho certeza de que os pontos que levantei ajudarão a manter sua marca nos trilhos, assim como me auxiliaram.
E não há nada mais gratificante do que passar por uma grande tormenta com todo time unido e carregando grandes aprendizados para a vida.
Por Veronicah Sella é Co-fundadora da marca Criamigos, rede de franquias de pelúcias personalizáveis