A motivação é importante, mas definitivamente não é ela que te leva até o seu objetivo. Você certamente já ouviu algo semelhante na internet e, segundo a neurociência, esta afirmação está correta.
Embora a motivação seja determinante para a ação, o que nos ajuda a persistir e realizar os nossos objetivos é outro sentimento: a disciplina.
A palavra disciplina vem no latim discere, que significa “aprender”. O cérebro – a nossa máquina adaptativa – relaciona o tempo todo quais são os comportamentos que tivemos e seus resultados.
Quando um comportamento realizado resulta em uma recompensa imediata fica muito fácil para o cérebro entender que esse comportamento é bom.
“Por exemplo, faço uma receita nova de torta e ela fica deliciosa, imediatamente o cérebro registra que cozinhar doces é bom. Por outro lado, se vou à academia por uma semana e não percebo mudanças no corpo, o cérebro pode entender que aquilo é um gasto de energia ‘à toa’ e então fica mais difícil brigar contra a preguiça. Aqui entra a disciplina: preciso ensinar meu cérebro a persistir em esforços, mesmo que a recompensa não seja imediata”, alertou Livia Ciacci, neurocientista do Supera – Ginástica para o cérebro.
Ainda segundo a especialista, ser disciplinado em algo é o resultado da atuação de um conjunto de funções do cérebro.
“Quando mantenho a atenção em um objetivo, uso o raciocínio lógico para avaliar se tenho os recursos necessários para chegar lá, uso o controle inibitório para regular as melhores posturas de acordo com o meio social e ainda faço uma projeção futura com minha flexibilidade mental. Desta forma, estou dando direcionamento aos meus desejos. Tudo isso pode acontecer na nossa cabeça várias vezes por dia, a grande diferença estará no valor que eu atribuo àquele objetivo em especial – esse valor vai alimentar a motivação, e a motivação vai nos colocar em movimento para colocar o plano em prática”, alertou.
Mas a verdade é que todo mundo coloca planos em prática todos os dias não é mesmo? Principalmente quando tomamos uma decisão porque estamos empolgados.
No entanto, planos não funcionam perfeitamente e então, começam as dificuldades. Como seguir em frente mesmo assim? Como manter o plano quando a empolgação passou e bateu aquele imprevisto? Aqui entra a disciplina.
A disciplina, segundo a especialista, é o que sustenta um comportamento na ausência da motivação.
“A disciplina não vem de uma área do cérebro ou de uma função isolada, mas é construída pela metacognição – que é a capacidade do ser humano de monitorar e autorregular os processos cognitivos. Não adianta usar a atenção, o raciocínio e a flexibilidade mental sem ter plena consciência desses processos durante o planejamento de um objetivo”, alertou a especialista, que completou: “a metacognição está em ação quando, por exemplo, eu preparo a mesa para estudar e escolho cronometrar 20 minutos para ficar em total concentração e deixo o smartphone bem longe nesse período. Faço isso porque eu sei que se o aparelho estiver próximo terei grandes chances de distrair. Quando regulo meu comportamento usando estratégias para privilegiar a busca de um objetivo, estou usando a metacognição e desenvolvendo a disciplina”, explicou.
Ainda segundo Livia Ciacci, neurocientista do Supera – Ginástica para o cérebro, a grande vantagem de desenvolver esse controle é, que quanto mais melhoramos, mais resultados vamos conseguindo a partir das mudanças de hábitos e isso vai contribuir para o cérebro reforçar esse comportamento e assumir uma visão mais positiva e otimista da vida.
“O contrário disso é o que acontece com muitas pessoas ao começar um plano para atingir um objetivo sem ter a consciência de quanto e quais esforços elas terão que assumir. Então começam a se autossabotar com comportamentos contrários à direção do objetivo”, alertou.
“Ser focado é saber aonde você quer chegar, é visualizar o final da estrada, planejando exatamente quais etapas serão necessárias. É possível estar concentrado em algo ser ter um foco, mas não é possível se manter focado num objetivo sem manter a concentração nas etapas do trajeto”, concluiu Livia Ciacci, neurocientista do Supera – Ginastica para o cérebro.
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