Fique Sabendo

Compras por aplicativos têm alta de 30% durante pandemia, diz pesquisa

Durante o primeiro mês de isolamento social devido à pandemia de covid-19, as compras feitas por meio de aplicativos cresceram 30%, no Brasil, de acordo com levantamento do Instituto Locomotiva, divulgado hoje (29). A alta foi significativa em dois grupos populacionais: o de pessoas com mais de 50 anos de idade e o das classes C, D e E, que, somadas, representam mais da metade dos consumidores do país.

Quase metade (49%) das pessoas abordadas pelo instituto declarou que pretende ampliar as compras por aplicativos, após o fim do isolamento social. Além disso, cerca de um terço (32%) pontuou que planeja reduzir as idas a lojas físicas.

A pesquisa mostra que a mudança de padrão no consumo também se refere aos produtos colocados nos carrinhos. Enquanto 39% dos entrevistados disseram estar comprando mais alimentos, 53% afirmaram ter diminuído a aquisição de itens de lojas de departamento.

Uma parcela das pessoas consultadas pelo instituto passou, inclusive, a lançar mão de plataformas online para obter produtos básicos, como alimentos, os de higiene pessoal e de limpeza. No total, 15% dos entrevistados informaram à entidade que não costumavam solicitar entrega de alimentos. Com a pandemia, porém, começaram a fazer pedidos de produtos dessa categoria. A taxa é a mesma em relação a medicamentos. Por outro lado, os percentuais de pessoas que ainda preferem ir a mercados e farmácias permanecem elevados, sendo de 60% e 45%, respectivamente.

Segundo o presidente do Instituto Locomotiva, Renato Meirelles, a expansão do mercado online já era prevista para antes mesmo da pandemia. Ele avalia, contudo, que esse movimento demoraria mais para acontecer, não fosse o contexto da covid-19. Por isso, avalia que as circunstâncias atuais acabaram se tornando propulsoras do fortalecimento dos aplicativos.

A pesquisa foi feita ouvindo 1.131 consumidores com idade igual ou superior a 16 anos. O questionário foi aplicado em 72 cidades de todos os estados brasileiros, nos dias 14 e 15 de abril.

Delivery de comida

De acordo com a pesquisa, 10% dos entrevistados não faziam pedidos de delivery de comida, mas passaram a fazer com a pandemia; 25% já eram clientes, mas intensificaram os pedidos e 21% mantiveram o mesmo nível de encomendas.

Apenas 15% reduziram o uso dos aplicativos de refeições, o que pode ter ligação com o fato de que muitas pessoas têm demonstrado preocupação com a desproteção dos entregadores.

Direito do consumidor

A pesquisa mostra ainda a tendência de parte dos consumidores em gastar menos dinheiro. Com o intuito de economizar, 55% dos entrevistados afirmaram que irão comparar mais os preços dos produtos antes de fechar uma compra. Reduzir o volume de produtos em relação ao que adquiriam antes da pandemia é o objetivo de 45% das pessoas questionadas pelo instituto. Outros 55% comentaram que voltarão a comprar normalmente aquilo que já consumiam.

A atenção com relação ao valor dos produtos é um fator importante. De acordo com relatório da Fundação Procon SP, divulgado na segunda-feira (27), 84,6% dos 1.813 consumidores participantes da sondagem depararam com preços abusivos em estabelecimentos comerciais. A prática predominou entre produtos com maior demanda durante a pandemia, como álcool em gel e máscaras hospitalares. Os produtos alimentícios, de higiene pessoal e de limpeza apareceram em menor número, mas a percepção de elevação do custo foi a mesma.

Até a última sexta-feira (24), o Procon SP havia recebido 4.061 denúncias de preços abusivos ou injustificados. Em nota, acrescenta que 25,2% dos entrevistados relataram problemas nas compras feitas pela internet. As queixas mais comuns são demora na entrega (45%) e entrega não efetuada (27,1%), o que, diz o Procon SP, sinaliza que as empresas de transporte têm tido dificuldades na logística, que devem ser sanadas, para que os consumidores não tenham seus direitos violados.

Para realizar o balanço, equipes do órgão fiscalizaram 2.115 farmácias, supermercados e hipermercados de 154 cidades do estado de São Paulo. A ação resultou em 1.830 notificações a estabelecimentos.


Fonte: Agência Brasil – Letycia Bond 

Jorge Roberto Wrigt

Jornalista há 38 anos, atuando na redação de jornais impressos locais, colunista de TV em emissora de rádio, apresentador de programa de variedades em emissora de TV local e também redator de textos publicitários, na cidade de Teresópolis (RJ). Atualmente se dedica ao jornalismo digital, sendo parte da equipe do Jornal Contábil.

Recent Posts

Brasil atinge 21,6 milhões de empresas ativas em 2024; Simples Nacional domina 84% do mercado

Introdução ao Relatório Jornal Contábil de Empresas no Brasil O Brasil encerrou 2024 com 21,6 milhões…

8 horas ago

Artigo: O empresariado brasileiro e o ano mais difícil na transição pós-reforma

A reforma tributária, solução para simplificar a tributação sobre o consumo, apresenta desafios significativos para…

9 horas ago

Inscrições para o Fies abertas até sexta-feira, dia 7. Veja como fazer

Se você participou de alguma edição do Enem, quer parcelar seus estudos e está tentando…

10 horas ago

Inteligência Artificial e os escritórios contábeis: uma parceria estratégica para o futuro

A inteligência artificial (IA) está transformando diversos setores da economia, e com os escritórios contábeis…

12 horas ago

Dia Mundial do Câncer: campanha estimula prevenção e INSS tem benefícios garantidos

Nesta terça-feira, dia 04 de fevereiro, é uma data dedicada ao Dia Mundial do Câncer.…

13 horas ago

Seu Escritório Contábil Está Pronto para o Deepseek?

A integração de inteligência artificial (IA) avançada, como o Deepseek, está transformando a contabilidade em uma…

13 horas ago