Empresas do grupo:

Início » Confira algumas maneiras de se proteger da desvalorização do dinheiro ao longo do tempo

Confira algumas maneiras de se proteger da desvalorização do dinheiro ao longo do tempo

por Esther Vasconcelos
6 minutos ler
Designed by @jannoon028 / freepik

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), utilizado para medir a inflação, fechou o ano de 2020 em 4,52%, a maior alta desde 2016.

O volume ficou  acima do centro da meta estipulada pelo Banco Central, que era de 4%, preocupando todos os brasileiros.

Afinal, quem viveu o período de hiperinflação no Brasil, sabe o mal que a corrosão do poder de compra da moeda pode causar. Uma preocupação que não é diferente quando se fala em investimentos. 

Com uma taxa de juros em sua mínima histórica (2%), são poucas as aplicações de renda fixa que conseguem hoje oferecer um ganho real ao investidor, ou seja, ter valorização superior à inflação oficial do país.

Diante deste cenário, a boa notícia é que existem algumas maneiras de se proteger da desvalorização do dinheiro ao longo do tempo, confira:

Títulos públicos atrelados à inflação

O Tesouro Direto IPCA+ talvez seja a forma mais simples e objetiva de investir na renda fixa com a certeza de ter um ganho real. Isso acontece porque ele oferece uma taxa de juros pré-estabelecida, mais a variação do IPCA no ano.

Dessa maneira, por menor que seja a taxa oferecida, o rendimento ao final do ano será sempre maior que a inflação. Mas é importante destacar que este título de renda fixa só trará o rendimento prometido no vencimento do contrato.

Até lá, caso o investidor precise do dinheiro e tenha que se desfazer do investimento, ele poderá ter um rendimento melhor ou pior do que o prometido.

Isso acontece porque, antes do vencimento, este título se comporta como uma renda variável, devido a um processo conhecido como marcação a mercado.

Nele, o preço do título é precificado diariamente com base nos negócios que todos os investidores fazem ao negociar tais títulos. Portanto, se o investidor não quer correr nenhum tipo de risco, deve se preparar para segurar esse título até a sua data de vencimento.

Renda variável no longo prazo

Com a taxa de juros em queda, não para de crescer o número de novas pessoas físicas na B3, a Bolsa de Valores do Brasil.

No longo prazo, o índice Ibovespa tem se mostrado uma boa alternativa de investimento não só em relação à inflação, mas como um todo. Se considerarmos a inflação acumulada de janeiro de 2000 até o final do ano passado, temos uma variação do IPCA de 250,04%.

Neste mesmo período, o Ibovespa teve uma valorização próxima a 600%, sendo bem vantajoso em relação à inflação. Mas vale destacar aqui as palavras “paciência” e “disciplina”.

É preciso ter uma estratégia bem definida de como vão ser os aportes, quais serão as ações ou fundos de investimento, e não agir por impulso durante as quedas que fatalmente irão acontecer.

Também, vale não esquecer aquela velha máxima de que rentabilidades passadas não garantem rendimento futuro. Portanto, para considerar a renda variável, o perfil do investidor deve ser de moderado a arrojado.

Dólar e Fundos Cambiais

Algo muito comum no Brasil é a valorização do dólar em momentos de crise. A própria valorização da moeda norte-americana, inclusive, tende a impactar a inflação.

Dessa maneira, nada mais comum que buscar a segurança da principal divisa internacional em momentos de turbulência.

Deve-se ressaltar também o perfil um pouco mais arrojado, de quem gosta de comprar dólar como investimento. Isso porque o momento e o preço da compra é de extrema importância. Portanto, muito cuidado.

Imóveis

Um dos investimentos preferidos do brasileiro, que considera viver de aluguel uma boa maneira de se proteger da inflação. Isso porque o aluguel geralmente é corrigido pelo IGPM (Índice Geral de Preços-Mercado), um índice de inflação “mais caro” que o IPCA. Mas aqui reside alguns riscos.

O primeiro é a impossibilidade da maioria das pessoas  poder diversificar quando falamos em imóveis. São poucos os brasileiros que podem ter três ou mais para não depender de apenas de um inquilino.

E aí temos o segundo risco, que é justamente o período em que o imóvel fica vago, pois as despesas não esperam um novo locatário chegar.

E durante a crise de 2020, com a explosão do IGPM, muitos proprietários foram obrigados a aceitar as negociações com os inquilinos para poder continuar a receber algum valor.

Assim, muito cuidado quando for considerar um imóvel com o foco exclusivo de se proteger da inflação. Afinal, apesar de improvável, nunca sabemos quando uma Covid-19 pode chegar para complicar a economia mundial.

Por fim, sabemos que apesar das estratégias de obtenção de ganhos reais, o momento econômico no país ainda exige bastante cautela quando falamos de investimentos. Proteger-se da desvalorização requer acompanhamento constante do mercado financeiro e estudo de cada uma dessas modalidades de aplicações, visando retornos satisfatórios em um futuro relativamente próximo. 

Por Beto Assad é analista de ações e consultor financeiro para o Kinvo, aplicativo que consolida investimentos de bancos e corretoras em um só lugar.

Você também pode gostar

This website uses cookies to improve your experience. We'll assume you're ok with this, but you can opt-out if you wish. Accept Read More