Conquistar o primeiro emprego é um passo importante na vida de todo jovem. Junto às expectativas sobre a entrada no mercado de trabalho, há também uma mistura de insegurança e incerteza sobre qual o melhor caminho a seguir para conquistar a vaga tão sonhada.
Neste ano, especificamente, mais um fator de preocupação foi adicionado. A pandemia de Covid-19 vem provocando uma crise sem precedentes na história recente, resultando em altos índices de desemprego e fechamento de empresas.
Porém, já é possível vislumbrar a retomada. Um estudo feito pelo CIEE (Centro de Integração Empresa Escola), referência no recrutamento de jovens e estudantes, mostrou que as contratações de estagiários e de aprendizes voltaram a crescer.
Em junho, foram registradas 3,9 mil novas contratações no Estado de São Paulo. Em julho, o número chegou a mais de 5,8 mil.
Por isso, é importante não desanimar e estar preparado para as oportunidades do mercado de trabalho.
As estratégias para conquistar o primeiro emprego precisam de alguma adaptação, mas o otimismo deve ser via de regra, independentemente da vaga.
O primeiro passo é criar um bom currículo. “Mesmo sem experiência?”, você deve estar se perguntando. No caso de quem ainda vai ingressar no mercado de trabalho, mostrar sua formação acadêmica e extracurricular é uma ótima alternativa.
Destaque aquilo que considerar relevante para a vaga. Mostrar que você fez alguns anos de curso de teatro, por exemplo, demonstra para o recrutador uma certa desenvoltura e habilidade de se comunicar com o público.
Mas, lembre-se de manter o foco: antes de adicionar uma habilidade ou formação, pense em como aquilo pode contribuir para a vaga a que você está se candidatando.
É importante ter um objetivo de carreira e mencioná-lo no currículo. Cite a área em que você deseja trabalhar e o que espera aprender com ela, profissional e pessoalmente.
Demonstre interesse e capacidade de atender às expectativas da empresa com a sua contratação. O recrutador deve entender que, mesmo sem experiência profissional, ele pode confiar nas suas habilidades e vontade de aprender.
E vale sempre lembrar: atente-se à revisão do documento. Se precisar, peça a ajuda de um amigo ou familiar.
É chegada a hora da entrevista. Por causa da pandemia, boa parte das empresas está realizando processos seletivos à distância, de modo virtual.
Portanto, é imprescindível garantir um bom acesso à internet, para que você possa conversar com os recrutadores sem correr o risco de a conexão falhar.
Se, ao ter retorno sobre a vaga, perceber que não conhece aquela ferramenta que será utilizada (Zoom Meeting, Skype, Google Meet, entre outras), teste antes com um amigo e certifique-se de que você está familiarizado com o funcionamento dela.
Pode ser sua primeira vez ou não, mas é certo que o nervosismo pode surgir nesse momento. Procure se manter centrado, tenha sempre seus objetivos em mente, e fale com segurança – afinal, você merece essa vaga!
Destaque suas qualificações pessoais e profissionais, como sua resiliência, organização e capacidade de mediar conflitos.
Em perguntas como “como você vê o trabalho em equipe?” Mesmo sem ter essa experiência, você pode relacioná-la com o seu comportamento nos trabalhos em grupo da escola e trazer isso para o ambiente profissional.
Tudo isso ajudará o recrutador a imaginar seu perfil no trabalho, transmitindo confiança. Por fim, lembre-se de agradecer. Sempre. Isso deixará uma boa impressão e manterá as portas abertas.
Tenha sempre em mente que o cenário pode não ser ideal como você imaginava. Planos pessoais e profissionais de todos foram afetados pela pandemia, mas é preciso encontrar recursos internos e externos para pensar em um plano B – talvez até num plano C, D, E… Essa maneira de encarar a vida com certeza dirá muito sobre você ao se candidatar para uma vaga.
O momento pede otimismo, garra e muita dedicação, para que possamos, juntos, vencer a crise.
Por Andressa Santos, psicóloga, especialista em recrutamento e aconselhamento profissional e coordenadora do Bolsa de Empregos do Sinthoresp.