A crescente demanda, particularmente em países desenvolvidos, por produtos saudáveis e corretos sob o aspecto social, possibilita a incorporação de novos atributos de qualidade.
O segmento de cafés especiais, por exemplo, representa atualmente cerca de 12% do mercado internacional.
Os atributos de qualidade incluem características físicas, como origem, variedade, cor e tamanho, além de fatores como, por exemplo, as condições da mão de obra que produz o café.
Nos cafés certificados como orgânico e fair trade, que além de atributos físicos, como aroma e sabor, também incorporam preocupações de ordem ambiental e social, o problema de mensuração das informações pelo consumidor é mais complexo.
Também conhecidos como “cafés conscientes”, esses segmentos estão ampliando sua parcela no mercado de cafés especiais, devido ao aumento da preocupação com os padrões de consumo, o que tem estimulado as preferências por bens produzidos de forma sustentável.
O consumidor, contudo, não consegue distinguir, mesmo após saborear a bebida, se ela possui os atributos por ele desejados.
Nesses casos, o fortalecimento da confiança no organismo certificador estimula a comprovação dos atributos contidos no selo impresso na embalagem.
Assim, é necessário criar relações de confiança que só se estabelecem no longo prazo.
Além disso, é preciso rastrear todo o caminho do produto ao longo do sistema produtivo, para reduzir perdas de informação durante o processo.
Categorias de certificação
Café gourmet:
Está relacionado a grãos de café arábica de alta qualidade.
É um produto diferenciado, quase livre de defeitos.
A produção de café gourmet tem sido incentivada pela Organização Internacional do Café (OIC).
Café de origem certificada:
Relaciona-se às regiões de origem dos plantios, uma vez que alguns dos atributos de qualidade do produto são inerentes à região onde a planta é cultivada.
O monitoramento da produção é necessário para a rotulagem.
Café orgânico:
É desenvolvido sob as regras da produção orgânica.
Isso significa que o café deve ser cultivado com fertilizantes orgânicos e o controle de pragas e doenças deve ser feito por meio de controle biológico.
Para ser rotulado como orgânico, tanto a produção como o processamento precisam ser monitorados por uma agência certificadora credenciada.
Café fair trade:
É aquele consumido em países desenvolvidos por consumidores preocupados com as condições sociais e ambientais sob as quais o café é cultivado.
Observa-se uma disposição para pagar mais pelo café produzido por pequenos agricultores e/ou sistemas de produção sombreados.
O processamento também é monitorado, para garantir a presença dos atributos de qualidade desejados.
A certificação, apesar dos custos a ela associados, permite que pequenos agricultores se incorporem com maior facilidade ao mercado de cafés diferenciados.
Particularmente, no caso dos cafés orgânicos e fair trade, quando certificados, atraem empresas interessadas em atender aos consumidores mais exigentes.
Fonte: Agência Sebrae