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Um dos maiores desafios do empreendedor brasileiro é fazer o seu negócio escalar e crescer de forma constante e sustentável. E dentro desse cenário, uma das dificuldades está em ter uma organização financeira que olhe para as obrigações de curto, médio e longo prazo e principalmente, ter uma base sólida que permita atender às demandas do negócio, sem comprometer as finanças pessoais.
Nosso objetivo com esse conteúdo é justamente este. Ajudar o empreendedor a organizar sua vida financeira separando as finanças da empresa das finanças pessoais. Estamos alinhados? Então vamos seguir em frente.
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Porque você precisa entender que ao abrir um CNPJ você passa a ser duas pessoas. Isso mesmo, uma pessoa física que possui compromissos que precisam estar em dia. Você possui conta corrente pessoas física, cartão de crédito, investimentos e despesas. Você quer viajar, comer em um bom restaurante, precisa ter um plano de saúde para a família, além de manter uma reserva para os imprevistos do dia a dia. Isso tudo é a sua vida pessoal, ou seja, a sua pessoa física.
Por outro lado, você tem uma organização financeira do CNPJ, que gera recursos a partir do seu faturamento, para a sua vida pessoal e para a manutenção da empresa. Uma parte da geração de receitas que vem do negócio, devem permanecer na empresa para os compromissos com impostos, folha de pagamento, despesas da operação entre outras.
E assim como na empresa com sócios, uma parte deve estar estipulada para o pró-labore, que é a remuneração do sócio que efetivamente trabalha no dia a dia. A retirada mensal do pró-labore deve ser feita regularmente e lançada na conta Pessoa Física do sócio. A partir daí é esse o dinheiro que o empreendedor tem para as suas obrigações pessoais. Além do pró-labore, o empreendedor faz a retirada de lucros e dividendos semestral ou anual conforme especificado em contrato social.
Essas ações fazem com que exista uma organização processual importante, mesmo que a empresa seja individual. Isto garante a separação das finanças da empresa com as finanças do empresário. Afinal, não é recomendado que você utilize sua conta pessoal para movimentar recursos da sua empresa, pois a Receita Federal pode questioná-lo pela falta de tributação de receita na PJ e, alternativamente, tributar toda ela na PF com uma alíquota de imposto em geral maior.
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Em um segundo momento é importante ter a clareza que o dinheiro da empresa é da empresa e o dinheiro pessoal é do empreendedor e jamais misturá-los, mesmo que às vezes pareça fácil fazer e depois desfazer.
Para isso é preciso ter uma organização financeira regrada e com o maior número de checkpoints necessários. Atente principalmente para a relação de contas bancárias pessoa jurídica e física. O cartão de crédito também precisa ser separado. O cartão pessoa jurídica deve ser utilizado exclusivamente para as compras e despesas da empresa, enquanto o cartão pessoal para as despesas pessoais. Com o PIX também deve ser respeitado esses processo.
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Neste cenário, as situações são várias. No contexto com sócios, por exemplo, o exercício do pró-labore e distribuição de lucros precisa ser bastante consistente e referendado por todos – sócios administradores e cotistas – para que não haja discordância ao longo do tempo.
Lembre-se que os sócios administradores têm direito à retirada mensal de pró-labore além da distribuição anual ou semestral de lucros, enquanto os sócios investidores ou cotistas, apenas a distribuição.Tudo isso precisa estar em contrato e o gestor administrativo do negócio deve fazer acontecer regularmente.
Já o empresário individual, tende a parecer mais fácil, mas na verdade o cenário se torna mais perigoso pois existe forte tendência a misturar as situações do CNPJ (empresa) com o CPF (pessoa física). Este é um dos principais motivos de quebra ou dificuldade na manutenção de uma empresa saudável. E, consequentemente, das finanças pessoais do empresário em dia.
Um dos principais pontos, que tanto o empreendedor individual ou aqueles que têm sócio, precisa valorizar para que a saúde do seu negócio e das suas finanças pessoais sejam consistentes, é ouvir a voz da experiência. Muitos empreendedores apreenderam na dor de fazer errado e conseguiram retomar o rumo do sucesso justamente ouvindo outros empreendedores. E ser resiliente, sem fazer concessões nos momentos mais duros.
Sempre pense no negócio de maneira profissional e aja profissionalmente. Isso vai fazer toda a diferença tanto para as suas finanças pessoais quanto para o CNPJ. Depende de você.
Por Heitor Barcelos, formado em Ciência da Computação pela PUC-RS, ocupou cargos como Diretor Executivo e COO em empresas multinacionais como FIS e iZettle, e foi Superintendente de Inovação, Banco Digital e Open Banking no Tribanco.
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