Em sentido amplo, a liberdade vai muito além do conceito de direito de ir e vir. Essencialmente, livre é aquele que tem discernimento e poder sobre suas próprias decisões. É quem age como senhor de si.
Nessa lógica, é preciso reconhecer que nem sempre os humanos se conduzem de forma livre, pois ainda fazem escolhas precipitadas e arcam de uma forma ou de outra com as consequências de suas ações.
Desde o reconhecimento dos erros do passado, até a reparação proativa dos erros cometidos, abre-se o caminho para o início de uma nova trajetória.
A experiência é redefinida e a percepção da realidade é ampliada. Às vezes, o processo inclui até a reconstrução da própria identidade.
É com esse propósito que a educação entra no contexto prisional.
O Governo do Ceará vem garantindo a oportunidade de escolarização para internos do sistema penitenciário estadual, por meio da Secretaria da Educação (Seduc), com o intuito essencial de oferecer ao indivíduo a chance de adquirir saberes, conquistar a dignidade e, sobretudo, encontrar um real sentido para viver.
A operação, realizada em parceria com a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), tem se traduzido em resultados concretos na melhoria da qualidade de vida de uma população que encontrava-se sem perspectiva em muitos casos.
A iniciativa também contribui para a construção de uma sociedade com mais justiça social e oportunidades para todos ao mesmo tempo.
A série de matérias a seguir,que serão publicados esta semana (15 a 18 de março de 2022), tem como objetivo descrever como esse trabalho se desenvolve no cotidiano das unidades prisionais na perspectiva de alunos, professores, egressos do sistema penal, técnicos educacionais e gestores das secretarias de estado responsáveis pela ação.
A visão comum é que todos os envolvidos compartilham da ideia de que a transformação individual é perfeitamente possível, e que o poder público exerce papel fundamental neste processo.