O contador João Muniz Leite mudou, em depoimento à Justiça nesta sexta-feira (15), sua versão sobre como recebia os recibos de pagamento do aluguel de um apartamento usado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em São Bernardo do Campo (SP). O MPF (Ministério Público Federal) questiona a veracidade dos documentos que comprovariam a locação do imóvel, que faria parte de uma propina paga pela Odebrecht ao político –o que sua defesa nega.
Em declaração divulgada no fim de setembro, cuja autenticidade foi confirmada pelo próprio Leite no depoimento, o contador informou que recebia “periodicamente” os recibos correspondentes aos aluguéis de 2011 a 2015 “das mãos” do engenheiro Glaucos da Costamarques, que é o dono do apartamento no papel e teria atuado como “laranja” na transação. Segundo a declaração, os aluguéis eram pagos pela ex-primeira-dama Marisa Letícia, que morreu em fevereiro.
Já no depoimento de hoje, Leite disse que se enganou ao falar sobre como tinha acesso aos recibos. O contador relatou que só recebeu diretamente de Costamarques recibos correspondentes aos aluguéis de 2014 e 2015.
“Na verdade, eu não recebia os recibos, eu recebia a informação para a elaboração dos carnês [carnês-leão]”, declarou Leite sobre o período anterior a 2014. “Eu me equivoquei nesse ponto aí.”
Leite confirmou que fez as declarações de Imposto de Renda de Lula e Marisa Letícia entre os anos-calendário de 2011 e 2015 a pedido do advogado Roberto Teixeira, que tem um contrato com seu escritório de contabilidade e é amigo de Lula há anos. O serviço não foi cobrado do ex-presidente, disse.
O contador também falou que prestou “consultoria contábil” a Costamarques gratuitamente por ter se tornado amigo do engenheiro, que foi sócio de uma empresa para a qual prestou serviços anteriormente.
A empresa em questão é a Bilmaker, na qual Costamarques era sócio de dois amigos de Luís Cláudio Lula da Silva, um dos filhos do ex-presidente. Em um contrato de 2009, Costamarques chegou a dar a Luís Cláudio a opção de compra de sua parte na companhia.
Recibos assinados no hospital
Leite reafirmou que foi ao hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, em dezembro de 2015 para que Costamarques assinasse recibos de pagamento dos aluguéis. Segundo o contador, foram assinados “14 ou 15 recibos” referentes a aluguéis dos anos de 2014 e 2015.
Questionado sobre a urgência de levar os recibos para assinatura enquanto Costamarques estava internado, Leite disse que isso foi necessário porque o engenheiro não morava em São Paulo e, após a internação, voltaria para o Mato Grosso do Sul, onde vive.
“Era a oportunidade que eu tinha de ter a assinatura nos recibos e ficar com a documentação completa”, afirmou.
Leite negou relação da urgência para a assinatura dos recibos com a prisão do pecuarista José Carlos Bumlai, que é primo de Costamarques e amigo de Lula, ocorrida em novembro de 2015. Via UOL
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