Contador que cobrava propina de empresários é preso

O contador Douglas Gonçalves Barbosa, de 30 anos, foi preso na manhã desta quinta-feira (27) no Jardim Eldorado em Vilhena (RO), região do Cone Sul. Ele estava foragido desde abril deste ano, suspeito de estar envolvido em um esquema de corrupção na Secretaria de Finanças do Estado de Rondônia (Sefin) local.

Douglas foi preso em um escritório de contabilidade, na Avenida Brigadeiro Eduardo Gomes. Segundo a Polícia Civil (PC), o suspeito teria tentado fugir, mas foi detido a tempo pelos policiais civis. Ele foi encaminhado para a Casa de Detenção do município.

Em abril, a Operação Libertas desarticulou um esquema de corrupção na Sefin e prendeu o auditor fiscal Waldemiro Onofre, suspeito de cobrar propina de empresários de Vilhena e Colorado do Oeste (RO) em troca da liberação do pagamento de tributos.

De acordo com a PC, o contador era cúmplice e fraudava o fisco-contábil, onde simulava irregularidades na contabilidade das empresas para gerar multas que iam de R$ 400 mil a R$ 1 milhão.

Com a cobrança em mãos, o auditor e o contador procuravam os empresários e pediam por propina para liberar o pagamento da multa. Em um dos casos descobertos na Operação Libertas, um único empresário foi coagido a pagar R$ 40 mil.

Uma gravação feita por uma das vítimas revela como o auditor e o contador faziam a abordagem. Em uma das imagens, supostamente gravadas em novembro de 2014, o auditor propõe que um empresário emita cheques, com duas opções de valores, para o pagamento da propina.

“Se der uma entrada agora, posso fazer mais cinco. Ou se não são cinco a partir do mês que vem. Aí vê contigo. Seria R$ 2,5 mil agora e um cheque de R$ 2,6 mil depois, ou R$ 3,1 mil a partir do mês que vem”, diz o auditor

Outro vídeo gravado dias depois mostra o contador Douglas se apresentando como diretor operacional do escritório, onde pressiona a vítima para pagar a propina.

“Ele morde aqui de você, ele pega de outro empresário. Eu falo pra ti, é todo auditor, do estado inteiro, que trabalha desse jeito”, diz o contador.

O inquérito foi concluído e, para a PC, não há dúvidas que Waldomiro e Douglas eram os autores do esquema.
“Eles foram indiciados, e respondem um processo penal por concussão e associação criminosa. Não foram somente uma vítima, mas várias que confirmaram o esquema.

A decisão final será concedida pelo judiciário, mas em relação ao inquérito policial, posso dizer que há elementos de provas bem robustos em relação a existência dessa cobrança de propinas”, enfatiza o delegado regional, Fábio Campos. (Com G1-Globo).

jornalcontabil

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