Fique Sabendo

Contas do setor público fecham março com déficit de R$ 23,6 bilhões

A queda de receitas e o aumento de gastos provocados pela pandemia do novo coronavírus começam a impactar as contas públicas. Em março, governo federal, estados, municípios e estatais tiveram déficit primário de R$ 23,655 bilhões, divulgou hoje (30) o Banco Central (BC). O resultado é pior que o déficit de R$ 18,629 bilhões registrado no mesmo mês do ano passado.

O déficit primário representa o resultado negativo do setor público (União, estados, municípios e estatais) desconsiderando os juros da dívida pública. Apesar da piora no mês passado, o resultado foi melhor que o de março de 2018, quando o déficit tinha atingido R$ 25,135 bilhões.

No mês passado, o governo federal apresentou déficit primário (despesas maiores que receitas) de R$ 21,38 bilhões, os estados e os municípios registraram resultado negativo de R$ 2,68 bilhões. Na contramão dos demais entes, as empresas estatais tiveram superávit primário de R$ 405 milhões.

Principal responsável pelo agravamento do déficit, o governo federal viu a arrecadação em março registrar o pior resultado para o mês em dez anos. Isso ocorreu porque muitas empresas pediram a compensação de tributos, abatimento de impostos pagos a mais anteriormente, à Receita Federal.

Trimestre

O resultado de março fez as contas do setor público fechar o primeiro trimestre com superávit primário de R$ 11,72 bilhões, ainda refletindo o superávit elevado de janeiro. O resultado, no entanto, indica leve piora em relação ao mesmo período do ano passado, quando o setor público tinha apresentado superávit de R$ 13,337 bilhões.

Originalmente, o governo previa que o setor público encerraria o ano com déficit de R$ 118,9 bilhões. No entanto, a pandemia do novo coronavírus, que reduz a arrecadação e eleva os gastos públicos em ações de saúde e de pagamento a pessoas afetadas, agravará o rombo. Nesta quarta-feira (29), a Secretaria do Tesouro Nacional informou que, apenas no nível federal, o déficit primário deve encerrar o ano em torno de R$ 600 bilhões, o equivalente a 8% do Produto Interno Bruto (PIB).

Dívida bruta

Uma dos principais meios de comparação internacional para avaliar as finanças de um país, a dívida bruta do governo geral (DBGG) encerrou março em 78,4% do PIB, em torno de R$ 5,75 trilhões. Em fevereiro, o indicador estava em 76,5% do PIB (R$ 5,61 trilhões).

Depois de encerrar 2019 em 75,8% do PIB, com a primeira queda anual desde 2013, a DBGG deve encerrar o ano entre 85% e 90% do PIB, por causa da pandemia de covid-19. Isso porque, com a arrecadação comprometida, o governo terá de emitir títulos públicos para financiar os gastos com o enfrentamento à pandemia.

A dívida pública bruta é o principal parâmetro usado pelas agências de classificação de risco para avaliar a solvência das finanças de um país. Quanto mais alto o indicador, maior a desconfiança em relação à capacidade de um governo honrar os compromissos. No entanto, a elevação da dívida pública além do previsto em todos os países deve aliviar as pressões sobre o Brasil, à medida que se trata de um fenômeno global.

Fonte: Agência Brasil – Wellton Máximo

Jorge Roberto Wrigt

Jornalista há 38 anos, atuando na redação de jornais impressos locais, colunista de TV em emissora de rádio, apresentador de programa de variedades em emissora de TV local e também redator de textos publicitários, na cidade de Teresópolis (RJ). Atualmente se dedica ao jornalismo digital, sendo parte da equipe do Jornal Contábil.

Recent Posts

Calendário de Pagamentos do Bolsa Família 2025: Entenda a Ordem de Recebimento

O Bolsa Família, programa social administrado pela Caixa Econômica Federal, segue um calendário específico para…

21 minutos ago

PGFN estende prazos para regularizar pendências com dívida ativa da União

A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) anunciou, nesta segunda-feira (4), o lançamento dos Editais PGDAU…

34 minutos ago

Empresas têm até dia 28 para preencher o Relatório de Transparência Salarial

Entre 3 e 28 de fevereiro, empresas com 100 ou mais empregados devem informar seus…

1 hora ago

Reforma Tributária: cerca de 6 milhões de empresas têm apenas este ano para se adaptar às novas regras

Com o primeiro projeto de regulamentação da Reforma Tributária sancionado, o sistema tributário nacional está…

1 hora ago

Câmara aprova PL que adapta Estatuto da Microempresa à Reforma Tributária

A Comissão de Indústria, Comércio e Serviços da Câmara dos Deputados aprovou, em novembro, projeto…

1 hora ago

STF muda regra do salário-maternidade e surpreende trabalhadores

O salário-maternidade é um dos mais importantes benefícios pagos pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro…

2 horas ago