Conforme declaração do secretário especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados do Ministério da Economia, Diogo Mac Cord, ao Globo, 100% do capital dos correios deve ser vendido ao único comprador.
A medida será através de um leilão, cuja previsão está marcada para março de 2022. Segundo Diogo Mac, o leilão ocorrerá conforme os moldes tradicionais, através da abertura de envelopes. A proposta já teve o regime de urgência aprovado na Câmara dos Deputados.
Ademais, o comprador que adquirir a estatal, terá direito à ativos os quais estão por volta de R$ 14 bilhões, e passivos em cerca de R$ 13 bilhões, segundo último balanço e levantamento do BNDES. Contudo, isto ainda passará por aprovação. A votação deve ocorrer na próxima semana, conforme estipulado pelo presidente da Câmara Arthur Lira.
Segundo o secretário Diego Mac, a empresa atualmente não possui tecnologia e tem baixa competitividade no mercado. Ainda conforme o secretário, através da medida será possível desenvolver uma infraestrutura para atender as necessidades do serviço, permitindo entregas em todo país.
Além disso, o Ministro da comunicação, Eduardo Faria, em entrevista ao Estatão, argumenta a favor da proposta, alegando que o plano de privatização visa “alternativas para o desenvolvimento da economia e trazer mais eficiência no atendimento à população”, diz o ministro.
Contudo, na contramão da medida, o presidente da Associação dos Profissionais dos Correios em Brasília (ADCAP), Ernatan Benevides, argumenta que a privatização irá elevar o preço cobrado nos fretes, além de ameaçar o emprego de diversos trabalhadores da companhia. A proposta “ameaça a manutenção e continuidade dos serviços postais prestados pela ECT em todo território nacional”, aponta Benevides.
Por fim, cabe salientar que a proposta também prevê, que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) seria responsável por regular os serviços postais. Em declaração ao Globo, Diogo Mac diz o seguinte: “A gente vai privatizar os Correios combinado com uma concessão. A Constituição diz que cabe à União garantir o serviço postal, e isso pode ser por concessão. Como garantimos? Regulando. É uma eficiência muito maior que a prestação direta”
Conteúdo por Lucas Machado