O crédito agrícola abrange recursos relacionados a custeios e financiamentos para transações de empreendimentos rurais tais como empréstimos, letras de câmbio, notas e aceitações de bancos.
Este recurso tem características específicas que atendem às necessidades dos agricultores guiadas pelas etapas de produção, como plantio, colheita e comercialização.
Ele pode ser útil para o produtor rural financiar suas despesas operacionais, investir em maquinário ou expandir os negócios por meio da compra de imóveis e lotes de terra.
Porque o crédito rural é importante
Este tipo de financiamento ajuda associações, cooperativas e produtores rurais a aumentar suas operações, financiar e reduzir os custos na agricultura e na pecuária, realizar investimentos e otimizar os processos de comercialização de produtos agropecuários.
O setor do agronegócio tem uma relevância muito grande para o Brasil, sendo reconhecido como crucial para o crescimento econômico brasileiro.
Só em 2019 a soma de bens e serviços gerados chegou a R$ 1,55 trilhão que corresponde a 21,4% do PIB brasileiro.
Desses, o segmento agrícola teve a maior parcela R$ 1,06 trilhão correspondendo a 68% enquanto a pecuária correspondeu a R$ 494,4 bilhões ou 32%.
Com isso a concessão de crédito para esse setor se torna uma prioridade, assim como ações para simplificar e reduzir a burocracia nas normas que guiam a obtenção de crédito por parte do produtor.
Visto que o país acaba ganhando com mais empregos e maior crescimento da economia, também existem medidas governamentais buscando garantir crédito com juros menores para o produtor.
Por esses motivos, o Governo Federal direciona mais recursos a cada ano para o crédito rural, sendo a maior parte dele para cobrir despesas operacionais nas atividades agrícolas e pecuárias.
De 1996 até 2016 foram aumentados R$ 180 bilhões em investimento no crédito rural.
Em 2018 o montante cresceu 48% em relação a 2017. Mesmo com a pandemia do Coronavírus a contratação de crédito rural para safra de 19/20 cresceu 11% em relação à safra anterior atingindo R$ 191.83 bilhões.
Os recursos provenientes da emissão de Letras de Créditos do Agronegócio (LCAs), que foram referentes às aquisições de Cédulas do Produto Rural (CPRs) e às operações com agroindústrias somadas ao montante do Crédito Rural atingiram R$ 225,04 bilhões.
As vantagens para o produtor rural
Dependendo da modalidade de crédito escolhida pelo empreendedor as taxas de juros podem ser bem menores que as praticadas no mercado ficando entre 0,2% e 10,5% ao ano.
Além de que é possível conseguir isenção ou redução nos valores dos serviços da financeira.
Normalmente os prazos para o pagamento do financiamento, dependendo do tipo de custeio varia entre um e dois anos, porém no caso do financiamento do BNDES esse prazo pode chegar a dez anos, prazos suficientes para alcançar o retorno do investimento e arcar com o financiamento.
Uma outra vantagem é o fato de existirem opções de financiamento para vários tipos de finalidades, garantindo que as condições de liberação dos recursos serão adequadas às atividades a que eles se propõem.
Por exemplo, o crédito agrícola é provável ser liberado para o custeio de despesas operacionais ou investimentos rurais.
Já para o segmento específico do café existe o Funcafé que foi desenvolvido para os cafeicultores terem fundos necessários para suas atividades da produção, plantio e comercialização do produto.
O recurso liberado se baseia no potencial de produção do empreendedor, na capacidade de pagamento e na viabilidade econômica do produto comercializado, atendendo às necessidades da maioria dos produtores, principalmente aqueles de pequeno e médio portes.
Embora existam algumas limitações nas solicitações de valores ele é muito apropriado para novos empreendedores ou aos que desejam expandir o negócio.
Com todas essas vantagens vistas anteriormente podemos ver que o crédito rural permite que o produtor aumente sua capacidade produtiva, aprimore a qualidade dos seus processos, mecanize as operações e desta forma melhore sua renda e sua qualidade de vida, dos seus funcionários e da sua família.
Quando pedir crédito rural?
É de extrema importância analisar alguns aspectos antes de tomar a melhor decisão e descobrir a hora certa de solicitar os recursos, visto que o crédito rural funcionará sempre como um empréstimo e tomar cuidado pode evitar sofrimentos futuros com endividamentos.
Alguns investimentos como infraestrutura, insumos, equipamentos, maquinário etc. são aplicações que demoram para dar retorno, de meses até anos até o fim do ciclo reprodutivo.
Dessa maneira, se o produtor preferir um financiamento com uma carência menor talvez seja preciso ter recursos para iniciar a restituição do valor antes de obter o retorno do investimento.
É preferido que os recursos sejam bem alocados de modo que promovam o aumento da produção e o aprimoramento das operações, assim sendo fundamental selecionar o tipo de financiamento mais adequado às suas necessidades reais e ao potencial produtivo da sua lavoura.
Para ter esse controle total de sua empresa, o produtor pode aplicar o Fluxo de caixa.
Com todo o panorama de sua empresa, analisando o propósito do investimento, o produtor poderá definir o tipo de financiamento mais apropriado.
Por exemplo, aplicações na safra costumam ter o retorno mais imediato já aplicações como comprar máquinas agrícolas e investir em infraestrutura só terão seu retorno em longo prazo.
Dito tudo isso, no intuito de não errar o cálculo do investimento que será feito é importante ter o custo por safra bem claro para o produtor.
E por último mas não menos importante é de extrema importância conhecer os Principais tipos de créditos rurais e suas taxas de juros como podemos ver neste artigo.
Por: Mariana Gomes Pacheco de Sá
Fonte: Dia Rural