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Débito e crédito na contabilidade: o registro das vendas no cartão

O aumento na disponibilidade de equipamentos para vendas no cartão gera reflexos também no trabalho do contador. Afinal, seu cliente muitas vezes tem dúvidas quanto ao registro das operações de débito e crédito na contabilidade da empresa. Você está pronto para ajudá-lo e sair ganhando com isso?

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O avanço das vendas no cartão

Contra números, é bem difícil ter bons argumentos, não é mesmo? Alguns deles têm reforçado o crescimento nas vendas no cartão e, por consequência, a necessidade de registro das operações de débito e crédito na contabilidade. Confira:

  • Em 2016, o aumento nessas transações chegou a 6,3%, na comparação com o ano anterior
  • Já no primeiro trimestre de 2017, o crescimento foi de 5,9%
  • Estima-se que 95% dos clientes que têm cartão de crédito o utilizam todo mês.

Os dados da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) mostram um avanço em ritmo superior ao da economia brasileira, inclusive.

Em parte, tal crescimento se deve à proliferação de maquininhas para a oferta deste meio de pagamento. Modelos que funcionam sem fio, conectados ao celular e sem mensalidade vêm tornando as vendas no cartão acessíveis mesmo a pequenos empreendimentos.

Mas o que isso tudo tem a ver com o seu escritório?

Um contador atento, que não deixa escapar uma boa oportunidade de crescimento, já sabe. Afinal, o maior uso da ferramenta implica no aumento da necessidade de seu suporte. Em outras palavras, novos e antigos clientes precisam de você para registrar corretamente as transações no débito e crédito na contabilidade.

Para muitos deles, inclusive, esse é um tópico desconhecido. Além da incidência de juros, tem a particularidade dos prazos nos recebimentos serem diferentes das vendas. Tudo isso gera uma série de dúvidas, e um bom contador deve prestar auxílio e marcar presença.

Débito e crédito na contabilidade: caixa ou competência?

Como acabamos de ver, há bons motivos para você dedicar atenção a esse tópico. Afinal, muitos dos seus clientes talvez vendam no cartão o hoje e, futuramente, muitos outros devem vender.

A primeira entre as principais dúvidas que eles têm sobre o registro contábil dessas operações diz respeito ao regime escolhido, se por caixa ou competência. O cartão é sempre um exemplo clássico utilizado para explicar as particularidades de cada um. E não é por acaso.

Tanto no débito quanto no crédito, a data da venda nunca é a data do recebimento. O prazo previsto para o dinheiro entrar na conta varia bastante conforme a operadora. Em alguns casos, vendas no débito são creditadas em apenas um dia útil. Por outro lado, operações no cartão de crédito podem demorar até 31 dias para o recebimento ser concretizado.

Se o cliente adotar o regime de competência, a receita é registrada na data do fato gerador. Ou seja, isso deve ocorrer no dia exato em que a venda foi realizada. A particularidade aqui é que independe de o pagamento ter sido realizado ou não.

Já se ele adotar o chamado regime de caixa, o registro contábil da venda ocorre tão somente quando o dinheiro entra na sua conta. É como uma cópia fiel do extrato bancário. Isso pode ser interessante para que não seja registrada uma despesa ou receita não realizada.

Esse é um assunto que um contador domina com tranquilidade, mas não o seu cliente. Perceba aí que você pode se aproximar das oportunidades ao agir quase como um tradutor. É precisoser didático, pois, ao ajudar o cliente, seu escritório ganha pontos importantes.

Como auxiliar o cliente a fazer os registros

Vencida a etapa da definição quanto ao regime para registro dos lançamentos contábeis, é chegada a hora de entrar nos detalhes da operação. Como você sabe bem, esse tipo de transação costuma ter taxas que variam bastante. Há descontos diferentes para o débito e o crédito, datas e prazos que mudam conforme a maquininha usada.

Se o seu cliente já é o tipo de empreendedor que foge de números e de cálculos, esse é um assunto bastante espinhoso. Mas lembre-se da dica que acabamos de dar: seja didático.

Sua estratégia aqui deve ser a de conquistar o cliente pela confiança. Ao estar ao seu lado como um provedor de soluções, você ganha mais do que respeito, pois favorece a construção de um relacionamento no longo prazo.

Caracterize como venda a prazo

Operações de venda à vista não se restringem ao dinheiro, certo? De fato, do ponto de vista do consumidor, essa regra está correta. Mas pelo prisma da contabilidade, sempre que um cartão é usado como meio de pagamento, o registro de débito e crédito na contabilidade conta como uma venda a prazo.

A razão é simples e já abordada: a venda nunca gera receita imediata no caixa. Na melhor das hipóteses, o dinheiro oriundo dela estará disponível em um dia útil. Na pior, quase um mês depois.

Identifique os prazos

Se o seu cliente fez o dever de casa, ao escolher sua maquininha, ele já se atentou a essa questão. Assim, sabe bem quais são os prazos de recebimento, tanto no débito quanto no crédito. Mas se houver dificuldade da parte dele, não julgue, apenas esteja pronto a ajudar.

O que muitas vezes atrapalha os empreendedores é a existência de prazos diferentesconforme o cartão utilizado, inclusive. Quer um exemplo? Há equipamentos que estabelecem 5 dias úteis para uma determinada bandeira e 15 para outras. Isso aumenta a exigência por controle e organização.

Confirme o peso das taxas

variação encontrada nos prazos aparece nas taxas, que são diferentes não apenas entre as máquinas, mas também entre as vendas no débito, no crédito à vista, no crédito parcelado e no crédito parcelado no longo prazo. É muita coisa para pensar, concorda?

Trabalhe com exemplos

Mostrar no papel o comportamento dos registros é a ação mais efetiva para que haja compreensão do cliente. De quebra, quando melhor preparado, ele contribui com informações contábeis mais precisas.

A partir da sua realidade e das vendas realizadas, vale detalhar como é construído o registro contábil. Explique, por exemplo, que o total a receber da operadora por suas vendas é um tipo de ativo circulante, enquanto os impostos sobre elas representam um passivo circulante.

Quanto mais acostumado ele estiver a conceitos e suas aplicações práticas, menos erros cometerá e mais satisfeito ficará com o apoio do contador à sua empresa.

Atenção às oportunidades

Neste artigo, vimos como é importante que o contador esteja atento a todos os movimentos do mercado. Sem essa postura, oportunidades podem escapar, como seria o caso ao ignorar o avanço das maquininhas.

Com a maior tecnologia e novos concorrentes nesse mercado, a tendência indica que cada vez mais clientes terão esse tipo de demanda. Para sua sorte, o que para eles é um problema, para você é solução.

Via ContaAzul

Ricardo

Redação Jornal Contábil

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