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Desafios do Agronegócio Brasileiro em 2025: Inadimplência e Novas Regras Fiscais

O agronegócio brasileiro enfrenta desafios críticos em 2023 e 2024, com inadimplência crescente e novas regras fiscais que exigem adaptação.

por Ricardo de Freitas
4 minutos ler
Desafios do Agronegócio Brasileiro em 2024: Inadimplência e Novas Regras Fiscais

O agronegócio brasileiro enfrenta desafios significativos a partir de 2023, com a situação se agravando em 2024. Felipe Prince, economista e especialista na área, enfatiza a relevância do crédito para o desenvolvimento desse setor vital. A atividade agrícola, por sua natureza sazonal, depende de capital substancial para o cultivo de produtos como soja, milho, café e algodão, além de ser essencial para a manutenção do fluxo de caixa nas operações pecuárias. Esse período crítico, que pode se estender de quatro a seis meses até a colheita, destaca a importância do crédito como pilar fundamental das operações agrícolas.

Inadimplência de Produtores Rurais

Entretanto, Felipe alerta para uma crescente inadimplência entre os produtores rurais, impulsionada por fatores como alterações climáticas adversas, declínio nos preços das commodities e aumento das taxas de juros implementadas pelo Banco Central no esforço de controlar a inflação. Essas condições tornam o crédito mais oneroso e menos acessível, afetando não apenas os agricultores individuais, mas toda a cadeia produtiva do agronegócio, incluindo cooperativas e fornecedores de insumos.

A Cédula de Produto Rural (CPR), um dos principais instrumentos de financiamento do setor, tem registrado uma escalada na inadimplência, levando os credores a adotarem critérios mais rígidos e exigirem garantias reais, como propriedades rurais e alienações fiduciárias. Felipe também observa um aumento no número de pedidos de recuperação judicial entre os produtores, elevando o nível de risco para instituições financeiras.

Diante deste cenário desafiador, Felipe enfatiza que 2025 será um ano crítico para que o agronegócio brasileiro consiga superar essas dificuldades e se fortalecer. Essa necessidade é premente considerando que o setor representa uma parte significativa da economia nacional.

Desafios do Agronegócio

Além dos desafios enfrentados pelo agronegócio, novos regulamentos fiscais estão sendo implementados pela Receita Federal. A Instrução Normativa RFB 2219/2024 estabelece novas regras sobre a comunicação de transações financeiras realizadas através de cartões de crédito e sistemas de pagamento como o Pix. Essa medida visa aprimorar a fiscalização contra evasão fiscal e sonegação tributária.

A partir de 1º de janeiro, operadoras de cartões e instituições financeiras são obrigadas a reportar informações sobre transações que ultrapassem R$ 5 mil para pessoas físicas e R$ 15 mil para pessoas jurídicas durante um mês. Esta nova regulamentação permitirá uma identificação mais eficaz de compras realizadas sem nota fiscal ou em ambientes informais.

Recuperações judiciais no agronegócio disparam em 2024

O setor agrícola brasileiro, conhecido por sua força e resiliência, enfrenta um momento turbulento. Dados alarmantes revelam um aumento expressivo no número de recuperações judiciais entre empresas do agronegócio. De janeiro a setembro de 2024, foram registrados 426 pedidos, um crescimento de 432% em relação ao mesmo período de 2023.

Contexto desafiador:

Especialistas apontam diversos fatores para essa crise. O cenário macroeconômico desfavorável, com juros elevados e crédito restrito, impacta diretamente o setor, que depende de financiamento para suas operações.

Além disso, a alta dos custos de produção, como fertilizantes e defensivos agrícolas, compromete a rentabilidade dos produtores. As dificuldades climáticas, com eventos extremos como secas e geadas, também contribuem para o cenário de instabilidade.

Impacto em cadeia:

O aumento das recuperações judiciais no agronegócio gera um efeito dominó na economia. Fornecedores de insumos, empresas de logística e o comércio varejista sentem os reflexos da crise. A inadimplência e a quebra de contratos geram um clima de incerteza no mercado, impactando investimentos e a geração de empregos.

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