Imagem por @freepik / freepik
Geralmente, sob a perspectiva social, é chamado de ética o conjunto de ações realizadas, ainda que ninguém esteja vendo, porém no ambiente organizacional, o conceito de ética inevitavelmente passa pelos públicos de interesse ligados à empresa.
Carlos Moreira, consultor de governança corporativa em empresas familiares na Morcone Consultoria Empresarial, explica que a ética empresarial é a responsável por determinar a moral e a conduta dentro das organizações, está relacionada aos valores morais e éticos dentro de uma companhia, que transcendem para o seu respectivo mercado de atuação, clientes e consumidores.
“Os valores na ética empresarial são os mesmos que regem a conduta dos relacionamentos na vivência social e quando organizações se preocupam com esses valores em sua conduta, estão trilhando um caminho de sustentabilidade no mercado”, acredita.
A pesquisa “Riscos de Conduta”, realizada pela Deloitte, traçou um panorama com base na participação de 125 empresas para investigar como recebem e tratam denúncias relacionadas aos riscos de conduta.
Destas empresas, 71% apresentam receita maior do que R$ 500 milhões e 72% dos participantes ocupam cargos executivos e de governança em suas organizações.
O estudou mostrou que 80% das organizações participantes, identificaram desvios de conduta nos últimos quatro anos de atuação, porém, entre essas empresas, 65% não sofreram autuação.
Esses dados alarmantes reforçam a necessidade do fortalecimento da criação de mecanismos que garantem a apuração dos desvios de conduta , assim como diretrizes sólidas de gestão, apontando para uma cultura de integridade e ética nas organizações.
Em palestra ministrada por Lélio Lauretti, fundador e instrutor do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), foi pontuado que “a ética está crescendo, favorecida pelo sistema de comunicação”.
Lauretti acredita que a ética não é a antítese da corrupção, mas sim, um conjunto de princípios universais, afirmativos e perenes:
“Aristóteles definiu ética como a felicidade dos homens. Na tradição judaico-cristã, de acordo com o conceito de Humberto Eco, a ética surge com o outro, na convivência e na compreensão das necessidades das pessoas”.
Leia também: A importância do Código de conduta e como criar-lo
A cada ano, surgem novos escândalos de organizações que feriram princípios éticos e não agiram de forma transparente junto aos seus stakeholders (partes interessadas) e, talvez a principal razão para isso, esteja na preocupação focada na lucratividade e na expansão no mercado.
A mesma pesquisa anterior contou com a participação de Ricardo Lemos, membro da Comissão de Gerenciamento de Riscos Corporativos do Instituto IBGC, falando sobre a importância de que a preocupação com a responsabilidade corporativa seja parte da cultura organizacional:
“A ética, a conduta e o compliance aos poucos estão se fazendo presentes nas agendas dos líderes das mais diversas organizações. Para que seja efetivo, o comprometimento com a integridade nos negócios deve fazer parte do DNA da organização: quanto mais natural for o comportamento íntegro, menores serão os riscos corporativos e mais rentável e sustentável será o negócio ao longo do tempo”, acredita.
Dentre as empresas analisadas, 90% têm conselho de administração em sua estrutura de governança, e esse fator chama a atenção para a necessidade da prática de gestão de riscos de conduta como um instrumento fundamental para a preservação de valor e de proteção aos membros da alta gestão organizacional.
A estrutura de governança está baseada em pilares que abrangem quatro categorias: envolve as estruturas, normas e processos internos, a reponsabilidade corporativa e prestação de contas e a ética e equidade, princípios que devem estar presente na cultura das empresas e que estão muito além do cumprimento legal, pois é fundamental para orientar as decisões em um negócio, assim como seu posicionamento e estratégia no mercado.
Leia também: Saiba como identificar mentiras no ambiente de trabalho!
Entre as principais vantagens de andar em conformidade com a lei, estão:
Entre tantas outras.
Muitas organizações não estão em conformidade com as normas e padrões estabelecidos e, em muitos casos, por falta de conhecimento, sendo o problema mais recorrente entre PMEs (pequenas e médias empresas).
Nestes casos, será necessária a identificação da não conformidade, que envolve análise crítica por parte da organização. Deverão ser analisados: processos, produção, relacionamento entre as áreas, gastos e todos os demais fatores ligados à sua atuação.
Após o processo de análise envolvendo esforços para a compreensão e identificação das causas do problema, será preciso utilizar ferramentas e repensar processos que possam “fechar as brechas” com a não conformidade.
Os conselheiros assumem um papel muito importante na definição das ambições e prioridades do negócio, que precisam estar inclusas no planejamento estratégico e no direcionamento da diretoria, sendo a principal dificuldade do conselho assegurar o cumprimento do plano.
Mais do que se esforçar para cumprir as regras, o caminho mais seguro para as organizações está em repensar a sua atuação no mercado para que possam ser transparentes de fato e não apenas se esforçar para cumprir regras, porque em algum momento o que não está fortalecido em sua cultura, pode se tornar uma brecha diante dos stakeholders.
Por Carlos Moreira, há mais de 36 anos atuando em diversas empresas nacionais e multinacionais como Manager, CEO (Diretor Presidente), CFO (Diretor Financeiro e Controladoria) e CCO (Diretor Comercial e de Marketing).
O regime MEI (Micro Empreendedor Individual) foi estruturado pelo Governo Federal para garantir que trabalhadores…
Se você é estudante de Ciências Contábeis com dúvidas ou uma profissional de contabilidade, é…
Em um mundo cada vez mais digital, os vídeos estão presentes em todos os lugares,…
Se tem uma coisa que ninguém quer é ver sua conta bancária comprometida, mas as…
O Fundo de Garantia do Tempo por Serviço (FGTS) é um direito do trabalhador com…
Perder um ente querido já é um momento complicado, mas quando surgem dúvidas sobre as…