Criptomoedas

Porque a disputa comercial entre China e EUA valorizou as Criptomoedas?

A disputa comercial entre Estados Unidos e China não é recente, mas, com a eleição presidencial dos EUA e a pandemia do coronavírus, a briga entre as duas potências está ganhando novos desdobramentos esse ano.

Recentemente, o conflito se potencializou após denúncias de que hackers chineses estariam tentando roubar informações sobre a vacina norte americana contra o COVID-19.

Em resposta às denúncias, o governo americano ordenou o fechamento do consulado chinês em Houston-EUA e a China, por sua vez, revidou determinando também o fechamento do consulado americano em Chengdu, no sudoeste do país.

Com a crescente instabilidade entre as duas potências, o mercado financeiro começou a sentir algumas perdas.

Todos sabem que o sentimento de segurança e medo controlam as decisões dos investidores.

Quando estes estão confiantes, o mercado tende a subir e aumentar o volume de negociações.

No entanto, quando estão com medo ou pessimistas, a reação imediata é fugir para os mercados mais seguros, fazendo com que ocorra uma retração nas bolsas de valores e no preço das ações.

Alimentado diariamente pelas notícias e por esse sentimento de segurança/medo, era de se esperar que um conflito acentuado causasse impacto negativo no mercado financeiro tradicional.

Com o mercado de ativos digitais não é diferente, já que os criptos possuem as mesmas características de outros mercados, mas também possuem características próprias, tornando-os mais complexos.

Porém, recentemente, este mercado vem sendo afetado diretamente por conflitos políticos e econômicos de larga escala como o da China e os EUA.

Além disso, atualmente os EUA é o maior custodiante de moedas digitais no mundo e a China que já esteve no topo desse ranking, hoje está no quinto lugar, de acordo com um levantamento realizado pela BlueBenx.

É importante ressaltar que ambos os países possuem projetos de criação de suas próprias criptomoedas, o que deve influenciar ainda mais nesta disputa e impactar diretamente o mercado de negociações de ativos digitais no mundo todo.  

Mas um ponto que poucos esperavam é que a briga entre os dois países pudesse impactar positivamente o mercado de criptomoedas.

As perspectivas negativas para os mercados financeiros tradicionais, e a constante guerra cambial fizeram com que os investidores enxergassem nas moedas digitais descentralizadas e não soberanas, uma reserva de valor confiável.

Sim, as criptomoedas são uma reserva de valor e o Bitcoin, maior moeda em capitalização de mercado, é quem lidera o interesse dos investidores.

O mercado digital conquistou seu espaço dentro do mercado financeiro e a crise vivida em função da pandemia de Covid-19 reforçou a importância de um mercado descentralizado.

Cada vez mais o Bitcoin é apontado como um ativo de “proteção” contra tensões geopolíticas e econômicas.

Hoje, existem muitas discussões sobre a regulamentação e aplicações para as moedas digitais,  mas uma coisa que já deixamos no passado é o debate de se esse é ou não um mercado válido e sustentável.

Outro ponto de reflexão essencial que surge com esta disputa é que existe a grande possibilidade de que os países envolvidos acelerem os projetos de criação de suas próprias moedas digitais.

Um exemplo mais recente foi o caso da Venezuela que criou o Petro, uma alternativa para tentar captar Bitcoin e driblar as sanções econômicas.

Com a China isso seria completamente possível já que o Yuan Digital está bem avançado em seu processo de desenvolvimento.

Tal acontecimento pode acabar impulsionando mais ainda o mercado digital e trazendo uma valorização interessante para os cripto ativos.

A possibilidade da criação de novas moedas digitais somada à valorização dos cripto ativos nos últimos meses mostra o quão vantajoso é o investimento neste novo mercado, em comparação com outras modalidades e desperta a atenção do investidor que fica inseguro com os mercados mais conhecidos e tradicionais.

Quando se compra uma criptomoeda, é adquirido um título com lastro digital de alta liquidez e com facilidade de compra.

E para os investidores conservadores, ainda existe a oportunidade de comprar as stablecoins, com segurança de estabilidade de variação de preço.

Em um cenário de incerteza, o mercado cripto é uma alternativa assertiva, já que as moedas digitais são ativos descentralizados e não podem ser controladas ou “tomadas” pelo governo em períodos atípicos como o atual. 

Por: Roberto Cardassi é fundador e CEO da BlueBenx, fintech especializada em criptomoedas e Security Tokens.

Gabriel Dau

Estudante de Análise e Desenvolvimento de Sistemas, atualmente trabalha como Redator do Jornal Contábil sendo responsável pela elaboração e desenvolvimento de conteúdos.

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