O Tesouro Nacional apresentou no dia 25, quarta-feira, dados que comprovam um crescimento de 1,24% da Dívida Pública Federal (DPF) em julho. A DPF que estava em R$ 5,329 no mês de junho se tornou R$ 5,396 trilhões no mês seguinte.
O Tesouro não previu queda da DPF, pelo contrário, ela deve continuar subindo no decorrer dos meses seguintes segundo o Plano Anual de Financiamento (PAF) terminando o ano com valores entre R$ 5,5 e R$ 5,8 trilhões.
O valor da DPF tem sua maior porção representada pela dívida interna, ela chegou a marca de R$ 5,155 trilhões (alta de 1,02%) enquanto a dívida pública interna representa R$ 240,87 bilhões (6,26%).
Apresentando uma situação que não acontecia a 11 anos para o período, o Tesouro realizou uma emissão líquida de R$ 24,4 bilhões, isso significa que ele vendeu mais títulos com o intuito de se financiar do que conseguiu resgatar os já emitidos anteriormente. O órgão afirmou ainda que a captação se deu em quantidade abaixo do esperado.
Cresce o custo de emissões
O Tesouro afirma que a dívida interna cresceu 6,09% ao ano no mês de julho alta maior do que no mês anterior quando foi de 5,77%, diz ainda que é de merecida atenção a reação apresentada pelos juros dentro do cenário doméstico em relação aos indicadores de inflação e ao ajuste na expectativa do mercado frente a taxa Selic.
Além disso, nota-se também uma alta de 0,46% no custo médio do estoque reunido em 12 meses.
Segundo o Tesouro, a porção longa da curva teve uma alta que ultrapassou a 60bps, o cenário externo apresenta incertezas e os investidores se mostram preocupados com a trajetória fiscal brasileira.
Durante o mês de agosto ocorreu ainda uma alta na curva de juros, com ela chegando a 105 pontos-base nos prazos mais longos.
Luis Felipe Vital, coordenador-geral de Operações da Dívida Pública explicou que os ruídos fiscais tiveram influência na curva de juros, devido ao receio dos investidores os juros tiveram alta acumulada ao longo da curva também em agosto, e que isso terá reflexos visíveis nos meses seguintes.
Colchão
Colchão é a forma como é conhecida a reserva financeira usada em momentos de turbulência ou quando existe grande concentração de recebidos. Durante os últimos meses o tesouro aumentou a emissão de títulos públicos visando repor essa reserva. O colchão de R$ 1,167 trilhão como estava em junho sofreu queda em julho indo para R$ 1,160 trilhão
A pandemia causou uma necessidade de usar parte do colchão para combater a instabilidade do mercado financeira, e no mês de agosto de 2020 o Banco Central efetuou um repasse de verbas no valor de R$ 325 bi para auxiliar na recomposição do colchão para o Tesouro Nacional, e a restituição do colchão segue sendo feita através do aumento de emissões.
Outra medida para reposição do colchão ocorreu em junho com PEC emergencial destinando R$ 140 bi vindos da desvinculação do superávit de fundos públicos.
Atualmente nosso país tem uma reserva suficiente para satisfazer os vencimentos da dívida público por um ano que equivalem a R$ 1,196 tri em títulos federais