Negócios

E agora? O jeito é voltar ao trabalho presencial

Notório, com avanço da vacinação contra a covid-19, empresas começam a colocar na pauta regime híbrido ou home office definitivo.

O contexto do trabalho home office mudou profundamente a dinâmica das organizações. Empresas de muitos setores tiveram que se adaptar rapidamente a forma de trabalho pouco difundido na nossa cultura.

Na pesquisa elaborada pela KPMG no Brasil, na sua 6ª edição sobre: “Covid-19: como será o seu retorno aos escritórios”. A análise, realizada entre julho e agosto de 2021, teve a participação de 287 empresários que atuam em diferentes setores de negócios. 

Metade dos entrevistados consultados na pesquisa, 52%, afirma que retomará o trabalho presencial ainda no segundo semestre de 2021; 40% dos entrevistados apontam que isso ocorrerá no primeiro semestre de 2022; e 8% devem retornar apenas no segundo semestre de 2022. 

Falávamos sobre o “novo normal” e o processo de adaptação rápido a nova situação. Vem aí o x da questão, será que é simples assim? Liga e desliga o botão iniciar de onde paramos e tudo voltará a ser como antes.

O mundo mudou e as demandas também, nesse processo de transformação precisamos avaliar todas as variáveis e entender que não funciona bem assim.

Um mix de emoções e sentimentos rondando as pessoas, aqueles que foram menos impactados, outros que viveram a maior catástrofe com a pandemia.

É momento de avaliar caso a caso e humanizar o retorno.

Gradativo ou não, compreender a vivência de cada indivíduo. Situações mais complexas de luto, dificuldades de adaptações, estresse, medo, ansiedade, depressão, insegurança, temos aí uma infinidade de transtornos de estresse pós traumático que precisam ser acolhidos e trabalhados com profissionais especializados.

As organizações e seus líderes precisam traçar estratégias mais elaboradas para o retorno dos colaboradores as empresas.

O presencial com certeza é a zona de conforto de muitos, situação dominada. Com seus prós e contras uma gestão tête-à-tête tem suas vantagens não há como negar. Mas os tempos são outros, novos cenários e com certeza, as pessoas e suas demandas também mudaram.

Existe quem levanta a bandeira e não vê a hora de estar no formato anterior porque a rotina de casa foi extremamente desgastante e solitária.

Por outro lado, os demais que não se encontram no passado e se descobriram num outro formato levando em consideração a qualidade de vida.

O que fazer?

Simplesmente retomar como se nada tivesse acontecido, é um engano. Um equívoco da nossa parte. Não tenho pretensões de defender um ou outro formato, ou até mesmo defender um modelo ideal.

Precisamos sim, é agir com maturidade e através do aprendizado que a pandemia nos trouxe, levar em conta o fator humano e tomar as nossas decisões de forma coerente e ponderada, abrindo espaço para o diálogo e avaliação das possibilidades.

Cada empresa e segmento com as suas particularidades, objetivos e cultura, todas elas precisam de estratégias e plano de ações fundamentados num processo eficaz de retorno.  

É entendível que cada uma possui sua necessidade e conta com a colaboração de seus funcionários nesse processo. É nesse momento que ativa o nosso sinal de alerta, como conduzir esse novo desafio levando em consideração o interesse de ambas as partes?

 A relação que se estabelece entre empregado e empregador vai muito além do contrato assinado, um relacionamento que se constrói baseado em valores e objetivos comuns, talvez seja esse um dos caminhos a percorrer com o foco na solução.

Muito mais que seguir todos os protocolos de segurança, levar em consideração os espaços, estrutura, grupo de riscos, vacinação em dia, fatores psicológicos, entre outros a transparência das ações e alinhamento são pontos fundamentais para a retomada.

O mundo mudou, o tempo passou, muitas coisas aconteceram num piscar de olhos. Querendo ou não, e nós? Evoluímos com toda situação?

 Possamos todos refletir a vinda de novos tempos que estão aí e requer novas habilidades, competências e novamente adaptação. Se prepare e esteja pronto.

Narla Peixoto – Psicóloga – CRP04/24108, pós graduada em Gestão de Pessoas, certificada em Gestão de Mudanças, especialização em Terapia Cognitivo Comportamental, Coach e Analista Comportamental. Coautora do Livro o Poder do Obvio. Apresentadora do Programa #secuide.

Linkedin: Narla Cardoso Santos Peixoto – https://www.linkedin.com/in/narla-cardoso-santos-peixoto-1409914a/

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Leonardo Grandchamp

Supervisor de Redação do Jornal Contábil e responsável pelo Portal Dia Rural.

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