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Economia: Veja o saldo das contas externas de novembro

Economia: Veja o saldo das contas externas de novembro

03/01/2024 às 13h38 Atualizada em 03/01/2024 às 16h38
Por: Leonardo Grandchamp
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Imagem: user3802032 / freepik
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Em novembro de 2023, as contas externas do Brasil apresentaram um saldo negativo de US$ 1,553 bilhão, conforme divulgado pelo Banco Central (BC) nesta quarta-feira (3). Comparado ao mesmo período de 2022, quando o déficit foi de US$ 1,674 bilhão nas transações correntes, verifica-se uma melhoria significativa. Este é o menor déficit registrado nas transações correntes para o mês de novembro desde 2016, quando o resultado negativo atingiu US$ 879 milhões.

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A diferença interanual é atribuída ao superávit comercial, que registrou um aumento de R$ 2 bilhões, contribuindo para a melhora do resultado. No entanto, houve um aumento nos déficits em serviços, totalizando US$ 921 milhões, renda primária (pagamento de juros e lucros e dividendos de empresas), com US$ 640 milhões, e renda secundária, com US$ 322 milhões.

Considerando os últimos 12 meses encerrados em novembro, o déficit em transações correntes foi de US$ 33,655 bilhões, representando 1,56% do Produto Interno Bruto (PIB). Esse resultado indica uma redução em relação ao saldo negativo de US$ 33,776 bilhões (1,59% do PIB) registrado em outubro de 2023, e ao déficit de US$ 49,906 bilhões (2,59% do PIB) no período correspondente encerrado em novembro de 2022.

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No acumulado de janeiro a novembro de 2023, o déficit totalizou US$ 22,200 bilhões, marcando uma significativa redução em comparação ao saldo negativo de US$ 42,165 bilhões registrado nos mesmos 11 meses de 2022. De acordo com Fernando Rocha, chefe do Departamento de Estatísticas do BC, o cenário das transações correntes permanece robusto, caracterizado por déficits decrescentes e baixos, impulsionados principalmente pelos resultados positivos da balança comercial.

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Balança comercial e serviços

Em novembro do ano passado, as exportações de bens totalizaram US$ 28,104 bilhões, registrando uma diminuição de 1% em relação ao mesmo mês de 2022. Por outro lado, as importações atingiram a marca de US$ 21,431 bilhões, apresentando uma queda de 9,6% em comparação com novembro de 2022. Esses resultados culminaram em um superávit na balança comercial de US$ 6,673 bilhões em novembro, em contraste com o saldo positivo de US$ 4,669 bilhões no mesmo mês de 2022.

Esse desempenho configura o maior superávit comercial para o mês de novembro desde o início da série histórica do Banco Central em 1995. No que diz respeito à conta de serviços, que inclui viagens internacionais, transporte, aluguel de equipamentos e seguros, entre outros, o déficit totalizou US$ 3,552 bilhões em novembro, comparado aos US$ 2,631 bilhões em novembro de 2022. Houve uma redução no déficit em transporte e viagens, enquanto ocorreu um aumento em aluguel de equipamentos.

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O déficit na rubrica de transportes diminuiu de US$ 1,488 bilhão em novembro de 2022 para US$ 934 milhões no mesmo mês de 2023, representando uma queda significativa de 37,2%. Esta melhoria mensal é atribuída, em parte, a despesas menores em fretes, resultantes da redução nos preços internacionais e na quantidade importada.

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No que se refere às viagens internacionais, a conta está em processo de recuperação, embora o crescimento do déficit seja inferior aos níveis pré-pandemia da COVID-19. Em novembro, o déficit na conta de viagens apresentou uma redução de 17,8%, totalizando US$ 527 milhões, em comparação com o déficit de US$ 641 milhões em novembro de 2022.

As receitas provenientes de estrangeiros em viagem ao Brasil cresceram 39,1% em relação ao ano anterior, atingindo US$ 616 milhões em novembro do ano passado, contra US$ 443 milhões no mesmo mês de 2022. As despesas de brasileiros no exterior aumentaram em menor proporção, registrando um crescimento de 5,5%, passando de US$ 1,084 bilhão em novembro de 2022 para US$ 1,143 bilhão no mesmo mês de 2023.

No segmento de aluguel de equipamentos, as despesas líquidas totalizaram US$ 862 milhões, apresentando um aumento de 41,5% em comparação a novembro de 2022, quando foram registrados US$ 609 milhões. Esse aumento parcialmente explica o crescimento do déficit na conta de serviços, sendo essa rubrica associada ao aumento da atividade produtiva.

Outro fator que contribuiu para o aumento das despesas líquidas foi o segmento de serviços de telecomunicação, computação e informações, totalizando US$ 706 milhões em novembro de 2023, em comparação com US$ 205 milhões em novembro de 2022. Segundo Fernando Rocha, chefe do Departamento de Estatísticas do BC, a conta de serviços de telecomunicação é composta principalmente por remunerações de uso de softwares de grandes plataformas, pagas por negócios no Brasil à matriz ou empresas fornecedoras no exterior.

Rendas

Em novembro de 2023, o déficit em renda primária, que engloba lucros e dividendos, pagamentos de juros e salários, atingiu US$ 4,650 bilhões, registrando um aumento de 16% em comparação com os US$ 4,010 bilhões do mesmo mês de 2022. Essa conta costuma apresentar um saldo negativo, dado que há mais investimentos de estrangeiros no Brasil, resultando no envio de lucros para fora do país, do que o contrário, ou seja, investimentos de brasileiros no exterior.

No que diz respeito às despesas líquidas com juros, estas aumentaram de US$ 882 milhões em novembro de 2022 para US$ 1,014 bilhão no último mês. Quanto aos lucros e dividendos associados aos investimentos diretos e em carteira, houve um déficit de US$ 3,677 bilhões em novembro do ano passado, em comparação com os US$ 3,140 bilhões de déficit observados em novembro de 2022.

A conta de renda secundária, que se refere a transferências entre economias sem contrapartida de serviços ou bens, apresentou um resultado negativo de US$ 24 milhões em novembro de 2023, ao passo que, em novembro de 2022, havia um superávit de US$ 298 milhões.

Financiamento

Os ingressos líquidos em Investimentos Diretos no País (IDP) apresentaram um ligeiro aumento na comparação interanual. O IDP totalizou US$ 7,780 bilhões em novembro último, em comparação com os US$ 7,583 bilhões registrados em novembro de 2022, sendo este o maior valor para o mês desde 2019 (quando alcançou US$ 8,7 bilhões).

No acumulado de 12 meses até novembro de 2023, o IDP atingiu a cifra de US$ 57,718 bilhões (correspondendo a 2,68% do Produto Interno Bruto - PIB), em comparação com os US$ 57,522 bilhões (2,71% do PIB) no mês anterior e US$ 77,063 bilhões (4,01% do PIB) no período encerrado em novembro de 2022.

O Banco Central projeta que os investimentos diretos no país alcancem US$ 60 bilhões em 2023, conforme indicado no último Relatório de Inflação divulgado no final de dezembro. Para o ano de 2024, a expectativa é de que o IDP atinja US$ 70 bilhões.

Quando o país registra um saldo negativo em transações correntes, a necessidade de cobrir o déficit pode ser suprida por investimentos ou empréstimos no exterior. O IDP é considerado uma forma favorável de financiamento para o saldo negativo, uma vez que os recursos são direcionados para o setor produtivo e geralmente representam investimentos de longo prazo.

No que diz respeito aos investimentos em carteira no mercado doméstico, novembro de 2023 registrou entradas líquidas de US$ 2,415 bilhões. Esse montante é composto por ingressos líquidos de US$ 1,582 bilhão em ações e fundos de investimento, além de US$ 833 milhões em títulos de dívida. No período de 12 meses encerrado em novembro, os investimentos em carteira no mercado doméstico totalizaram ingressos líquidos de US$ 13,6 bilhões.

O estoque de reservas internacionais alcançou US$ 348,406 bilhões em novembro de 2023, representando um aumento de US$ 8,159 bilhões em comparação com o mês anterior.

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