Negócios

Ecossistema de Negócios: Transformação e identidade empresarial

Entenda como organização e natureza estão interligadas

O mundo tem mudado em ritmo frenético e muitos dos acontecimentos imprevistos nos levam a questionamentos, tanto no âmbito pessoal como profissional. Há duas coisas que as organizações desejam fortemente: transformação e identidade.

Quando se fala em identidade, trata-se de uma referência a quem se é, a uma presença marcante no mundo. Como alcançar esses tão complexos objetivos? Muitas vezes o caminho pode estar em uma percepção óbvia e primitiva. Se somos natureza, estamos na natureza e é ela quem nos influencia diretamente, é preciso recorrer a ela para encontrar o caminho a as desejadas respostas.

De alguns anos para cá, tem-se falado em ‘ecossistema de negócios’, um termo usado na Biologia com o intuito de definir a relação entre os seres vivos e o meio ambiente e que é utilizado para representar as interações entre as empresas, seus clientes, parceiros e mercado.

Plano Consulting, que conta com especialistas e pesquisadores em biologia organizacional, explica sobre o assunto. 

Teoria Autopoiética – Organizações autossustentáveis

Quando falamos de transformação e identidade da empresa é preciso recorrer à observação de nossa ancestralidade enquanto natureza, lembre-se de que somos e vivemos na natureza.

Quando há a necessidade de transformação nas organizações, quando existe essa busca por criar ou encontrar a própria identidade, a inspiração para esse processo de mudança está na natureza.

Entender como a natureza evolui, de que maneira se sustenta e como se transforma é um caminho necessário para que a organização (constituída por seres humanos, ou seja, por natureza), possa se transformar e a inspiração está na autopoiese.

A teoria autopoiética parte do pressuposto de um sistema organizado e autossuficiente. Esse termo foi criado pelos biólogos e filósofos chilenos, Humberto Maturana e Francisco Varela. Essa teoria vem sendo aplicada na Imunologia, na interação homem – computador, Sociologia, Economia, Filosofia e Administração pública.

O que essa teoria propõe é uma nova perspectiva, oferecendo novas lentes, lançando um desafio aos velhos métodos pouco efetivos para o comportamento organizacional e gerencial.

Nesse contexto é possível compreender de que forma as mudanças e transformações ocorrem nas empresas em conjunto com o ambiente no qual estão inseridas e, desta maneira, abordagens são desenvolvidas encorajando a uma real evolução enquanto sistemas complexos.

Natureza e organizações – interligadas

O que se tem vivido mais precisamente desde o início desse ano por conta da pandemia mundial é consequência de uma resposta da natureza. Um vírus passou a se espalhar e na tentativa de conter o contágio, principalmente no início, a população precisou se adaptar às mudanças, utilizando máscaras, redobrando os cuidados com a higiene, evitando a aglomeração de pessoas, etc.

Tomados esses cuidados iniciais, em que as pessoas precisaram se adaptar e mudar as suas rotinas, um novo passo se dá rumo à imunização da população por meio da vacina. Todas essas mudanças, ainda que em ritmo acelerado, passaram antes por uma observação, quanto ao que realizar, a quais sistemas se nortear, etc.

Transformação e identidade da empresa têm total ligação com esse processo de observação, de entender o que está acontecendo dentro e fora do contexto de uma organização.

Se cada ser humano (organismo vivo) reage de maneira diferente ao contexto, não é diferente com as organizações empresariais. Para que uma consultoria consiga ajudar na transformação e identidade da empresa precisa fazer mais do que oferecer uma categoria de serviços.

Será necessário compreender aquela organização isoladamente, depois o contexto no qual está inserida, e a partir disso, será necessário desenvolver um método que seja eficaz para a sua realidade.

Se fazer valer do poder das múltiplas observações, a partir da análise dos dados disponíveis, o que permite criar um desenho com base nos fatos do contexto apresentado é uma das ferramentas importantes no processo de compreensão para uma transformação e identidade organizacional. O sensemaking nesse contexto é um método fundamental.

Ao vivenciarmos essa consciência enquanto organização viva e compreender cada empresa sob a mesma perspectiva biológica, o nosso foco também está em despertar essa consciência, fundamental para a transformação e para que as empresas evoluam de fato.

Leonardo Grandchamp

Supervisor de Redação do Jornal Contábil e responsável pelo Portal Dia Rural.

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