Os empresários da região noroeste paulista começam a enxergar um futuro mais otimista com relação a retomada da economia. O cenário de crise, de demissões e de quedas nas vendas tem aberto espaço para um ambiente mais promissor, o do mercado externo. Especialistas dizem que produzir com o pensamento no exterior pode ser uma das soluções para dar uma guinada nos negócios.
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O despachante aduaneiro Paulo Narcizo Rodrigues está acostumado ao mundo de importações e exportações e acredita que o drible na crise pode estar na negociação com o exterior. “Toda empresa que produz tem mercado internacional, às vezes, o empresário desconhece que quando exporta produto, exporta produto e não tributo. Quando vende no mercado interno tem de recolher imposto do IPI, PIS, Cofis e ICMS, já quando exporta é isento, então fica mais competitivo e mais barato lá fora”, afirma.
A cada quatro meses o empresário Daher Nassib Júnior importava um milhão de tubos de coleta de sangue à vácuo e vendia para o país todo, mas desde o começo do ano encerrou as atividades e precisou demitir os seis funcionários que trabalhavam com ele.
“Junto com a crise veio a grande desvalorização do real e carga tributária, não estávamos conseguindo preço para competir com o mercado nacional e, por isso, resolvemos encerrar a importação”, diz.
Daher não desistiu do negócio. Com otimismo e planejamento resolveu mudar e em vez de importar o produto pronto, comprou seis máquinas da China para fabricar os tubos para coleta de sangue. Ele deve começar a produzir ainda nesse ano e pretende contratar 12 funcionários. “Acredito que vai melhorar bastante, estou apostando nisso. Espero exportar em um período bem curto.”
A crise também assustou o empresário, Milton Constantino, que vende e aluga geradores de energia. No primeiro semestre ele reduziu pela metade o quadro de funcionários, mas a situação já está bem diferente. Para se segurar no mercado e continuar investindo, Milton apostou em um produto mais barato e criou um equipamento chamado ‘tomada de força’, que funciona como um gerador, mas ligado ao motor de um trator.
Enquanto o gerador é vendido por R$ 50 mil, o modelo criado por ele custa a partir de R$ 10 mil. “A crise, de certa forma, tem ajudado para a venda desse produto, por ser mais barato consigo aumentar a venda e ter receita maior. Sempre fico atento aos mercados interno e externo. Se o mercado pede, eu exporto. Conforme a demanda aumenta, começo a fabricar, gero emprego e exporto”, diz. Via TV TEM