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Empresas e pessoas físicas pagam juros mais altos em outubro, diz BC

As empresas e famílias pagaram juros mais altos nas operações de crédito em outubro, informou hoje (27) o Banco Central (BC), ao divulgar as Estatísticas Monetárias e de Crédito.

A taxa média de juros para as pessoas físicas no crédito livre chegou a 38,9% ao ano, aumento de 0,9 ponto percentual em relação a setembro. Já a taxa média das empresas ficou em 12% ao ano, alta de 0,5 ponto percentual na comparação com o mês anterior.

Segundo o chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, depois de um longo período de redução de taxas, as instituições financeiras elevaram os juros em outubro, mas ainda não é possível saber se a alta é uma tendência. “Esse movimento, pelas estatísticas que temos até agora, foi pontual. Não temos elementos para falar se a tendência será de aumento ou de retorno para o nível de setembro”, disse.

A taxa do crédito pessoal (não consignado) chegou a 77,1% ao ano, com aumento de 7,6 pontos percentuais em relação a setembro. Os juros do crédito consignado subiram 0,7 ponto percentual para 19,2% ao ano.

Os juros médios do rotativo do cartão de crédito também subiram. A taxa chegou a 317,5% ao ano, com alta de 7,8 pontos percentuais. No caso do rotativo regular, quando o cliente paga pelo menos o valor mínimo da fatura, a taxa chegou a 285,7% ao ano, alta de 17,6 pontos percentuais. A taxa do rotativo não regular chegou a 339,4% ao ano, aumento de 2,6 pontos percentuais em relação ao mês anterior.

Já a taxa do cheque especial ficou em 112,9 % ao ano, queda de 1,1 ponto percentual em relação ao mês anterior.

Essas taxas são do crédito livre, em que os bancos têm autonomia para emprestar o dinheiro captado no mercado e definir as taxas de juros cobradas dos clientes. 

Já o crédito direcionado tem regras definidas pelo governo, e é destinado, basicamente, aos setores habitacional, rural, de infraestrutura e ao microcrédito.

No caso do crédito direcionado, a taxa média para pessoas físicas caiu 0,1 ponto percentual para 6,9% ao ano. Para as empresas, a taxa subiu 1 ponto percentual para 7,7% ao ano.

Inadimplência

A inadimplência – considerados atrasos acima de 90 dias – das famílias e das empresas, no crédito livre, recuou 0,1 ponto percentual para 4,5% e 1,5%, respectivamente.

No crédito direcionado, a inadimplência recuou 0,1 ponto percentual para as famílias, ficando em 1,3%. Para as empresas, também caiu 0,1 ponto percentual e chegou a 1,4%.

Saldo

O saldo total das operações de crédito do sistema financeiro alcançou R$ 3,872 trilhões em outubro, crescendo 1,4% no mês, com aumentos de 1,7% em pessoas físicas (saldo de R$ 2,2 trilhões) e de 1% na carteira de pessoas jurídicas (saldo de R$ 1,7 trilhão). “Em 12 meses, o crescimento da carteira total acelerou de 13,4% para 14,5%, resultado de expansões nos créditos às empresas (de 18,9% para 21,1%) e às famílias (de 9,4% para 9,8%)”, disse o BC.

O crédito livre para pessoas jurídicas totalizou R$ 1,049 trilhão, com aumentos de 0,8% no mês e de 25,2% em 12 meses. O BC destaca as operações de capital de giro acima de um ano, aquisição de veículos e repasses externos (devido à variação cambial).

O saldo do crédito livre a pessoas físicas alcançou R$ 1,2 trilhão, após elevações de 1,9% no mês e de 9,3% em 12 meses, com aumentos em crédito pessoal consignado e não consignado, cartão à vista e financiamentos de veículos.

Segundo o BC, no crédito direcionado, a carteira de pessoas jurídicas alcançou R$ 664 bilhões em outubro, com elevações de 1,4% no mês e de 15,2% em 12 meses, “refletindo a expansão em outros créditos direcionados (8% no mês e 121% em 12 meses), devido aos programas de apoio a micro, pequenas e médias empresas criados para combater os efeitos da pandemia” [de covid-19]. 

O saldo com pessoas físicas alcançou R$ 982 bilhões, aumentos de 1,3% e de 10,4% nas mesmas bases de comparação, prosseguindo as expansões em crédito rural e financiamento imobiliário.

Fonte Agência Brasil – Por Kelly Oliveira 

Jorge Roberto Wrigt

Jornalista há 38 anos, atuando na redação de jornais impressos locais, colunista de TV em emissora de rádio, apresentador de programa de variedades em emissora de TV local e também redator de textos publicitários, na cidade de Teresópolis (RJ). Atualmente se dedica ao jornalismo digital, sendo parte da equipe do Jornal Contábil.

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