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Escândalo no Itaú! Eliseu Martins e Broedel acusados de irregularidades contábeis!

O banco Itaú publicou ata em que acusa seu ex-diretor financeiro Alexsandro Broedel de violar políticas internas e a legislação ao agir em “grave conflito de interesses e em benefício próprio” no relacionamento com um fornecedor de pareceres.

O banco o acusa de ter recebido recursos por meio de uma participação em pagamentos feitos ao parecerista. Trata-se de Eliseu Martins, reconhecido como um dos maiores contadores do país.

O banco Itaú diz que seu ex-diretor financeiro Alexsandro Broedel aprovou de forma irregular pagamentos a um fornecedor de pareceres com o qual teria ligações.

De acordo com protesto protocolado pelo Itaú na Justiça, os contadores Eliseu Martins, Eric Aversari Martins e Vinicius Aversari Martins (filhos de Eliseu) e as empresas Care Consultores, Evam Consultores e Broedel Consultores Associados são citadas na ação judicial.

Quais são as irregularidades?

Segundo o próprio Itaú, desde janeiro de 2019, as empresas Care (que tem como sócios Eliseu Martins e seu filho Eric) e Evam (cujos sócios são Eliseu e os filhos Eric e Vinicius) fizeram 56 transferências ao executivo e à sua empresa Broedel Consultores.

Dessas transferências, 23 delas, no valor total de R$ 4,8 milhões, se referem a pagamentos feitos pelo Itaú às empresas, por pareceres contratados.

A partir de tais transferências o Itaú concluiu que o ex-diretor teria uma participação de 40% nos pagamentos feitos pelo banco à Care.

O Itaú também afirma que, dentre 40 pareceres que contratou, 36 foram considerados recebidos por Broedel, mas só 20 foram localizados, e 4 foram pagos antecipadamente.

O banco pede indenização do valor correspondente aos 16 pareceres dados por recebidos e não localizados, que somariam mais de R$ 5 milhões.

Também pede devolução de R$ 1,5 milhão referentes aos quatro pareceres pagos antecipadamente e não entregues.

O Itaú afirma ainda que Broedel prestou serviços de parecerista e consultor ao mercado enquanto ainda era executivo do banco, o que fere o código de ética do Itaú, e deixou de informar que ele e Martins eram sócios na Broedel Consultores desde 2012, o que seria contra as regras de transparência.

De acordo com a instituição financeira, Broedel teria “agido em violação às políticas internas e à legislação e à regulamentação aplicável”. O Itaú alega, em um processo protocolado na Justiça de São Paulo, que o executivo teria aprovado a contratação de pareceres na soma de R$ 13,255 milhões nos últimos cinco anos.

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Eliseu Martins nega todas as acusações

Eliseu Martins, por meio de nota, rechaça todas as acusações, nega qualquer irregularidade e acusa o banco de “má-fé”. 

Segundo Martins, os serviços que prestou ao Itaú foram de pareceres técnicos e consultoria – e todos eles teriam sido entregues normalmente, com exceção de quatro que teriam sido pagos de forma antecipada. 

Martins diz ainda que ele e Broedel trabalharam conjuntamente na elaboração de pareceres para terceiros, enquanto o sócio era executivo do Itaú, “às vezes assinando em conjunto e às vezes com ele sempre ajudando tecnicamente, como com outros colegas, com o faturamento por uma única empresa”. 

“Há vários materiais suporte das consultorias que foram feitos sem formalidade, algo de que me arrependo agora, dada a má-fé da interpretação dada pelo banco. Trabalho com, aproximadamente, seis outros colegas e temos, inclusive, a condição de só opinarmos verbalmente ou via parecer”, afirma.  

“Assim, há opiniões que não geram parecer e não aparecem em qualquer documento. Mas são serviços que efetivamente prestei, como todos os que fiz ao Itaú”, prossegue. 

“Talvez influenciados pela perda de tão brilhante profissional, estão, no banco, interpretando de forma totalmente incorreta o que, de fato, ocorreu. E, além de me envolverem para atingi-lo, cometem ainda o absurdo de envolverem meus filhos, que nada têm a ver com os fatos que o banco relata e mal interpreta”, diz Martins. “Não há ainda os citados eventuais processos, mas vou obviamente aclarar e provar o que digo”, completa o contador. 

O que diz Broedel em sua defesa

Broedel pediu demissão do Itaú em julho, depois de 12 anos de trabalho no banco. Ele assumiu o cargo executivo no Santander, em Madri (Espanha) – seu nome ainda precisa ser chancelado pelo Banco Central espanhol. 

Broedel disse por meio de assessoria que as acusações do Itaú, que “os serviços mencionados eram do conhecimento do Itaú e requeridos por diferentes áreas do banco”. 

Quem é Eliseu Martins?

Eliseu Martins, é um veterano respeitado no meio acadêmico por publicações na área da contabilidade. Chegou a ser diretor da FEA entre 1998 e 2002. Ele se formou na USP em 1972 — sete anos depois, já era livre-docente pela Universidade e, em 2008, tornou-se professor sênior.

Segundo o agregador de pesquisas acadêmicas Google Scholar, seu livro “Contabilidade de Custos” teve mais de 4 mil citações em artigos científicos.

Em instituições públicas ou do governo, Martins já ocupou o cargo de Diretor de Fiscalização do Banco Central entre 1990 e 1991. Também foi membro do Conselho de Administração do Banco do Brasil nos anos de 1996 a 2001, além de contribuições em representações de classe.

Diretor da CVM por dois períodos, de 1985 a 1988 e, depois, de outubro de 2008 a dezembro de 2009, Martins passou a cadeira em sua segunda passagem justamente para Alexsandro Broedel Lopes, após nomeação do presidente Luis Inácio Lula da Silva.

Quem é Alexsandro Broedel?

Broedel concluiu a sua graduação no curso de Ciências Contábeis da FEA em 1997. Em 2001, o executivo já era doutor pela faculdade. Mais tarde, em 2012, se formou em direito pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (FDUSP). Hoje, é professor titular no curso de Ciências Contábeis e convidado no Direito.

Junto a Martins, Broedel publicou artigos em revistas da área e livros. Em 2005, publicaram em conjunto “Teoria da contabilidade: uma nova abordagem”.

Além da direção da CVM, Broedel também foi membro do conselho consultivo do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) de 2021 a julho 2024. No Itaú, esteve por 12 anos como contador-chefe, controlador financeiro, diretor executivo de finanças, head de relações com os investidores e, a partir de 2021, diretor financeiro — ou CFO.

Por fim, o Jornal Contábil preza pela imparcialidade e está aberto a receber informações de todos os envolvidos.

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Ana Luzia Rodrigues

Jornalista há 30 anos já atuou nas redações de jornais de Teresópolis como reporter, editora , diagramadora. Fez vários textos jornalísticos para o evento Rio 92 e atualmente está atuando no jornalismo digital integrando a equipe do Jornal Contábil.

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